sexta-feira, 17 de maio de 2024

Com indicações aos Prêmios Shell e APTR, musical "Kafka e a Boneca Viajante" chega a Fortaleza

Depois de ser visto por mais de 20 mil pessoas em nove capitais, montagem com Alessandra Maestrini, André Dias, Carol Garcia e Lilian Valeska será apresentada no Theatro José de Alencar nos dias 24, 25 e 26 de maio

Depois de ser visto por mais de 20 mil pessoas, em temporadas de sucesso por nove capitais brasileiras, o espetáculo Kafka e a Boneca Viajante chega a Fortaleza em três sessões, nos dias 24, 25 e 26 de maio (sexta, sábado e domingo), no Theatro José de Alencar. O musical traz na bagagem duas indicações ao Prêmio Shell e sete ao Prêmio APTR. Com dramaturgia de Rafael Primot, direção de João Fonseca e direção musical de Tony Lucchesi, a peça é inspirada no livro homônimo do escritor catalão Jordi Sierra i Fabra e traz Alessandra Maestrini, André Dias, Carol Garcia e Lilian Valeska no elenco.
Idealizada pelo empreendedor cultural Felipe Heráclito Lima e produzida por Maria Angela Menezes e Amanda Menezes, a montagem tem patrocínio da BB Seguros. Os ingressos partem de R$ 19,50 (meia-entrada) e R$ 39,00 (inteira) no setor Torrinha à R$ 80 (meia-entrada) e R$ 160 (inteira) no camarote, frisa e plateia. Clientes BB Seguros tem 30% de desconto no valor da inteira, usando o cupom BBSEGUROS30. Estão à venda pelo site www.sympla.com.br e na bilheteria do Theatro José de Alencar.
“É muito satisfatório para nós fazer parte desse espetáculo tão rico e ajudá-lo a chegar em novas cidades. Temos um compromisso em levar cultura Brasil afora e a temporada de 2024 da peça reforça isso”, afirma Luciana Garrone, Gerente de Marketing Institucional e Mercadológico da Brasilseg, uma empresa BB Seguros. “Esperamos que Fortaleza abrace esse musical e curta conosco uma produção espetacular e pensada nos mínimos detalhes. Queremos contribuir para que a peça alcance o máximo de pessoas possíveis, pois entre os nossos anseios em incentivar projetos culturais está o de ampliar a presença da arte nacionalmente e democratizar o seu acesso”, reforça Luciana.
Os artistas trazem para o palco uma história inusitada sobre um dos escritores mais influentes do século 20, o tcheco Franz Kafka (1883-1924). A peça recria um episódio que teria levado o modernista a voltar a escrever, já no fim da vida. Ao caminhar por uma praça perto de sua casa, ele teria encontrado uma menina que chorava por ter perdido sua boneca. Sensibilizado pelo sofrimento da criança, ele passou a escrever cartas à menina como se fossem enviadas pela boneca, em que descrevia suas incríveis aventuras pelo mundo. A bela e intrigante história já foi contada em livros, contos e peças, mas até hoje não há provas de que realmente tenha acontecido – as cartas jamais foram encontradas, tampouco a dona da boneca.
“Quando Felipe me procurou com a ideia de adaptar o livro do Jordi, eu já conhecia a história das cartas. O livro é curto, voltado ao público infanto-juvenil e conta essa história de uma maneira simples. O desafio foi fazer um espetáculo um pouco mais profundo, levando para o universo adulto. E aí resolvi trazer elementos da vida de Kafka para a história da própria garota, coisas que o escritor passou na infância dele, como a relação conturbada com o pai. E também referências a seus livros”, explica Rafael Primot. 
A narrativa não linear reforça o ritmo ágil da montagem, alternando passado, presente e futuro, assim como a realidade vivida pelo Sr. K (Kafka, vivido por André Dias), sua esposa Dora (Lilian Valeska) e a menina Rita (Carol Garcia) é atravessada pelo mundo ficcional das cartas, onde Brígida, a boneca interpretada por Alessandra Maestrini, indicada em São Paulo ao Prêmio Shell de melhor atriz, ganha vida. 

