quarta-feira, 6 de julho de 2022

PRÓXIMO DOMINGO

Indicada duas vezes ao Grammy, cantora Assucena estreia carreira solo com apresentação no Cineteatro São Luiz

O repertório do show inclui seu mais recentemente lançamento, “Ela”, homenagem e releitura da canção gravada por Elis Regina há 50 anos

A cantora e compositora Assucena estreia sua carreira solo em Fortaleza, no próximo dia 10 de julho (domingo), com a apresentação de “Minha voz e eu” no Cineteatro São Luiz, às 18h. Depois de seis anos à frente da banda “As Baías”, com a qual foi indicada duas vezes ao Grammy Latino e recebeu dois Prêmios da Música Brasileira, a artista iniciou em dezembro de 2021 esta nova etapa de sua carreira artística.
“Minha Voz e Eu” é uma conversa entre a voz, a distorção, a melodia e a tecnologia. O show passeia por beats, violão e guitarra com um repertório autoral que se mescla à tradição da música popular brasileira, incluindo canções consagradas de Gonzaguinha, Caymmi, Gal, Luiz Melodia e Tom Jobim. A tradição no seu encontro com o contemporâneo. Assucena  conta que o show apresenta sua intimidade musical, a partir de um estudo de timbres e de manifestações sensíveis de sua voz. “Minha voz é a metáfora concreta e etérea de minha liberdade”, afirma.
Acompanhada pelo multi-instrumentista Rafael Acerbi, que assina a direção musical do show, os artistas exploram também o potencial do instrumental com o violão, guitarras com distorção e  bases minimalistas. “É um show onde eu me conecto com aquilo que eu gosto de ouvir, com algumas composições minhas, porém todas repaginadas. Estamos rearranjando tudo que eu já gravei e encontrando uma nova roupa para essas músicas”, explica Assucena.
Dentre as canções que integram o repertório do show, estão os dois primeiros singles dessa nova fase de sua carreira, lançados em 2022: a canção autoral inédita “Parti do Alto” e uma releitura-homenagem de “Ela”, gravada por Elis Regina há 50 anos.

PARTIDO ALTO, canção de estreia de sua carreira solo, foi escolhida pela artista por sua história pessoal com a faixa. Com  referência direta ao estilo de samba “partido alto”, a cantora baiana explora um tom crítico em sua letra, evitando todavia o panfletarismo. “Quis gravá-la porque gosto de temáticas que não sejam óbvias, gosto da quebra de ‘gênero-musical’ que ela apresenta. Penso que vivo um momento de me relacionar afetivamente com minha criação. Acho que mais que uma atmosfera pop, a sonoridade dela e desse compacto se expressa por uma busca do contemporâneo”, completa Assucena. “‘Parti do Alto’ vem de uma vibe dançante para um samba-canção melancólico, essa conversa existe via a antropofagia, algo próprio da cultura brasileira. É uma canção que se reivindica iconoclasta em sua mensagem, uma voz feminina que quebra símbolos fálicos e questiona sua sacralidade; monumentos fálicos como metáfora da história do patriarcado que foi naturalizada, ao se apropriar da própria natureza e do culto à hegemonia ‘masculina’, vulgo falocentrismo”, reflete Assucena.

Em seu segundo lançamento, Assucena homenageia Elis Regina com sua releitura de ELA, clássica letra de Aldir Blanc e César Costa Filho eternizada na voz de uma das principais artistas do país em seu álbum de 1971, também intitulado Ela. Assucena conta que “Ela” dialoga temática e esteticamente com o primeiro single lançado, Parti do Alto. “Uma canção autoral e uma versão; o contemporâneo e a memória; a tradição e a transformação. As duas canções expressam a condição e a superação do patriarcado”, explica Assucena, que neste momento está em estúdio gravando seu primeiro álbum desta nova fase da carreira. A artista conta que Elis sempre foi uma de suas principais referências, e “Ela” uma de suas canções favoritas. “Esta canção, ‘Ela’, era uma música que eu cantarolava em casa. Nesse sentido, não foi difícil escolher. Entendo esse ‘Ela’ como polissêmico, traz muitas ‘elas’ carregadas neste ‘ela’ singular. A interpretação de Elis vai para uma linha melancólica, uma mulher num quase estado de resignação social. Minha ideia nesta releitura foi trazer uma mulher mais contemporânea, que apesar da dor no peito, dança. E dança sem se importar com quem quer que seja. Sinto que eu também faço parte dessa mulher contemporânea”, explica. “Na sonoridade, trouxe um pouco do samba rock, mas sem abrir mão do retrô. Jorge Ben Jor e Novos Baianos são inspirações importantes para este trabalho”, detalha Assucena.

A artista tem em sua bagagem projetos ao lado de importantes referências da música brasileira como Elza Soares, Alcione, Daniela Mercury, Ivete Sangalo e Ney Matogrosso; além de colaborações com artistas da nova geração, como Emicida, Linn da Quebrada, Pitty, Liniker, Filipe Catto, Xênia França, Luedji Luna, Maria Gadu, Tulipa Ruiz, Pablo Vittar e Fabiana Cozza. Nascida e crescida no sertão da Bahia, Assucena constrói sua identidade artística a partir das influências da música baiana - em especial o Tropicalismo -, assim como das mais variadas vertentes da música popular brasileira, em composições e interpretações que dialogam com ritmos diversos como o samba, o rock e a música pop contemporânea.

SERVIÇO DO SHOW

Assucena em “Minha voz e eu”
Data: 10 de julho de 2022
Local: Cineteatro São Luiz
Horário de início do show: 18h
Ingressos: https://bileto.sympla.com.br/event/74325/d/144764/s/947387

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