O MARACATU DE FORTALEZA ABRE JANELAS PARA O MUNDO
Site do “Projeto Maracatu: rito e ritual” revela panorama da cultura do Maracatu na capital cearense.
O Maracatu de Fortaleza agora reconhecido em qualquer lugar. O site https://www.maracatucearense.com.br/ , resultado do “Projeto Maracatu Fortaleza: rito e ritual”, já está no ar. Curiosos, admiradores e interessados podem ver o esplendor e a magia dessa manifestação cultural única numa exposição virtual. Destaque para o valor da criação e do trabalho na confecção das fantasias nos barracões, a transformação de pessoas comuns em majestades e a apoteose na Avenida.
Entre 2019 e 2020, vinte e três fotógrafos e fotógrafas, cearenses ou residentes no Estado, contaram com a orientação de Diógenes Moura, um dos mais conceituados curadores do país na área da Fotografia, para dar forma a um novo pensamento e novas imagens sobre práticas, saberes e memórias na cultura do Maracatu. Para o curador pernambucano, “A forma como essas pessoas envolvidas com o Maracatu cearense trabalham, o jeito como eles se apresentam e as imagens que foram produzidas pelos fotógrafos nesses dois anos, parecia um sopro do sagrado em um momento que vivemos de portas fechadas por conta de um vírus. Então, fico contente que tudo tenha evoluído e tenha sido documentado como uma situação não apenas da ancestralidade e religiosidade no Brasil, mas também como algo que nos faz ser quem nós somos”, destacou.
O site dispõe de mais de 240 fotografias que trazem o ensaio coletivo "No Banquete do Sagrado", além de memórias do Projeto construídas entre encontros, conversas e produção fotográfica dentro e fora da avenida. O público visitante também pode conferir fotos de todos os participantes (pesquisadas individualmente) com suas minis bios. Durante o evento online de lançamento do site estiveram presentes o proponente do Projeto, o fotógrafo Gentil Barreira; a coordenadora da iniciativa, Patrícia Veloso, e integrantes da convocatória. A conversa pode ser revista pelo https://www.youtube.com/watch?v=JGrEWKB_7Ig.
O Projeto tem o apoio da Secretaria da Cultura do Estado do Ceará através do XI Edital de Incentivo às Artes Visuais e busca valorizar o Maracatu como um bem cultural único, chamando a atenção para a preservação dessas manifestações e permitindo que o público tenha a oportunidade de compreender melhor os bens que compõem nosso patrimônio cultural.
PARTICIPANTES:
Alex Costa; Beto Skeff; Caio Erick; Chico Gomes; Cleomir Alencar; Ed Castro; Fernanda Siebra; Fernando Jorge; Galba Nogueira; Gentil Barreira; Iana Soares e Silas de Paula; Jarbas Oliveira; João Batista; Leo Henriques; Luiz Alves; Nivando Bezerra; Paula Georgia; Paulo Marcelo; Sabrina Moura; Suelena Moreira, Thiago Maia e Tiago Lemos.
O MARACATU
Originário das Coroações de Reis do Congo organizadas pelas irmandades de Nossa Senhora do Rosário dos Homens de Pretos, o Maracatu é uma expressão da cultura tradicional popular do Nordeste brasileiro, reunindo a cada ano muitos interessados e destacando-se como atração nos desfiles carnavalescos. Chegou ao Ceará vindo de Pernambuco, pelas mãos de Raimundo Alves Feitosa, em 1936. Raimundo foi o fundador do primeiro Maracatu do estado, o Az de Ouro. Outros grupos surgiram ao longo dos anos, como Rei de Paus (1954), Vozes da África (1980) e Nação Baobab (1994). Atravessaram décadas de atuação na festa carnavalesca junto a maracatus que também estão consagrando suas trajetórias, como Nação Axé de Oxóssi, Rei do Congo, Nação Iracema, Nação Pici, Nação Fortaleza, Rei Zumbi, Rei do Congo, Solar e Filhos de Iemanjá nascidos a partir dos anos 2000.