Para contar a história
A metalinguagem é outro recurso utilizado, como explica João Fonseca: “O jogo cênico proposto pela dramaturgia do Rafael tem uma agilidade e eu entendi que tinha que fazer uma brincadeira teatral, com os atores se arrumando em cena, se maquiando, lembrando que é um jogo, uma brincadeira. É um combinado, um faz de conta que todos, inclusive a criança, sabe que não é real”. Na construção da mise en scène, destaca-se também o trabalho de direção de movimento de Márcia Rubin, em especial da personagem de Maestrini.

A trilha é um caso à parte e se impõe como elemento dramatúrgico. No repertório, interpretado pelo elenco, estão músicas de artistas como Caetano Veloso, Candeia, Cartola, Chico Buarque, Djavan, Lenine, Raul Seixas e Rita Lee e até uma composição inédita assinada por João Fonseca e o diretor musical Tony Lucchesi, que também assina os arranjos: “Eu e o João tivemos liberdade para escolher canções que pudessem contribuir com a dramaturgia e ficassem orgânicas dentro do que a cena pede. E durante o trabalho com os atores nos ensaios, outras ideias foram aparecendo. Há ainda uma canção original que eu e João compusemos, cantada pela menina, num momento muito emocionante”, adianta Tony. 

“Quando vi que tinha essas quatro vozes especialíssimas à disposição, defini que os arranjos vocais seriam a tônica deste projeto, na construção do fio condutor da música. Como os quatro estão em cena praticamente o tempo todo, o arranjo vocal vem como forma de contribuir com a cena e unificar a linguagem de um repertório tão diverso”, detalha. Tony estará em cena tocando piano e também contará com uma base gravada por uma banda, que será usada em alguns momentos do espetáculo.
A cenografia de Nello Marrese reforça o simbolismo da passagem do tempo, seja do fim da vida do escritor, da transformação da menina em mulher e da viagem da boneca pelo mundo. Cubos, alguns móveis, um móbile, selos, carimbos, além de um fundo neutro para valorizar o desenho de luz criado por Paulo César Medeiros, compõem a cena. O figurino de João Pimenta – indicado em São Paulo ao Prêmio Shell de 2023 – remete à época em que Kafka viveu seus últimos anos, na década de 1920.

*Desafios
Para levar a peça aos palcos o principal desafio foi não infantilizar, mas também preservar essa singeleza da história. “É um grande escritor à beira da morte, sem forças para escrever e de repente encontra uma menina, a dor daquela menina, que era um pouco como ele, faz com que ele retome a escrita. Como a arte transforma tudo, como a arte conseguiu curar a menina, como ele adquiriu esse último prazer na vida, achando energia para escrever”, analisa João Fonseca.
Rafael Primot concorda e completa: “Tem uma coisa inocente da menina se desvinculando da boneca, o amadurecimento e crescimento de uma menina se transformando em mulher, e ao mesmo tempo a despedida da vida desse autor. Achei que esses dois temas poderiam conversar. Como que um escritor como ele, no fim da vida, poderia transmitir esperança. É uma história de esperança e sobre a transformação do amor”. 

*Serviço – Espetáculo Musical “Kafka e a Boneca Viajante”* 
*Datas:* De 24 a 26 de maio de 204
*Horário:* Sexta-feira e sábado, às 20h; e domingo, às 18h
*Local:* Theatro José de Alencar – R. Liberato Barroso, 525 - Centro – Fortaleza / CE
*Ingressos:* Ingressos podem ser adquiridos pelo Sympla ou na bilheteria do teatro – funcionamento de quarta a domingo de 13h às 19h.
*Preços:* Camarote/Frisa/Plateia: R$ 160 (inteira) e R$ 80 (meia-entrada); Torrinha: R$ 39 (inteira) e R$ 19,50 (meia-entrada) 
*Classificação indicativa:* Livre

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