A conversa foi no YouTube da Secult Ceará e contou com a participação da secretária da cultura, Luisa Cela; da secretária executiva da Secretaria da Igualdade Racial (Seir), Martír Silva; da coordenadora de Diversidade, Acessibilidade e Cidadania Cultural (Codac) da Secult, Rosana Marques; da orientadora da Célula do Livro, Leitura e Literatura (Celiv) da Secult, Maura Isidório; da superintendente da Biblioteca Pública Estadual, Suzete Nunes; da escritora e representante do Mulherio das Letras Ceará, Patrícia Cacau; e da antropóloga indígena Rute Anacé.
“Essa é uma iniciativa importantíssima porque a gente sempre diz, aqui na Secretaria, que para desenvolver políticas públicas nós precisamos primeiro conhecer a realidade do setor, da área, do segmento ou da linguagem que a gente pretende desenvolver alguma ação”, diz Luisa Cela. A secretária ainda complementa: “É muito importante a gente conhecer a literatura de outros países e de outros estados, mas é importante a gente fazer isso também conhecendo o que é produzido e feito por mulheres cearenses. Desejo que a gente tenha muito sucesso nesse mapeamento, e que a gente possa, junto com essas mulheres, construir mais políticas voltadas para essa área, porque o Brasil precisa, cada vez mais, ser um país de leitores e de leitoras”, conclui.
>> Cadastre-se no mapeamento aqui:
https://mapacultural.secult.ce.gov.br/oportunidade/4327/
Já a secretária executiva da Seir, Martír Silva, fala sobre essa necessidade de que as políticas públicas alcancem todas as mulheres. “Quando a gente fala de invisibilidade, a gente não fala inexistência. As mulheres que escrevem existem desde sempre nessa pluralidade de território, de idade, de estilos literários, de raça, de etnia. Nós vamos encontrar nas irmãs indígenas, nas irmãs quilombolas, nas mulheres pretas de periferia, a capacidade, a criatividade e a ‘urgência’ da escrita, como diria Carolina de Jesus. Tantas mulheres têm a urgência de escrever, mas precisam encontrar a urgência das políticas públicas de publicá-las, editá-las e difundi-las, porque é a difusão do livro que vai criar a possibilidade da literatura”, explica.
A coordenadora Rosana Marques trouxe o aspecto da diversidade para a mesa. “Pensar diversidade cultural é pensar também o lugar de fala e o lugar de protagonismo dessas mulheres, sejam elas indígenas, quilombolas, ciganas, nessa construção da política. E é pensar também na pluralidade a partir do território. Nós temos 14 macrorregiões que têm mulheres escritoras das mais diversas formas de fazer literatura no Ceará”, explica. No contexto da construção da política cultural, Rosana reforça: “nós vamos, a partir desse mapeamento, gerar dados e indicadores que vão nortear todo o nosso processo de ciclos da política cultural”.
A orientadora da Célula do Livro, Leitura e Literatura da Secult fala do trabalho coletivo que tem sido feito para executar ação. “Somos uma, mas não somos só. Esse mapeamento foi construído a muitas mãos, muitas pessoas contribuíram”.
A superintendente da Bece, Suzete Nunes, fala sobre o papel fundamental que o equipamento tem nessa ação. “A Biblioteca Pública Estadual do Ceará tem um papel muito importante nesse processo de contribuir com esse mapeamento, principalmente na política, porque ela é um braço do pensamento e da execução das políticas públicas no campo do livro, da leitura e da literatura da Secretaria da Cultura do do Ceará”, diz.
O Mapeamento das Mulheres Escritoras Cearenses, que ocorre até o dia 31 de dezembro de 2023 no Mapa Cultural do Ceará, é uma oportunidade para que as mulheres integrem essa rede de escritoras do Ceará. Ao se cadastrarem no Mapa Cultural, essas informações servirão para nortear as políticas públicas relacionadas ao livro e à produção literária feminina.
“Esse mapa, na verdade, está acontecendo com um grito, e eu quero convidar a todas as mulheres que gritem dentro desse mapeamento. Nós ainda estamos invisíveis, e para sair da invisibilidade, é necessário que esse mapeamento tenha o maior êxito possível”, explica a escritora Patrícia Cacau.
“A minha geração, hoje, pode falar sobre essas produções, estar na universidade, estar no doutorado, mas as anteriores tiveram muitos momentos de silenciamento. O meu recado, o meu papel e a minha luta é que essas mulheres que ficam nas aldeias também possam ter acesso a essas políticas públicas”, fala a escritora indígena Rute Anacé.
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