segunda-feira, 9 de dezembro de 2024

Filme NECESSÁRIO: "Ainda Estou Aqui” revive a ditadura com emoção e relevância

Walter Salles emociona com drama histórico que mostra a realidade dos horrores da ditadura militar no Brasil; Fernanda Torres e o filme receberam indicações ao Globo de Ouro 
POR FELIPE PALHANO

Dirigido por Walter Salles, “Ainda Estou Aqui” é um dos filmes mais impactantes de 2024, trazendo Fernanda Torres e Selton Mello em atuações memoráveis. O longa é inspirado na história real de Eunice Paiva e sua luta por justiça após o desaparecimento de seu marido, Rubens Paiva, durante a ditadura militar no Brasil. Com roteiro de Murilo Hauser e Heitor Lorega, o filme é um retrato íntimo de resiliência e resistência em um período sombrio da história brasileira.
O elenco de peso conta ainda com Fernanda Montenegro, Valentina Herszage e Marjorie Estiano, que interpretam diferentes gerações da família Paiva, além de Selton Mello no papel de Rubens Paiva. A trama equilibra drama familiar e narrativa histórica, com cenas que capturam a dor e a luta por memória e verdade.
Produzido por RT Features e VideoFilmes em parceria com Globoplay, Conspiração Filmes e Arte France Cinéma, o filme foi gravado no Rio de Janeiro e destaca-se pela cinematografia delicada e montagem precisa, valorizando cada nuance das atuações e do roteiro. As cenas históricas do Rio de Janeiro da época da ditadura são um primor! 
Em tempos de negacionismo , com o movimento Bolsonarista renegando o triste e doloroso passado de morte, censura e violência que o país sofreu com o militares, faz o filme "Ainda Estou Aqui" ser necessário e importante em tempos de extrema ignorância de parte da sociedade, para conscientizar os brasileiros do que realmente significa uma intervenção militar no Brasil.
A recepção internacional também é extremamente significativa: “Ainda Estou Aqui” foi inscrito em categorias do Oscar 2025, incluindo Melhor Filme Internacional, Melhor Atriz para Fernanda Torres e Melhor Roteiro Adaptado, e deverá ser indicado. 
Além disso, o longa reafirma a capacidade do cinema nacional de explorar temas relevantes com profundidade, estética refinada e performances emocionantes. A fotografia de “Ainda Estou Aqui” é deslumbrante. O filme não é apenas uma obra cinematográfica, mas um convite à reflexão sobre direitos humanos, memória e justiça.
Dirigido por Walter Salles, “Ainda Estou Aqui” é uma obra-prima do cinema nacional, combinando sensibilidade narrativa com um olhar crítico sobre a história brasileira. Inspirado na vida de Eunice Paiva, interpretada magistralmente por Fernanda Torres, o filme mergulha na dor e na força de uma mulher que lutou pela memória de seu marido, Rubens Paiva (Selton Mello), desaparecido durante a ditadura militar.
A narrativa intercala momentos de intimidade familiar e tensões políticas, destacando o impacto do regime autoritário sobre a vida privada. A trama avança por décadas, permitindo que o público testemunhe o amadurecimento emocional da família Paiva e a persistência de Eunice em buscar justiça. O elenco é complementado por nomes de peso como Fernanda Montenegro, Valentina Herszage e Marjorie Estiano, que ajudam a construir camadas emocionais profundas e envolventes.
IMPACTO E RELEVÂNCIA 
Ao explorar a ditadura militar, o filme dialoga com questões contemporâneas, como os desafios da democracia e a importância de preservar a memória histórica. Inscrito em oito categorias no Oscar 2025, incluindo Melhor Filme Internacional, a obra reafirma o potencial do cinema brasileiro de alcançar e impactar audiências globais.
“Ainda Estou Aqui” não é apenas um filme, mas um manifesto em defesa da verdade e da justiça. É uma experiência cinematográfica indispensável para quem acredita no poder transformador da arte.