PROPONENTE DO PROJETO
Gentil Barreira - Fotógrafo
Autodidata, Gentil Barreira iniciou as primeiras experiências com fotografia aos 11 anos, montando um pequeno laboratório para revelar seus filmes. Estudou Arquitetura e Urbanismo em São Paulo, mas antes de concluir resolveu voltar a Fortaleza, onde vive até hoje. Ingressou e frequentou por dois anos o curso de Comunicação na UFC, período em que se profissionalizou como fotógrafo. A influência dos experimentos da Arquitetura e os conceitos e ideias da Comunicação marcaram de forma decisiva seu trabalho e as pesquisas que desenvolve com a fotografia. Para atender aos segmentos de publicidade, moda, retratos e arquitetura, montou um estúdio e vem atuando nesse mercado até o momento. Desenvolve paralelamente, trabalho autoral com foco na pesquisa documental e em estudos de luz e movimento. Realizou exposições individuais e participou de importantes coletivas, no Brasil e no exterior. Sua obra, diversas vezes premiada, está presente em acervos de instituições culturais e representada em livros, catálogos, revistas e sites.
CURADORIA
Diógenes Moura é escritor, curador de fotografia, roteirista e editor independente, com trajetória reconhecida no Brasil e exterior. Nasceu em Recife. Morou durante 17 anos em Salvador. Vive em São Paulo desde 1989. Escreve sobre existência, imagem e abandono. Recebeu o Prêmio APCA de Melhor Livro de Contos/Crônicas, em 2010, com Ficção Interrompida - Uma Caixa de Curtas (Ateliê Editorial). No mesmo ano foi finalista do Prêmio Jabuti, na mesma categoria. Escreveu, entre outros, Fulana Despedaçou o Verso (Terra Virgem Edições, 2014) Publicou pela editora Vento Leste O Livro dos Monólogos - Recuperação para Ouvir Objetos (2019) e Vazão 10.8 – A Última Gota de Morfina, em 2021. Foi Curador de Fotografia da Pinacoteca do Estado de São Paulo entre 1999 e 2013, onde realizou exposições, pesquisas e reflexões sobre o pensamento fotográfico e possibilitou o reconhecimento do acervo do museu como um dos mais significativos da América Latina. Como curador recebeu quatro prêmios APCA (Associação Paulista de Críticos de Arte). Seu mais recente projeto, a exposição TERRA EM TRANSE, que reúne cerca de 500 imagens de 53 fotógrafos brasileiros, foi apresentada ao público pela primeira vez, em 2018, no Museu de Arte Contemporânea, do Centro Dragão do Mar de Arte e Cultura, em Fortaleza. Atualmente, uma nova edição da mostra está em exibição em São Paulo, no Museu Afro Brasil.
IMAGEM BRASIL GALERIA
A Imagem Brasil Galeria é um espaço dedicado à Fotografia com proposta voltada para a difusão, circulação e reflexão teórico-prática em interação com outras linguagens. Desde novembro de 2014, vem oferecendo programação diversificada na busca de proporcionar novas experiências, tanto pelas ações que promove, como pela rede de parceiros que agrega. Considera fundamental exercer o papel social de um verdadeiro centro de artes, com foco não só na fruição, mas também incentivando o pensamento, a leitura crítica e a experimentação. Fotógrafos brasileiros e estrangeiros, artistas visuais, performers e ensaístas expõem seus trabalhos e projetos num ambiente voltado para a criatividade. Nas atividades de formação, temáticas, muitas vezes restritas ao ambiente da academia, são discutidas em linguagem acessível, ministradas por doutores, mestres, pesquisadores, curadores e profissionais de variados segmentos que trazem para o centro das discussões questões relacionadas às práticas artísticas e à contemporaneidade. A Galeria está equipada com salas para exposições e auditório, no qual se realizam atividades de formação e residências artísticas. Nesses espaços, são organizadas mostras, projeções, performances, bazares, cursos, palestras, seminários, workshops e grupos de estudos para a troca de conhecimentos na fotografia, no cinema, na música, na literatura e em linguagens afins. Em sua estrutura dispõe ainda de ambiente para impressões fine art e estúdio/ateliê de múltiplas funções de caráter laboratorial.
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