segunda-feira, 4 de julho de 2022

ARTE CEARENSE PREMIADA

Projeto quilombola de bordado, apoiado pela Prefeitura de Horizonte, ganha prêmio internacional
A cerimônia de premiação acontecerá no dia 28 de outubro em Andong, República da Coreia do Sul
Ponto a ponto, 15 mulheres de Alto Alegre, comunidade Quilombola, em Horizonte, bordam sua história. Num pedaço de pano, através do bordado, elas fortalecem suas identidades, memórias, ancestralidade e cultura. E foi através do Coletivo Bordando Resistência: Bordadeiras de Alto Alegre, projeto apoiado pela Prefeitura de Horizonte, que elas conquistaram reconhecimento internacional através do Prêmio Cidades Educadoras 2022.
A cerimônia de premiação acontecerá no dia 28 de outubro, às 13h, em Andong, República da Coreia do Sul, durante o Congresso Internacional de Cidades Educadoras 2022.
 O Prêmio faz parte da Associação Internacional das Cidades Educadoras (AICE). Sem fins lucrativos, a AICE é formada por governos locais de todo o mundo, comprometidos com a educação como ferramenta de transformação social, que promove o intercâmbio de ideias, reflexões e boas práticas. Horizonte faz parte da Associação, sendo reconhecida, portanto, como Cidade Educadora desde 2016.
“É um compromisso da nossa gestão valorizar a educação de forma ampla e democrática. Por isso, é uma área extremamente atuante em todo o município. A premiação ao Coletivo Bordando Resistência nos deixa ainda mais orgulhosos desse projeto e mais certos de que a educação é o melhor caminho para o pleno desenvolvimento dos cidadãos”, destaca o prefeito Nezinho Farias.

Bordar é um ato Político
Com o objetivo de promover um espaço de diálogo com mulheres negras e quilombolas, nasceu, em 2017, o Coletivo Bordando Resistência. A ideia partiu da socióloga e educadora Cássia Enéas, secretária de Educação de Horizonte. O projeto abraça desde as crianças de 03 anos às matriarcas de 85 anos, e tem foco no reconhecimento da cultura ancestral e identidade para fortalecimento da autonomia de gênero, defesa de direitos e geração de renda.
Através do Coletivo, são realizadas oficinas de bordado, rodas de conversas, palestras, fóruns e outras formas de escuta e participação popular. O artesanato, em especial o bordado, é o pano de fundo para falar de cultura, pertencimento, das raízes negras, do empoderamento da mulher e da sua participação nos espaços sociais e políticos.
“A partir das tramas do tecido, uma história de resistência e resiliência vem sendo contada e vivida coletivamente. Esse Prêmio é de extrema importância, um reconhecimento à história, ancestralidade e cultura do povo quilombola. No momento em que o Coletivo nasceu, passou a trazer uma reflexão sobre as questões do povo preto e do papel da mulher preta na sociedade. A premiação atesta que a cultura quilombola tem sua importância”, destaca.

Orgulho e valorização
Além disso, para a secretária de Educação, o prêmio reforça a todos o valor agregado que é para o município ter uma comunidade tradicional. “É importante os moradores saberem que Horizonte é uma cidade educadora, que tem uma comunidade tradicional quilombola e que a história dessa comunidade é um aporte muito valioso para a cultura da cidade”, defende.

Hoje, as mulheres que formam o coletivo já interiorizaram a importância desse projeto e a grandeza que ele representa, tanto pela questão cultural, mas também como uma fonte de renda para as suas famílias. O prêmio, segundo elas, acabou revelando que muitas pessoas da comunidade não conheciam o trabalho realizado pelo Coletivo, ajudando, então, a divulgar esse projeto.  

Sobre o Prêmio
O Prêmio Cidades Educadoras tem o objetivo de reconhecer e dar visibilidade internacional ao trabalho que as Cidades Educadoras realizam, assim como destacar boas práticas que sirvam de inspiração para outras cidades na construção de ambientes mais educadores.
Nesta quarta edição, estão sendo priorizadas políticas e iniciativas municipais que respondam às necessidades de cuidados numa perspectiva do ciclo vital, políticas municipais inovadoras que se comprometem a colocar os cuidados como um eixo de transformação socioeconómica na perspectiva da economia feminista e iniciativas municipais que promovam a educação em torno da eco dependência.

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