quinta-feira, 19 de agosto de 2021

CRÍTICA

"Caminhos da Memória" flerta com cinema noir

Novo filme com o ator Hugh Jackman é a novidade em cartaz nos cinemas essa semana

Uma história cheia de suspense e traição, que mescla cenas de ação, uma fotografia futurista, mas que confunde o espectador com um romance canastrão. Assim é o novo fime do ator Hugh Jackman, mais conhecido como o herói Wolverine da série"X-Men". Flertando com o cinema noir,  um estilo visual e narrativo que marcou as décadas de 40 e 50, "Caminhos da Memória" tem um roteiro denso, que prende o espectador com uma história imprevisível e diferente, provando que Hollywood pode ousar com filmes não convencionais e de qualidade... duvidosa? Só o espectador dessa estreia da Warner pode definir. O certo é que muitos gostarão, outros se decepcionarão, mas não será um consenso.

Até hoje os especialistas não chegaram a um consenso se o noir é um gênero (como drama, comédia, suspense) ou um estilo de filmagem. A classificação foi cunhada em 1946 pelo crítico francês Nino Frank para se referir a um tipo de longa-metragem de suspense que estava em voga nos anos 1940, com ambientação urbana, temática criminal e anti-heróis.

A diretora, roteirista e produtora Lisa Joy é a responsável por "Caminhos da Memória", definido como "thriller de ação", mas que vai muito além disso. No elenco se destacam também a atriz Rebecca Ferguson e Thandiwe Newton.

A história gira em torno do personagem Nick Bannister (Hugh Jackman), um investigador particular da mente, que navega pelo mundo obscuro e fascinante do passado, ajudando seus clientes a acessar memórias perdidas. Vivendo às margens da costa submersa de Miami, sua vida muda para sempre quando ele decide atender uma nova cliente, Mae (Rebecca Ferguson). Um simples caso de “achados e perdidos” torna-se uma perigosa obsessão. Enquanto Bannister luta para descobrir a verdade sobre o desaparecimento de Mae, ele descobre uma violenta conspiração, o que o leva a ter que responder à inevitável pergunta: “até onde você iria para proteger aqueles a quem você ama?”.

Lisa Joy (série “Westworld”) faz sua estreia no cinema com "Caminhos da Memória" se destacando pela originalidade quase nunca encontrada em produções hollywoodiana e uma linguagem até poética, assumindo a tripla função de diretora, roteirista e produtora. 

Para a equipe de produção, Lisa Joy trouxe vários de seus colaboradores de “Westworld”, como o diretor de fotografia Paul Cameron, o designer de produção Howard Cummings, o editor Mark Yoshikawa e o compositor Ramin Djawadi, ao lado da figurinista Jennifer Starzyk (“Bill & Ted: Encare a Música”).

O filme estreou nesta quinta, 19 de agosto de 2021, e apesar de inserir diversos gêneros no mesma história, não decepciona que procura um "cinema para pensar", e que não aguenta mais a mesmice das produções norte americanas. A decepção está apenas na superficialidade de caracterização maniqueísta dos personagens, o que compromete a história que emociona pouco, apesar das intenções, e empolga menos ainda. Mas o cinéfilo atento gostará de comprovar que existe ousadia e criatividade na sétima arte do Tio Sam. Vá assistir sem esperar ver um filme de ação, romance ou suspense. Ele é tudo isso. Ou não é nada do que você esperava. 

Ao lado do ator indicado ao Oscar, Hugh Jackman (“Os Miseráveis”, “O Rei do Show”), de Rebecca Ferguson (o aguardado “Dune”, a franquia “Missão: Impossível”) e Thandiwe Newton, (“Han Solo: Uma História Star Wars”), estrelam o filme Cliff Curtis (“Megatubarão”, “Velozes & Furiosos: Hobbs & Shaw”), Marina de Tavira (“Roma”), atriz indicada ao Oscar, Daniel Wu (série “Into the Badlands”, “Warcraft: O Primeiro Encontro de Dois Mundos”), Mojean Aria (séries “See” e “Dead Lucky”), Brett Cullen (“Coringa”), Natalie Martinez (séries "The Stand" e "The Fugitive"), Angela Sarafyan (série “Westworld”) e Nico Parker (“Dumbo”).

CLASSIFICAÇÃO DO DIVIRTA-CE: +++ (BOM)

*FELIPE MUNIZ PALHANO assistiu o filme à convite da Warner Pictures.

 

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