Associação Caatinga comemora Dia da Natureza e dos Animais festejando conquistas do projeto de monitoramento da fauna no Ceará e Piauí
A Reserva Natural Serra das Almas já registrou a presença de quatro das seis espécies de felinos existentes na Caatinga
Nesta terça-feira, dia 4 de outubro, é comemorado o Dia da Natureza e o Dia Mundial dos Animais e a Associação Caatinga (AC) tem muito o que festejar. O trabalho de monitoramento da fauna realizado na Reserva Natural Serra das Almas (RNSA), localizada entre os municípios de Crateús (CE) e Buriti dos Montes (PI), vem dando excelentes resultados. Das seis espécies de felinos existentes na Caatinga, quatro já foram registrados no local, são eles: Jaguatirica (Leopardus pardalis), Gato-mourisco (Herpailurus yagouaroundi), Gato-do-mato-pequeno (Leopardus tigrinus) e Onça Parda (Puma concolor).
“Esses animais são predadores de topo de cadeia alimentar e a presença deles na reserva é um bom indicativo de integridade ambiental do local, pois auxiliam na manutenção e no equilíbrio do ecossistema”, explica Daniel Fernandes, coordenador geral da Associação Caatinga. O trabalho de monitoramento é uma ação do projeto No Clima da Caatinga, realizado pela AC e patrocinado pela Petrobras por meio do Programa Petrobras Socioambiental.
Por meio desse monitoramento é possível acompanhar e registrar os animais da reserva, especialmente felinos e primatas, compreendendo melhor a distribuição dessas espécies no local. Isso possibilita o desenvolvimento de ações mais efetivas de conservação, além de dar suporte às pesquisas como a da Guariba-da-Caatinga (Alouatta ululata), primata de médio porte que está criticamente ameaçado de extinção e que foi registrado recentemente na Serra das Almas. “Esses registros são feitos por meio de armadilhas fotográficas, câmeras com sensores de movimento posicionadas em locais estratégicos que captam imagens e vídeos dos animais, sem interferência humana”, complementa Daniel Fernandes.
Reserva Natural Serra das Almas
A Reserva Natural Serra das Almas (RNSA) é um importante espaço de preservação para várias
espécies da Caatinga, entre elas algumas ameaçadas de extinção, como o Tatu-bola (Tolypeutestricinctus), a Onça Parda (Puma concolor) e a abelha Jandaíra (Melipona subnitida). O local abriga 230 espécies de aves, 45 espécies de répteis, 45 espécies de mamíferos e 33 espécies de anfíbios.
A Reserva também contribui significativamente com a biodiversidade da Caatinga, pois evita o escoamento de 1,5 bilhão de litros de água. Também foi descoberto, por meio de pesquisas, que cada hectare de cobertura vegetal acima do solo da reserva estoca 91 toneladas de CO², ou seja, uma vez que a RNSA tem 6.285 hectares (6.191 hectares de floresta), então estoca 563 mil toneladas de CO². Manter a floresta da Serra das Almas em pé é o mesmo que ter 350 mil habitantes de São Paulo deixando de emitir gás carbônico na atmosfera durante um ano.
A RNSA é a maior Reserva Particular de Patrimônio Natural (RPPN) do Ceará, tem quatro nascentes, sete trilhas ecológicas, exposições sobre tecnologias sustentáveis e réplicas de animais em tamanho real. O espaço também oferece alojamento com refeitório, dormitório e loja física para os visitantes. A unidade também é reconhecida pela Unesco como Posto Avançado da Reserva da Biosfera da Caatinga, por abrigar uma representativa área de Caatinga preservada e pela interação com as unidades rurais do seu entorno.
Projeto No Clima da Caatinga
O projeto realizado pela Associação Caatinga em parceria com a Petrobras, por meio do Programa Petrobras Socioambiental, atua no semiárido brasileiro desde 2011 e atualmente está em sua quarta fase. O objetivo é diminuir os efeitos potencializadores do aquecimento global por meio da conservação do semiárido, a partir do desenvolvimento de um modelo integrado de conservação da Caatinga.
Sobre a Associação Caatinga
A Associação Caatinga é uma organização da sociedade civil, sem fins lucrativos, cuja missão é
promover a conservação das terras, florestas e águas da Caatinga para garantir a permanência de todas as suas formas de vida. Desde 1998, atua na proteção da Caatinga e no fomento ao desenvolvimento local sustentável, incrementando a resiliência de comunidades rurais à semiaridez e aos efeitos do aquecimento global.
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