INDICAÇÕES AO GLOBO DE OURO
Fernanda Torres foi indicada ao Globo de Ouro 2025 como Melhor Atriz pelo filme “Ainda Estou Aqui”, uma adaptação emocionante do livro homônimo de Marcelo Rubens Paiva. O filme, que também está na disputa como Melhor Filme de Língua Não-Inglesa, narra a trajetória da família Paiva durante a ditadura militar no Brasil, focando na luta de Eunice, interpretada por Torres, para encontrar respostas sobre o desaparecimento do marido, Rubens Paiva, vivido por Selton Mello.
Na categoria de Melhor Atriz, Torres enfrenta fortes concorrentes: Pamela Anderson (“The Last Showgirl”), Angelina Jolie (“Maria Callas”), Nicole Kidman (“Babygirl”), Tilda Swinton (“O Quarto ao Lado”) e Kate Winslet (“Lee”).
O longa se destaca por retratar com sensibilidade o impacto da ditadura militar na vida das famílias brasileiras e por seu elenco de peso, que inclui nomes como Valentina Herszage, Maeve Jinkings, Humberto Carrão, Dan Stulbach e outros. A cerimônia do Globo de Ouro acontece em 5 de janeiro de 2025, onde serão anunciados os vencedores.
Com direção sensível e um roteiro potente, o filme promete conquistar o público e críticos internacionais, reafirmando a força do cinema brasileiro no cenário global.
ARTE E HISTÓRIA EM PERFEITA HARMONIA 
“Ainda Estou Aqui” é mais do que um relato histórico; é uma declaração artística sobre a importância da memória e da resistência. Walter Salles utiliza a câmera com uma precisão quase poética, valorizando os detalhes mais sutis: os silêncios eloquentes, os olhares perdidos e as paisagens que refletem o peso do tempo. A direção evita o didatismo e se apoia na emoção bruta, convidando o espectador a sentir e refletir, em vez de apenas observar.
Fernanda Torres entrega uma performance que transcende a técnica. Sua Eunice é uma mulher multifacetada: determinada e vulnerável, amorosa e combativa. Selton Mello, por sua vez, oferece um retrato tocante de Rubens Paiva, equilibrando idealismo e humanidade em cenas que ressoam mesmo após o fim da projeção.
O roteiro coeso de Murilo Hauser e Heitor Lorega é um dos pontos altos, por abordar um tema complexo sem cair em maniqueísmos. Mesmo com o destaque que colocamos no título, falta um pouco mais de emoção e "altos e baixos" no drama da ditadura militar, transformando o filme em alguns momentos numa novela qualquer da Rede Globo, o que não deixa de ser bom. Emoção é a especialidade de Walter Salles Jr, que também dirigiu o inesquecível e excelente "Central do Brasil", filme que quase levou Oscar de melhor filme e melhor atriz para Fernanda Montenegro 
Cenas desnecessárias e às vezes com um tempo longo de duração poderiam ser substituídas ou editadas. Mas nenhum desses quesitos tiram o mérito e a importância dessa filns. A produção também se destaca pela excelência técnica, com uma fotografia melancólica e uma trilha sonora que amplifica os momentos mais pungentes da narrativa. 
Fernanda Montenegro mais uma vez rouba a cena com uma interpretação singular sem nenhuma fala. 
Boas opções para assistir "Ainda Estou Aqui" em Fortaleza são os Cinemas Benfica e a rede UCI Cinemas, dos Shoppings Iguatemi e Parangaba, os mais confortáveis da cidade.

SERVIÇO 
AINDA ESTOU AQUI
Em cartaz nos Cinemas Benfica (15h10, 17h40, 20h10), UCI Iguatemi sala comum (16h35, 19h20, 22h) sala vip De Luxe (13h35, 16h15, 18h55, 21h35), UCI Parangaba (16h25, 19h10, 21h55), Cinema do Dragão (14h).

Cotação/Crítica
💫💫💫 3 Estrelas
Bom
Nota 8,0

💫💫💫💫💫Excelente 
💫💫💫💫 Ótimo 
💫💫💫 Bom
💫💫 Regular
💫 Ruim

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