A insuficiência cardíaca é comumente conhecida como a doença do coração fraco. O Brasil tem 3 milhões de pacientes com insuficiência cardíaca, que é uma doença que cursa com limitações como falta de ar, inchaço, dificuldade para realizar tarefas. É a terceira causa de internação em pessoas com mais de 60 anos.
A insuficiência cardíaca é uma síndrome clínica complexa, caracterizada pela incapacidade do coração de bombear sangue adequadamente para atender às necessidades metabólicas do corpo. Isso pode resultar de qualquer condição que prejudique a função do músculo cardíaco, incluindo doenças coronarianas, hipertensão, cardiomepatias e valvopatias.
Porém há dados desta doença que são pouco conhecidos: ela reduz a expectativa de vida. Após o diagnóstico, cerca de 50% dos pacientes podem morrer em até 5 anos e os que têm sintomas mais graves, 50% podem morrer após um ano. Mas a boa notícia é que quando se institui o tratamento adequado, pode haver reversão deste quadro.
De acordo com o cardiologista e membro da Sociedade Brasileira de Cardiologia Ceará (SBC-CE), Glauber Gean Vasconcelos, a insuficiência cardíaca pode ser classificada de duas maneiras. A insuficiência cardíaca onde o ventrículo esquerdo não consegue bombear sangue de forma eficiente, ou onde o coração é incapaz de relaxar adequadamente ao encher-se de sangue.
“No Ceará posso afirmar que a taxa de internação por insuficiência cardíaca é de aproximadamente 2.500 casos por 100 mil habitantes, um dado muito elevado de internamento hospitalar. Além disso, também há registros, pelo Data Sua, que o Ceará apresenta uma elevada mortalidade, em torno de 20 a 25 óbitos por 100 mil habitantes. Daí a preocupação e a necessidade de nos atentarmos à prevenção de insuficiência cardíaca”, relata o especialista.
Nos últimos anos, várias opções terapêuticas foram desenvolvidas, como drogas, vacinação para gripe, dispositivos e transplante e os esforços têm tido resultados satisfatórios. Um grande desafio é promover o acesso a todos os pacientes com insuficiência cardíaca e nisso é preciso avançar muito.
Segundo o Dr. Glauber, os principais sintomas da doença são, primeiramente e mais prevalente, a falta de ar, especialmente durante o esforço. O inchaço, que normalmente surge em pés e tornozelos e há uma característica ascendente para as pernas. Também há uma percepção de fadiga, uma sensação constante de cansaço e fraqueza. A ortopneia é outro sintoma, significa dificuldade para respirar quando deitado, necessitando de múltiplos travesseiros para dormir. Tosse também é um sinal comum e significa um acúmulo de líquido nos pulmões. O paciente ainda pode se queixar de palpitações, que é a sensação de batimentos cardíacos irregulares e acelerados.
Outro aspecto importante é a prevenção da insuficiência cardíaca, com controle da hipertensão, do diabetes, do colesterol alto, evitando infarto e obstrução das coronárias que são a causa principal. A prevenção envolve a gestão dos fatores de risco e a promoção de hábitos de vida saudáveis.
No dia 9 de julho acontece o dia de alerta para a insuficiência cardíaca e toda a sociedade civil deve se engajar nesta luta.
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