A exposição conta com 40 obras de artistas nordestinos e fica aberta ao público até 01 de julho, na Casa do Barão de Camocim
Em diálogo com diversos campos criativos das artes visuais, a exposição da 74º edição do Salão de Abril abre para visitação neste sábado (29/04), às 18h, no Centro Cultural Casa do Barão de Camocim. O vernissage, evento de lançamento, será aberto ao público com as presenças dos artistas contemplados e da curadoria. A mostra seguirá aberta para visitação, de 02 de maio a 01 de julho, de terça a sexta, das 10h às 17h, e aos sábados, das 10h às 16h. O acesso é gratuito.
Durante o vernissage, os visitantes puderam conferir as obras que compõem a edição de 2023 da mostra, entre instalações, fotografias, pinturas, ilustrações, performances, entre outros trabalhos. Haverá, ainda, apresentações culturais. O Salão de Abril seguirá pelos próximos dois meses com programação intensa, repleta de diversas formas de arte, performances, seminários, leitura de portfólio, além de intervenções artísticas que serão realizadas no decorrer da exposição.
O Salão de Abril é uma das mostras de artes visuais mais antigas da América Latina e de grande importância nacional, que acontece há mais de sete décadas em Fortaleza. A ação cultural é promovida pela Prefeitura de Fortaleza, por meio da Secretaria Municipal da Cultura de Fortaleza (Secultfor), em parceria com o Instituto Cultural Iracema (ICI).
Este ano, o Salão de Abril presta uma homenagem a um dos artistas visuais mais importantes do cenário nacional: o cearense José Leonilson Bezerra Dias, ou simplesmente Leonilson (1957-1993). Com uma obra vasta e multifacetada, Leonilson deixou sua marca na arte brasileira, conquistando admiradores por todo o mundo.
74ª edição do Salão de Abril
O 74ª Salão de Abril recebeu inscrições de obras em 9 modalidades: instalação (91 obras), pinturas (66), fotografia (60), videoarte (36), desenho (25), escultura (24), colagem (17), performance (14) e gravura (6). Ao todo, teremos 40 projetos expostos, sendo 36 de artistas do Ceará e 4 de artistas de outros estados do Nordeste. Neste ano, a equipe curatorial é composta pelos cearenses Jonas Van, Galciani Neves e Victor Perlingeiro.
Dos 341 projetos validados para concorrer ao edital, 315 são do Ceará, sendo 251 de Fortaleza e outros 64 de municípios cearenses como Maracanaú, Caucaia, Juazeiro do Norte, Crato, Sobral, Eusébio, Iguatu, entre outros. Foram escolhidos 26 projetos dos estados nordestinos, oriundos de Alagoas, Bahia, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Norte e Sergipe.
Confira aqui a lista de artistas e trabalhos expostos no 74º Salão de Abril
Para Cássia Campos, diretora-presidente do Instituto Cultural Iracema (ICI), o Salão de Abril tem um papel fundamental na valorização e no reconhecimento da produção artística da região Nordeste. “Através da seleção de obras plurais e da premiação de artistas, o evento contribui para a difusão da arte contemporânea nordestina, colocando em evidência a diversidade cultural e riquezas criativas da região”, afirma.
“O Salão de Abril é um espaço inspirador em constante transformação que sempre acolhe obras reveladoras. A homenagem a Leonilson enaltece a mostra e resgata o espírito de vanguarda do evento. É um evento fantástico imperdível. Convidamos a todos os fortalezenses e turistas para prestigiarem as artes plurais que estarão expostas”, comentou o secretário municipal da Cultura de Fortaleza, Elpídio Nogueira.
“Nos debruçamos sobre os quase 400 processos inscritos e ousamos conviver com o imenso desafio de seleção de trabalhos para serem apresentados na Casa do Barão de Camocim, prédio tombado e com muitas camadas, histórias e questões. A parceria com artistas e com as equipes foi imediata e fundamental para construir uma mostra com diversidade de linguagens, de gestos, de lugares de fala”, assinalam os curadores.
Sobre Leonilson
José Leonilson Bezerra Dias nasceu em Fortaleza-CE, no dia 1º de março de 1957. Em 1961, Leonilson muda-se para São Paulo, ainda pequeno, e logo cedo começa a demonstrar o seu interesse pela arte. Passou pela Escola Panamericana de Arte e depois ingressou no curso de Artes Plásticas da Fundação Armando Álvares Penteado (FAAP), entre 1977 e 1980, frequentando as aulas dos artistas Nelson Leirner, Júlio Plaza e Regina Silveira. Em 1979, participa da sua primeira exposição coletiva “Desenho Jovem”, no Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo. Ao todo, o artista participou de 282 exposições. O curso da FAAP é abandonado em 1980 e, ano em que ele participa da mostra Panorama da Arte Atual Brasileira/Desenho e Gravura, no Museu de Arte Moderna de São Paulo. Faz parte do grupo de artistas que revolucionou o meio artístico brasileiro com a retomada do “prazer” da pintura, conhecido como Geração 80.
A obra de Leonilson abrange diferentes formas de expressão, como pintura, desenho, bordado, escultura e instalações. Para a crítica de arte Lisette Lagnado, sua arte era movida pela necessidade de registrar sua subjetividade, sendo suas peças construídas como cartas para um diário íntimo. Durante sua trajetória, Leo criou elementos que se tornaram recorrentes em sua produção, tais como o livro aberto, a torre, o radar, o átomo, o coração, a espiral, o relógio, a bússola e a ampulheta, entre outros.
Foi convidado pela Prefeitura de Fortaleza, em 1984, a participar do projeto Arte Urbana, com a criação em linguagem de tessela da obra Torre na Praia, instalada na Praia de Iracema. No ano anterior, participou da exposição coletiva, na abertura da Arte Galeria, com a curadoria de Dodora Guimarães. Em 1986, aceita convite de Sérvulo Esmeraldo e participa da I exposição internacional de esculturas efêmeras (CE). Leonilson faleceu na casa dos pais, em 28 de maio de 1993, aos 36 anos.
Serviço
SALÃO DE ABRIL 2023
Local: Centro Cultural Casa Barão de Camocim
(Rua General Sampaio, 1632 - Centro)
Funcionamento: de terça a sexta, das 10h às 17h, e aos sábados, das 10h às 16h.
O acesso é gratuito.
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