Projeto TEAR promove vivência e produtos de
comunidades quilombola e indígena com design contemporâneo
Nos dias 6 e 7 de dezembro, quem estiver em Fortaleza poderá
dar um breve mergulho na ancestralidade dos povos originários e negros do
Ceará. O projeto TEAR se propôs a tecer uma ponte entre a arte, as tradições
ancestrais negras e indígenas e os tempos modernos, e o resultado deste
trabalho será apresentado ao público neste período em dois momentos: uma
Vivência com a comunidades quilombola e indígena; e na Feira Mercado
Criativo com a venda de produtos dos mesmos no Mercado dos Pinhões. O projeto
foi contemplado no VII Edital das Artes da Prefeitura de Fortaleza e
desenvolvido pela Cria Assessoria e Produção Cultural junto às comunidades
quilombola da Serra do Juá, em Caucaia, e indígena Pitaguary da aldeia Monguba,
em Pacatuba.
Vivência
com as Comunidades
No dia 6 (sexta), o Centro Cultural Belchior, na Praia de
Iracema, recebe representantes das duas comunidades para uma tarde de muita
troca de saberes e boas energias. Às 16h, o público poderá participar de uma
conversa sobre o projeto com os artesãos das comunidades e com a coordenação
artística do Projeto, que será seguida de uma vivência criativa com os
artesãos. Para encerrar a tarde de trocas, o largo Luís Assunção será palco
para o povo Pitaguary realizar uma roda de Toré, ritual ancestral que une dança
e religiosidade, e os Quilombolas fazerem uma tradicional roda de Ciranda.
Mercado
Criativo
No sábado (7), a partir das 16h, os artesãos participam da Feira Mercado
Criativo, no Mercado dos Pinhões, quando será disponibilizado para venda ao
público os produtos desenvolvidos durante a execução do TEAR. Estarão
disponíveis 130 peças, entre vestuário e acessórios como colares, brincos e
bolsas confeccionados a partir da imersão de designers contemporâneos nas duas
comunidades, realizada de julho a novembro, aliando os fazeres ancestrais à
modernidade. As peças custam entre R$ 10,00 e R$ 70,00 e, posteriormente,
estarão disponíveis no site http://www.projetotearce.com. br.
Sobre
o TEAR
O TEAR surgiu para valorizar o artesanato cearense e a
cultura tradicional por meio de experimentações, intercâmbios artísticos e
capacitações criativas, conectando artesãos quilombolas e indígenas aos
empreendedores criativos de Fortaleza, que participam das feiras de artes
promovidas pela SECULTFOR. De julho a novembro, criou-se um canal criativo, de
troca de referências e práticas sustentáveis para obtenção de produtos
inovadores, respeitando e valorizando suas tradições culturais. O TEAR construiu
uma teia dentro da economia criativa que uniu os saberes, afetos e trocas entre
as comunidades, suas expressões culturais, tradições, trajetórias de
resistência e luta em harmonia com a cultura contemporânea.
“Desde os primeiros encontros já se evidenciou uma sintonia
fina, um respeito mútuo, entre os designers e os artesãos. A habilidade técnica
aliada à inventividade destes diferentes grupos proporcionou momentos
singulares às vivências”, celebra Germana Vitoriano, coordenadora geral do
TEAR. “Todos os envolvidos quiseram aprender uns com os outros, repassar os
saberes dos seus ofícios, produzir de maneira coletiva. Certamente, foi este
compartilhamento de referências tecnológicas e práticas sustentáveis que
proporcionou a obtenção de produtos criativos e inovadores”, complementa.
Para este intercâmbio, foram convidados pelo projeto o
estilista Matias, as designers Iara Reis, Claudia Pessoa, da CpDesign Store,
Joana Gurgel, da Tenda Boho, e Juliana Farias, da TransBordando. Os designers
desenvolveram ações de reconhecimento e valorização do conhecimento, integrando
a preservação da vida social, crenças e modos de produção artesanal e o
crescimento econômico sustentável das comunidades tradicionais cearenses. As
expressões culturais estão manifestadas através do artesanato, acessórios,
indumentárias e pinturas corporais, em diálogo com a produção ligada à moda e
design.
Ancestralidade
e modernidade
A comunidade quilombola da Serra do Juá desenvolve o projeto
Zumbi, que alia artesanato e costura e é realizado exclusivamente pelas
mulheres da comunidade. A estrela do projeto são as tradicionais colchas de
retalhos. O trabalho com os recortes de tecido vai ganhar novas aplicações
dentro do TEAR, com a confecção de roupas e acessórios. Já os Pitaguary de Monguba
têm como destaque no seu trabalho artesanal a confecção de peças feitas a
partir do barro e da palha, tanto para uso decorativo como como utensílios
cotidianos, além de bordados, acessórios e adornos. Dentro do TEAR, a arte
tradicional ganha novos contornos e nuances, sem perder suas características
identitárias.
Serviço:
Vivência
com as Comunidades
Data: 6/12
Local: Centro Cultural Belchior e Largo
Luís Assunção
Horário: a partir das 16h
Gratuito
e aberto ao público
Feira
Mercado Criativo
Data: 7/12
Local: Mercado dos Pinhões
Horário: a partir das 16h
Aberta
ao público
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