Nascido e criado em um ambiente onde a arte sempre foi parte do cotidiano, Enrico Alves de Lima celebra o impacto que a obra do pai, Chitãozinho, exerce na sua vida, e a força da conexão que a música provoca nas pessoas
Com a música presente no seu dia a dia desde o berço, Enrico Alves de Lima pode dizer que sua vida é embalada por uma extensa trilha sonora. A memória construída da infância à fase adulta é atravessada pela residência em Campinas, a famosa chácara do pai ali perto, em Jaguariúna, e o refúgio de férias na fazenda da família em Goiás, onde o contato com a natureza lhe trouxe ainda mais paixão à vida ao ar livre. Entre passeios a cavalo,dias de pesca e bastidores de grandes palcos, a música emoldura seu repertório afetivo, a ponto de despertar seu talento e um inevitável entusiasmo vocacional por cantar, compor e tocar.
O pai, José, que o Brasil conhece como Chitãozinho, desde cedo percebeu e incentivou a veia musical do garoto, filho da bailarina formada Márcia Alves. Aos 11 anos, o menino já se via sob os holofotes, integrado ao elenco do musical “Menino Maluquinho”, espetáculo criado a partir do icônico personagem de Ziraldo.
Vieram outros projetos, como “Coração Cowboy” e “Sistema Bruto”, experiências que enriqueceram seu desenvolvimento e formação, mas a música sempre ocupou o foco de seus planos. E foi com a bagagem de alguém que ano após ano se debruçou sobre o aprendizado capaz de unir talento e estudo que ele lançou, neste ano de 2024, o primeiro álbum: “Um Dia de Sol”.
Com nove faixas inéditas, o trabalho traz uma releitura própria de “She’s Not Crying Anymore”, canção gravada originalmente por Billy Ray Cyrus e que foi estrondoso sucesso na versão do pai e do tio Xororó. A ideia de repertório se apega ao sertanejo pop, refletindo o DNA das raizes familiares na busca por um som contemporâneo.
Além da forte referência vinda de casa, a opção de Enrico pelo gênero se justifica pelo fascínio que o sertanejo provoca no grande público, na arte de transmitir emoções e contar histórias. Das letras às canções, o sertanejo gera conexão e engajamento, ativando de modo extraordinário a memória afetiva da plateia, que se reconhece nos enredos e encontra ressonância em suas próprias experiências.
É nisso que ele acredita, com o efeito de quem testemunhou, da coxia de grandes shows, o eco vindo dos corais espontaneamente formados por multidões.
Para Enrico, o relacionamento com os fãs é fundamental e digno de ser valorizado por meio de interações que fortaleçam um vínculo verdadeiro. No primeiro show solo,realizado na referendada casa paulistana Vila Country, ele se encantou com a oportunidade de se conectar ao vivo com o público.
“A música, para mim, é mais do que um meio de expressão; é uma forma de criar boas lembranças e emoções duradouras”, afirma. “O mais bacana nessa jornada é chegar ao coração das pessoas por meio da música, e não por questão da vaidade de quem busca ser reconhecido como artista – embora eu não vá negar que isso é maravilhoso. Mas o que me entusiasma nesse propósito é levar minha música a novos horizontes e seguir contando histórias que inspirem e unam as pessoas”, completa.
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