quinta-feira, 20 de fevereiro de 2025

Museu da Imagem e do Som realiza seminário “Ecos da Liberdade: Memórias e Resistências pelos Lugares no Tempo”

O evento acontece no sábado (22) e promoverá discussões sobre memória, direitos humanos e justiça, destacando a resistência durante a ditadura militar brasileira

O Museu da Imagem e do Som do Ceará promove neste sábado (22) o Seminário “Ecos da Liberdade: Memórias e Resistências pelos Lugares no Tempo”. O evento acontece das 9h às 18h, no auditório do MIS. As inscrições são gratuitas e devem ser feitas neste link. O MIS integra a Rede Pública de Equipamentos Culturais da Secretaria da Cultura do Estado do Ceará, com gestão parceira do Instituto Mirante de Cultura e Arte. 

Seminário Ecos da Liberdade: Memórias e Resistências pelos Lugares no Tempo

No sábado (22), acontece das 9h às 18h, no auditório do MIS, o Seminário Ecos da LIberdade: Memórias e Resistências pelos Lugares no Tempo. O evento promoverá discussões sobre memória, direitos humanos e justiça, destacando a resistência durante a ditadura militar brasileira. Uma das falas é sobre o tema “Mulheres em Luta! Arquivos de Memória Política”, que revisita testemunhos de mulheres cujas vidas foram marcadas pela repressão, evidenciando suas redes de resistência e afeto. O seminário também abordará as contribuições de Beatriz Nascimento, historiadora e ativista que destacou a importância das comunidades quilombolas e da identidade negra no Brasil. Outros temas incluem reflexões sobre a ditadura, memória, verdade e justiça, enfatizando a importância de preservar e reconhecer as histórias de luta e resistência no país.

Programação
A programação terá início às 9h com uma abertura institucional. Às 9h30, acontece a mesa sobre “Mulheres em Luta! Arquivos de Memória Política”, com Ana Pato, Caroline Junqueira e Aureli Alves. A conversa aborda os processos de pesquisa, curadoria e organização dos arquivos que evidenciam a trajetória de mulheres na resistência política, destacando suas lutas contra opressões e em defesa da democracia. O encontro busca ampliar o debate sobre memória, gênero e justiça social, valorizando o papel das mulheres na construção da história e na preservação de narrativas de resistência. 
Às 11h, haverá uma mesa sobre o tema “Negro é um rio que navego em sonhos", com a curadora Aline Furtado e a escritora Cíntia Guedes. A atividade abordará os processos curatoriais, as narrativas visuais e a potência da arte negra na construção de memória e identidade. O encontro será um espaço de troca sobre ancestralidade, territórios e sonhos, refletindo sobre as formas de resistência e pertencimento na arte contemporânea.
Às 13h30, acontece uma mesa sobre o processo de pesquisa e execução do documentário "Escuridão na Terra da Luz", de Popy Ribeiro, sobre a ditadura civil militar no Ceará. O diretor irá compartilhar com o público suas experiências e processos de pesquisa, produção e realização do filme. A atividade tem como objetivo discutir os desafios e metodologias do cinema documental e sua relação com a memória, história e identidade cultural.
Às 15h, haverá a mesa “O legado de Beatriz Nascimento”, com Alex Ratts e Elissânia Oliveira.  Um encontro dedicado a refletir sobre o legado da historiadora, ativista e intelectual negra que redefiniu a compreensão sobre quilombos, resistência e identidade afro-brasileira. Por meio de sua luta antirracista e defesa dos quilombos como espaços de liberdade e reconstrução histórica, o evento celebra sua obra e inspira debates fundamentais sobre justiça social e memória coletiva.
Encerrando a programação, às 17h terá início a mesa “Jogos em Tempos de Guerra: As mulheres e a luta pela anistia no Brasil dos anos 1970”, com Ana Rita Fonteles e mediação de Cícera Barbosa.  A atividade propõe um debate sobre a participação das mulheres na luta pela anistia durante a ditadura militar no Brasil. A partir das estratégias de resistência e mobilização, serão discutidos os impactos desse movimento na redemocratização do país e na construção da memória histórica. O encontro busca destacar o papel das mulheres como protagonistas na defesa dos direitos humanos e da justiça, resgatando suas vozes e narrativas na luta contra a repressão.

