quinta-feira, 13 de agosto de 2015

SHOWS

Karine Alexandrino lança novo show, "Mulher Tombada"


Cantora apresentará música inéditas de seu novo CD no próximo sábado, dia 15, às 20h, no anfiteatro do Centro Dragão do Mar

"Mulher Tombada: Sucesso é para os fracos. Uma sentença, um karma, uma constatação." Este é o nome do show de retorno da artista cearense Karine Alexandrino. Diva anti-diva, bendita entre os malditos, a cantora e performer volta à cena uma década após o aclamado disco "Querem acabar comigo, Roberto", de 2004. "Foi uma gestação longa. Os últimos 10 anos trouxeram um programa de TV, uma turnê nacional, um filho, um divórcio, uma temporada esticada em São Paulo, uma rehab e uma total imersão no estudo das artes visuais. Tudo para chegar a este momento", conta.
O show, que estreia no próximo sábado, dia 15, no anfiteatro do Centro Dragão do Mar de Arte e Cultura, é um resumo da ópera que foi a vida de Karine e antecipa as canções do novo disco, "Mulher Tombada".
O disco celebra o final da trilogia de Producta, persona encarnada por Karine em 2002, no disco de estreia (Solteira Producta), que agora sai de cena para dar lugar à emblemática "Mulher Tombada".
Em comum, os três discos trazem a assinatura de músico multiinstrumentista Dustan Gallas (Cidadão Instigado, Realejo Quartet), principal parceiro criativo de Karine nos últimos 13 anos. "Meu encontro com o Dustan é mágico e visceral. Criamos música em questão de minutos", elogia a artista.
Na sonoridade, as composições continuam o flerte e o blefe com estética retrô e kitsch. "Sou uma flapper", diz, evocando os loucos anos 20 de Zelda e Scott Fitzgerald, "que leu 'A Queda', do Camus, e perdeu-se em algum lugar dos 60s".
  

Discurso, imagem, surrealismo & perucas
Já para o show "Mulher Tombada: o sucesso é para os fracos", Karine conta com a colaboração com Ivan Timbó, responsável pela tradução musical para o palco da atmosfera dramática do disco.
Cada vez mais interessada na interface das artes visuais, Karine continua investindo no uso do próprio corpo como mensagem.
Com uma atitude desafiadora, ávida para abordar questões sobre gênero e empoderamento da mulher, a persona Tombada abdica do nome próprio (a artista canta sobre isso em "Meu nome é Igual", do novo disco), para discutir o real lugar da fêmea libertária em um universo cada vez mais ortodoxo.
Com direção artística do parceiro de longa data Charles W. (também diretor do show "Solteira Producta"), o show explora a imagem de Karine como performer, interagindo com projeções em vídeo de pérolas surrealistas do cinema underground japonês, russo e polonês, circa 1960-70.
O figurino ("sempre utilizei a moda como plataforma de discurso", lembra a artista) tem looks criados especialmente para o show, assinados pelo neotalento André Sampaio, bem como peças de outro colaborador antigo, Lindebergue Fernandes, e chapeus e adereços de Jomara Cid. A história de Karine com a moda vem de longe e a artista conta com a colaboração de estilistas como Walério Araujo, Mark Greiner e Weider Silveiro - para quem cantou no desfile, durante a Casa de Criadores (SP) e o Dragão Fashion Brasil (CE).
No visagismo, Karine conta com as maxiperucas do hair designer Roni, que funcionam quase como um exoesqueleto para a Mulher Tombada.


 
Toda nudez será tombada
Inteiramente nua na capa e nas fotos de divulgação do novo disco, a Mulher Tombada surge despida e exposta. "Mas talvez seja uma nudez só aparente, já que tem todo um discurso que veste essa persona", explica, inserindo Tombada no rol de mulheres contestadoras e sexualmente afirmativas, ao lado de performers que utilizam o corpo como plataforma, como a inglesa Nadia Lee Cohen, a fotógrafa americana Nan Goldin, a ilustradora Tracey Emin e a brasileira Lenora de Barros.
Para realizar as fotos de divulgação, Karine acionou outra parceria longeva: o fotógrafo Nicolas Gondim registrou a artista de forma crua, com styling de Ana Margaretta e maquiagem de Andreia Reis.
O resultado, promove a força do corpo feminino, como templo, instituição e instrumento político: "não sou falsa. Sou transparente e vou usar isso como bandeira". A primeira performance despida da Mulher Tombada aconteceu em julho, durante a edição do projeto "Percursos Urbanos", que registrou a persona nua em ícones urbanos de Fortaleza.
Sob a nudez reside o principal conceito do disco "Mulher Tombada": "nua, espero a destruição", finaliza.
Em seu celebrado 'comeback', Karine Alexandrino traz um convite explícito: "venha ser você mesmo e tombar comigo".


SERVIÇO
Show de Karine Alexandrino - Mulher Tombada
+ Dia 15, às 20h, no Anfiteatro do Dragão do Mar. Acesso gratuito.

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