Mostras “Lembrança de algum lugar”, da pintora cearense Paula Siebra, e "O Sertão Virou Mar" chegaram ao Sobrado Dr. José Lourenço
Artista visual formado em Cinema e Artes Gráficas nos Estados Unidos, Azol dirigiu curta-metragens e produziu conteúdos para as TVs Manchete, Bandeirantes e Globo e chega com exposição "O Sertão Virou Mar" em Fortaleza, que foi aberta no sábado no Sobrado Dr. José Lourenço.
Calma e contemplação são adjetivos que bem descrevem o trabalho da pintora Paula Siebra, assim como temas e visualidades pertencentes ao imaginário cearense, sua terra natal. O Sobrado Dr. José Lourenço também recebeu o lançamento da primeira exposição da artista em Fortaleza, “Lembrança de algum lugar”, com curadoria de Carolina Vieira. A abertura também aconteceu no sábado (2).
Siebra investiga as possibilidades da forma visual a partir de referências locais. A exposição apresenta sua pesquisa mais recente, que desde agosto de 2021, reflete sobre a cor na pintura de paisagem e sua relação com as garrafas de areia colorida produzidas no Ceará – a Ciclogravura ou Silicogravura.
O interesse pela cor surge a partir de uma viagem realizada à praia de Majorlândia, localizada na cidade de Aracati, no Ceará. Em uma aproximação com os artistas residentes, apresentados através do mestre João Crisóstomo, Paula pôde conhecer o processo de feitura da arte de silicogravura, que a encantou pela delicadeza e complexidade. Fã de pintores como Felix Vallotton e Édouard Vuillard – integrantes dos Nabis, movimento presente na França entre 1888 e 1900 –, a pintora aproxima referências que, à primeira vista, parecem distantes.
"Naquele momento, tive contato com a diversidade de tonalidades das areias coloridas naturais e suas variantes tingidas; e pude perceber a relação tão bonita quanto acidental que existe entre a prática da ciclogravura – chegada ao Aracati em meados dos anos de 1950 e divulgada pela artista da silicogravura Joana Carneiro – e o pós-impressionismo, ambos interessados na estruturação da imagem enquanto acúmulo e justaposição de áreas cromáticas", afirma.
“Mesmo havendo diferentes tipos de desenhos criados com areia colorida, essa construção mais clássica de paisagem infinita marca o trabalho com uma potência poética, tornando o gesto desses artistas algo muito delicado e sutil, como a própria retirada da areia dos morros – que é um gesto bem diferente de como é feita a retirada do minério de ferro lá em Brumadinho”, comenta a curadora Carolina Vieira.
Após o evento de lançamento da exposição, o público poderá conferir a programação artística até o dia 7 de maio, sempre de terça a sexta, das 9h às 16h (acesso até as 15h30), e aos sábados, das 9h às 13h (acesso até as 12h30).
SOBRE A ARTISTA
Paula Siebra é pintora. Nasceu em Fortaleza, Ceará, em 1998. A artista tem como enfoque imagens relacionadas ao dia a dia e à intimidade a partir de uma visualidade ancorada no imaginário nordestino. Suas pinturas têm origem na exploração de temas já consagrados, como retratos, paisagens e naturezas-mortas. Estes motivos, ao longo de sua pesquisa, ganham um caráter peculiar: uma certa simplificação no desenho dos contornos, somada à redução no contraste entre os tons cromáticos, estabelece polarizações entre realidade e sonho – como um devaneio sobre o cotidiano.
Siebra começa a expor no Museu Nacional de Belas-Artes (2017). Desde então, participa de diversas outras exposições coletivas no Rio de Janeiro, em instituições como Centro Cultural da Light (2018) e Centro Cultural dos Correios (2019). Realizou sua primeira individual em 2019, intitulada “Ternura”, na Fábrica Bhering, e estreia na galeria Mendes Wood DM com a individual “Arrebalde”, em São Paulo (2020), seguida de “Arrebol”, em Nova Iorque (2021). De sua primeira residência artística, nasce “O Soar das Horas”, em Bruges, Bélgica (2021). A artista vive e trabalha em Fortaleza.
Exposição "O Sertão Virou Mar", do artista plástico Azol
Artista visual formado em Cinema e Artes Gráficas nos Estados Unidos, Azol dirigiu curta-metragens e produziu conteúdos para as TVs Manchete, Bandeirantes e Globo e chega com exposição "O Sertão Virou Mar" em Fortaleza, que foi aberta no sábado no Sobrado Dr. José Lourenço. Ele trabalhou com publicidade e participou de projetos de criação para a Internet e vídeos institucionais para empresas. Desde 2010, trabalha em seu ateliê em São Paulo, onde realiza pesquisas artísticas em diferentes plataformas (pintura, escultura, colagem, mural, vídeo-arte e fotografia). Realizou exposições individuais e coletivas no Brasil e no exterior (França, EUA e Nações Unidas); e participou de feiras de arte no Carroussel Du Louvre, em Paris e a ArtExpo, em NY.
A exposição "O Sertão virou mar", série de fotomontagens feitas a partir da sobreposição de fotografias com pinturas, combinadas coma utilização de multicamadas de filtros, o intuito é introduzir elementos dramáticos à narrativa, gerando imagens que remetem aorealismo mágico. O mar é uma metáfora utópica para a criação de um sertão que é o contraponto da sua realidade. As fotografias produzidas apresentam fragmentos do real que se impregnam de múltiplos significados e sentimentos, se tornam plural, transformados pelo apelo e provocação que se faz à nossa imaginação.
A rudeza e aspereza dos ambientes fotografados, na maioria dos casos o sertão nordestino, se transformam num mundo repleto de novas realidades, àquelas em que, em nosso inconsciente, as chuvas poderiam revelar: abundância, esperança, fertilidade. O mar é água, a força transformadora do sertão. Convoca-nos a construção de uma possível existência.
Nessas imagens, o horizonte que se estende na fronteira entre a ficção e a realidade, explora situações que provocam a distorção dos cenários, gerando uma representação excêntrica que amplia as percepções. As diferentes leis que regem esse mundo novo são aceitas pelos olhos da realidade óbvia do homem, convidando o observador da mostra "O Sertão virou mar" a explorar suas próprias fantasias e sonhos.
O artista Azol já integrou grupos de estudos de pintura, roteiro, oficinas de poesia e escrita criativa, outra paixão sua. Possui obras nos acervos da Pinacoteca do Rio Grande do Norte, da Funcarte (prefeitura de Natal) e no Sistema Fiern (Federação da Indústria e Comercio do RN). Em 2020, foi diplomado pela Fundação da Cidade de São Paulo (Academia de Ciências, Letras e Artes).
SERVIÇO
"O Sertão Virou Mar"
Do artista plástico Azol
"Lembrança de algum lugar"
De Paula Siebra
No Sobrado Dr José Lourenço
Rua Major Facundo, 500 - Centro de Fortaleza
Visitação gratuita
De segunda a sexta das 9h às 17h
Sábado das 9h as 13h
De 2 de abril a 7 de maio
Gratuita e aberta ao público
Instagram @sobrado154
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