Participantes
Ana Pato: Curadora, pesquisadora e Diretora Técnica do Memorial da Resistência de São Paulo, Ana Pato é doutora em Arquitetura e Urbanismo pela FAU-USP e mestre em Artes Visuais pela Faculdade Santa Marcelina. Foi curadora das exposições Mulheres em luta! Arquivos de memória política (2023), Yona Friedman: Democracia (2020), Meta-Arquivo: 1964-1985. Espaço de escuta e leitura de histórias da ditadura (2019), Quanto Pesa uma Nuvem?, de Giselle Beiguelman (2016),  e curadora-chefe da 3ª Bienal da Bahia  (2014). É autora de Literatura Expandida:  arquivo e citação na obra de Dominique Gonzalez-Foerster  (Edições Sesc: Videobrasil, 2012).    

Caroline Junqueira: Curadora e pesquisadora. Integra a Ação Cultural do Memorial da Resistência de São Paulo, onde realizou a pesquisa e assistência de curadoria das exposições Mulheres em Luta! Arquivos de Memória Política (2023-2024); Memórias do Futuro: Cidadania Negra, Antirracismo e Resistência (2022-2023) e Yona Friedman: Democracia (2021-2022). Foi assistente de curadoria e pesquisa das exposições Meta-Arquivo: 1964-1985 (2019, Sesc Belenzinho), Ensaio Aberto (2019, Praça das Artes), Palavras Somam (2019, MAB FAAP) e Componentes e Constelações de uma Cidade Partida(2019, MAB FAAP Centro). É formada em Arquitetura e Urbanismo pela Universidade de São Paulo (FAUD-USP) e possui pós-graduação em Estudos e Práticas Curatoriais pela Faculdade Armando Alvares Penteado (FAAP). 

Aureli Alves: Aureli Alves de Alcântara é licenciada em História pela Universidade de São Paulo (USP), com especialização em Museologia e mestrado em Arqueologia pelo Museu de Arqueologia e Etnologia da mesma instituição. Atualmente, coordena o Programa de Ação Educativa do Memorial da Resistência de São Paulo, onde desenvolve iniciativas voltadas para a educação em direitos humanos e preservação da memória política. Em 2023, contribuiu para a exposição "Mulheres em Luta! Arquivos de Memória Política", que destacou o protagonismo feminino nas lutas por democracia e justiça social no Brasil.

Aline Furtado: Artista, curadora, produtora cultural, advogada e realizadora audiovisual, Ana Aline Furtado nasceu no sertão dos Inhamuns, região fronteiriça entre Piauí e Ceará. Sua trajetória atravessa múltiplos territórios de luta e criação, unindo educação popular, defesa de direitos e pensamento curatorial em projetos profundamente ligados às narrativas decoloniais e afrodiásporas. Ana Aline integra a TERRA (coletiva) como diretora criativa, onde articula experiências vividas com saberes acadêmicos e culturais em artes visuais, cinema, gestão e produção cultural. Com uma formação diversificada que inclui o Cinema e Realização Audiovisual pela Escola Pública de Audiovisual Vila das Artes e uma vasta trajetória em curadoria e pensamento crítico, ela é referência no trabalho com artistas racializados e na amplificação de debates sobre questões raciais e anticoloniais.

Cíntia Guedes: Artista, pesquisadora e curadora brasileira, cujo trabalho se aprofunda nas questões de negritude, ancestralidade e resistência. Professora no Instituto de Humanidades, Artes e Ciências Professor Milton Santos (IHAC) da Universidade Federal da Bahia (UFBA), desenvolve pesquisas voltadas para arte e cultura negra. Doutora em Comunicação pela UFRJ, suas investigações exploram as interseções entre arte, cultura e identidades negras, abordando temas como racismo, sexismo e a produção de subjetividades, com ênfase nas narrativas de mulheres negras. Seu escrito inspirou e fundamenta curatorialmente a exposição Negro é um Rio que Navego em Sonhos. Na curadoria, esteve à frente da exposição Indomináveis Presenças (CCBB Brasília), reunindo 114 obras de artistas negros, indígenas, queer e de outras comunidades historicamente marginalizadas. Cíntia também participa ativamente de debates sobre a representatividade negra e indígena no mercado de arte contemporânea, ampliando as discussões sobre inclusão e visibilidade no cenário artístico brasileiro.

