terça-feira, 3 de dezembro de 2024

Proteção em família: vacinas essenciais para viagens com crianças

Viajar em família é uma experiência enriquecedora, mas, para que tudo corra bem, é fundamental garantir que as crianças estejam protegidas contra doenças que podem ser evitadas por vacinas. O pediatra Claudio Ortega, de Niterói, destaca que, além de um calendário vacinal atualizado, algumas viagens exigem imunizações específicas devido aos riscos presentes no destino.
"Cada local possui particularidades no que diz respeito à saúde pública. Antes de qualquer viagem, é essencial consultar o pediatra da criança para analisar o roteiro e verificar quais vacinas são obrigatórias ou recomendadas", orienta Ortega. Ele reforça que a preparação deve ser feita com antecedência, pois algumas vacinas precisam de um intervalo para oferecer proteção completa.

Vacinas obrigatórias por destino
Febre amarela: exigida por diversos países da América do Sul, África e Ásia, a vacina contra a febre amarela é recomendada para crianças a partir de 9 meses. Ortega explica que o Brasil é uma área endêmica, então muitos destinos pedem o comprovante da vacinação. “É importante tomar a dose ao menos 10 dias antes da viagem”, diz. “e se a viagem for internacional, para países em que a vacina é obrigatória, o certificado internacional de vacinação contra a Febre Amarela, emitido pela Vigilância Sanitária, é exigido. A caderneta de vacinação não será aceita!”

Meningite meningocócica: comum em regiões da África subsaariana, a vacina contra meningite é obrigatória para quem visita lugares como o Hajj, na Arábia Saudita. Para crianças, existem esquemas adequados a partir dos 2 meses de idade. E se possível, vacinar com os imunizantes de maior cobertura, e que incluem os sorotipos ACWY e o B também.

Hepatite A: indicada para locais com baixos padrões sanitários, como certas áreas da Ásia e América Latina. "A vacina pode ser aplicada a partir de 12 meses e é essencial para evitar surtos em locais com saneamento precário", detalha Ortega.

Raiva: para regiões onde a raiva é endêmica, especialmente em viagens a áreas rurais ou selvagens, Ortega alerta que é prudente considerar a vacina, especialmente para crianças que possam interagir com animais.

Atualizar o calendário vacinal: uma regra básica

Além das vacinas exigidas pelo destino, Ortega ressalta a importância de manter o calendário em dia:

Covid-19: apesar da redução de casos, a circulação do vírus ainda varia entre os países. "Garantir que as doses estejam atualizadas é essencial para evitar complicações em viagens internacionais", explica.

Sarampo: o Brasil foi recertificado como país livre do sarampo em novembro de 2024, mas para manter esse título é fundamental manter a imunização, especialmente porque em outros países a doença ainda é um problema. É fundamental a imunização contra sarampo, caxumba e rubéola (tríplice viral). "Crianças a partir de 12 meses devem estar protegidas, e para algumas viagens, doses de reforço podem ser necessárias", alerta.

Influenza: o vírus da gripe circula amplamente em diferentes continentes, podendo variar por estação. Ortega recomenda "sempre incluir a vacina anual contra a gripe na preparação, principalmente em viagens ao hemisfério norte no inverno, e de preferência com a vacina quadrivalente".

O pediatra enfatiza ainda que o planejamento deve considerar a idade das crianças:

Bebês menores de 6 meses: ainda não vacinados contra doenças como febre amarela, devem evitar áreas endêmicas.

Crianças entre 6 meses e 1 ano: podem receber algumas vacinas de forma antecipada, como a tríplice viral em casos de surtos, mas isso deve ser discutido com o pediatra.
A partir de 1 ano: a maioria das vacinas obrigatórias está disponível, permitindo mais liberdade no planejamento da viagem.
Claudio Ortega destaca que o Certificado Internacional de Vacinação (CIVP) é exigido por muitos países. "O documento é emitido gratuitamente, mas só tem validade se a vacina foi aplicada em um posto credenciado pela Anvisa", explica.
Por fim, ele reforça que viajar com crianças requer atenção extra: "uma criança imunizada não só está protegida, mas também contribui para evitar a propagação de doenças a outras famílias".
Agora falando de doenças não preveníveis com vacinas, sempre considerar o distanciamento social, de pelo menos 1 metro e meio, e, na impossibilidade, o uso de máscaras, especialmente em áreas com aglomerações, como aeroportos. Outra doença em voga no momento é a MPox (Monkeypox), também conhecida como varíola dos macacos, cuja área endêmica corresponde a alguns países da África Central e Ocidental, especialmente a República Democrática do Congo. Ou seja, “se seu planejamento é conhecer alguma destas regiões, fique alerta e tenha precaução para não se expor a este vírus.” 
Dica final: Procure orientação médica com, no mínimo, 30 dias de antecedência à viagem. Planejar com segurança é o primeiro passo para criar memórias inesquecíveis em família.

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