Popy Ribeiro: Diretor de cena e fotografia brasileiro com 40 anos de experiência no setor audiovisual. Ao longo da carreira, atuou em emissoras como Rede Globo, Bandeirantes e Record, além de diversas produtoras nos estados de São Paulo, Espírito Santo, Bahia e Ceará. Foi fundador da Baião de Dois Filmes, empresa que operou por 14 anos no mercado publicitário e corporativo cearense. 

Entre os trabalhos de destaque está o documentário "Escuridão na Terra da Luz" (2022), que resgata locais históricos de Fortaleza associados à repressão durante a ditadura civil militar brasileira. O filme apresenta relatos de perseguidos políticos e seus familiares, mapeando espaços urbanos que foram palco de manifestações, prisões, torturas e mortes de militantes. A obra foi premiada como Melhor Longa-metragem na Mostra Olhar do Ceará durante o 32º Cine Ceará.

Alex Ratts: – Artista visual no movimento negro (1990-1999) e educador popular junto ao Instituto da Memória e do Povo Cearense (1993-2000). Graduado em Arquitetura e Urbanismo pela Universidade Federal do Ceará (1988), mestre em Geografia e doutor em Antropologia pela Universidade de São Paulo. Professor titular da Universidade Federal de Goiás e colaborador na Universidade Federal do Maranhão. Escreveu “Eu sou Atlântica: sobre a trajetória de vida de Beatriz Nascimento” (Imprensa Oficial/Instituto Kuanza, 2006) e “Lélia Gonzalez” (Selo Negro, 2010), este, em coautoria com Flávia Rios. Organizou coletâneas com textos de Beatriz Nascimento: “Todas (as) distâncias: poemas ensaios e aforismos” (Ogum’s Toques, 2015), com Bethania Gomes; “Uma história feita por mãos negras” (Zahar, 2021) e “O negro visto por ele mesmo” (Ubu Editora, 2022). Publicou a coletânea de poemas “beira-marinho” (Salvador, Segundo Selo, 2020). É poeta e ativista negro e lgbtqiapn+.

Elissânia Oliveira: Mulher preta, periférica e candomblecista. Formada em História pela Universidade Federal do Ceará, especialista em História do Brasil pela Universidade Estadual do Vale do Acaraú, mestra em Ensino de Sociologia pela Universidade Federal do Ceará, Professora da rede de ensino do Estado do Ceará.  Área de atuação e interesse: Questões étnico-raciais, Humor e racismo, Ensino de História, Ensino de Sociologia, Educação Antirracista, Teatro e Educação, práticas pedagógica de promoção ao orgulho racial.

Ana Rita Fonteles:
Professora associada do Departamento de História da Universidade Federal do Ceará (UFC). Ministra disciplinas nas áreas de Teoria da História e Prática de Ensino na graduação. Integra o Programa de Pós-Graduação em História da UFC e o Mestrado Profissional em História -Profhistoria (UFC).  É doutora em História Cultural pela UFSC e mestra em História Social pela UFC. Graduada em Comunicação Social/Jornalismo pela Universidade Federal do Ceará.  Coordena o Grupo de Pesquisas e Estudos em História e Gênero (GEPEHG), na UFC. Autora dos livros Jogos da Memória - o Movimento Feminino pela Anistia no Ceará (1976-1979) e Carmen da Silva - o feminismo na imprensa brasileira.

Cícera Barbosa:
É educadora popular, professora de História e pesquisadora com foco em questões raciais e de gênero. Atua como curadora de exposições e é militante nos movimentos de memória, verdade e justiça, além de ser presidente da Associação dos Amigos do Museu do Ceará.

SERVIÇO:
Seminário Ecos da Liberdade: Memórias e Resistências pelos Lugares no Tempo
Data: 22 de fevereiro (sábado)
Horário: 9h às 18h
Local: auditório do MIS 
Inscrições: neste link

MUSEU DA IMAGEM E DO SOM DO CEARÁ
Endereço: Av. Barão de Studart, 410. Meireles.
Entrada: gratuita.
Acompanhe a programação completa no Instagram: @mis_ceara.

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