quarta-feira, 1 de outubro de 2008

EXPOSIÇÕES - ARTES

Secretária de Cultura de Fortaleza e artistas debatem políticas públicas para o 60º Salão de Abril

Em sua 59ª edição, o Salão de Abril já inicia os preparativos para 2009, quando atingirá a marca de 60 anos de realização, firmando-se como um dos mais tradicionais salões de artes visuais do País. Artistas e demais interessados são convidados para repensar o evento e as políticas públicas voltadas para o setor. Nesta quinta-feira (23/10), a secretária de Cultura de Fortaleza, Fátima Mesquita, e os artistas José Tarcísio e Herbert Rolim comandam o debate “Repensando as Políticas Públicas para o Sexagenário Salão de Abril”, a partir das 19 horas, na Vila das Artes. O 59º Salão de Abril, uma realização da Prefeitura Municipal de Fortaleza, através da Secretaria da Cultura de Fortaleza (Secultfor), acontece entre os dias 14 de outubro e 23 de novembro.

O aspecto formativo do 59º Salão de Abril segue durante os meses de outubro e novembro, com entrevistas, palestras, oficinas e mini-cursos, na Vila das Artes, Sobrado Dr. José Lourenço e Centro Cultural do Bom Jardim. Os próximos entrevistados serão Tiago Santana (de Fortaleza), em conversa sobre sua obra fotográfica, no dia 28; e Humberto Cunha (também de Fortaleza), no dia 30, sobre “Direito autoral do artista plástico”. Todas as entrevistas acontecerão às 19 horas, na Vila das Artes.A programação conta ainda com dois mini-cursos e duas oficinas, respectivamente: “Pintura Contemporânea” e “O ensino da arte contemporânea”; e “Argila” e “Desenho”.A principal inovação do 59º Salão de Abril está em sua simultânea realização no Centro de Referência do Professor e nos terminais de ônibus do Papicu e do Siqueira. A idéia é democratizar e facilitar o acesso da população, principalmente aquela que não percorre o circuito das galerias e museus, à produção artística contemporânea de Fortaleza e do restante do Brasil, instituindo novos espaços para fruição artística inseridos em lugares de intenso fluxo urbano, dentro de um circuito cultural descentralizado.Entre as obras que poderão ser apreciadas, desenhos, esculturas, gravuras, instalações, fotografias, objetos, pinturas, performances, intervenções urbanas e vídeo-arte. Este ano, o Salão de Abril contou com 461 trabalhos inscritos, dos quais 45 foram selecionados, advindos de diversas regiões do País. Com isso, o evento mantém seu caráter nacional, iniciado na edição passada. Cada artista selecionado será agraciado com prêmio em dinheiro no valor de R$ 1.500 (Hum Mil e Quinhentos Reais).Mais informações sobre a programação e sobre as inscrições de mini-cursos e oficinas pelo telefone 3246.2708 ou pelo site www.salaodeabril.org. Todas as atividades têm entrada franca.

SERVIÇO
Repensando as Políticas Públicas para o Sexagenário Salão de Abril
Data: 23 de outubro
Horário: 19 horas
Local: Vila das Artes
Entrada franca


Alegria e Cor promete obras inéditas e muita interatividade no Centro Cultural Bom Jardim

Exposição reúne brinquedos, esculturas e telas do já consagrado artesão Antônio Jader Pereira do Santos, o Dim. A exposição "Alegria e Cor" entra em cartaz dia 12 de outubro, Dia da Criança, no Centro Cultural Bom Jardim

Resultado da inesgotável capacidade inventiva de Dim, a exposição Alegria e Cor reúne trabalhos inéditos, entre brinquedos, esculturas e telas — confeccionados em diversas técnicas e pintadas com tinta acrílica e esmalte sintético. A interatividade, já presente no trabalho de Dim, ganhou plenitude em grandes esculturas, que evidenciam a vasta plasticidade do artista. Ele é capaz de articular uma pluralidade imensa de formas, cores e movimentos, enquanto mantém uma coerência na articulação do conjunto de sua obra.

O movimento, as formas alegres e as cores vivas que marcam a exposição “Alegria e cor”, manifestam a identidade inconfundível do autor já conhecido do público brasileiro e cearense. A novidade, no entanto, é uma marca desta mostra, que vai surpreender os visitantes com trabalhos como a peça “Meninas Voando”, escultura em fibra-de-vidro que se movimenta sobre um eixo criando uma idéia de vôo real, e a “Caixa de Dança”, em que alegres esculturas se movimentam acionadas por uma manivela. Para quem gosta de uma estética refinada, aliada à ousadia, trata-se de uma exposição imperdível.

Sobre o autor

Dim iniciou sua vida artística na infância, na cidade litorânea de Camocim, Ceará, onde nasceu. Brincando de fazer brinquedos, acabou por transformá-los em telas e esculturas e estas em brinquedos, e assim inaugurou uma linguagem de representação plástica inteiramente nova.

Serviço: Exposição Alegria e Cor, abertura dia 12 de outubro, às 9h, na Galeria do Centro Cultural Bom jardim. De terça a domingo, das 9h às 18h. Grátis. Outras informações: 3497-5981




Centro Dragão do Mar de Arte e Cultura abre a exposição Brinquedo - A Arte do Movimento

Coleção Macao Goes – brinquedos populares, formada ao longo de mais de 30 anos, leva a magia da infância ao Memorial da Cultura Cearense, de 12 de outubro a 1º de março de 2008. O Centro Dragão do Mar comprou a coleção de 1.620 peças para o acervo do Memorial. 800 delas estão na mostra

“Brinquedo - A Arte do Movimento” não é somente uma exposição de objetos lúdicos. Intrínsecos ao caráter museológico de expor peças merecedoras, existem, digamos, outros dispositivos. Entre eles um motivador de memória e um ativador de sensibilidade. Será possível voltar no tempo e conviver com a lembrança de parentes e de momentos marcantes por meio do contato com as miniaturas coloridas do mundo adulto. O resgate, proporcionado pelo acervo de aproximadamente 800 peças, será acionado por caminhões de madeira, bonecas de pano, petecas, rodas-gigantes, entre outras maravilhas do artesanato.

Todos os brinquedos expostos pertencem a Coleção Macao Goes – brinquedos populares, formada pela pesquisadora gaúcha que nomeia o acervo. Ao longo de mais de trinta anos de estudo, formação em arte e educação, pesquisa e vivência com os criadores do universo popular, Macao transformou o seu pequeno sonho em um valioso acervo. “A coleção foi crescendo e virou objeto de desejo e de vida. Guardei as primeiras bonecas de pano e os lindos carrinhos de lata motivada por lembranças da infância e juventude, raízes familiares gaúchas e nordestinas”, conta. As 1.620 peças reunidas pela pesquisadora foram recentemente compradas pelo Centro Dragão do Mar e hoje pertencem ao acervo do Memorial da Cultura Cearense.

Entre exposições nacionais e internacionais, a Coleção Macao Goes contribuiu ao longo de três décadas para o resgate da arte popular, da poesia, da brincadeira e das recordações da infância. Para Macao, os brinquedos carregam uma vertente ingênua e frágil contraposta com a força e a riqueza de sua criatividade. “É fruto da espontaneidade do homem de comunidades e povoados dos recôncavos deste país, vendidos em mercados, nas praças, feiras e festas populares”.

A exposição tem curadoria do antropólogo e museólogo Raul Lody. Para ele a exposição proporciona uma bela experiência semântica, pois aborda os diversos aspectos do brinquedo artesanal, como a memória, o objeto de arte e a cultura popular. Além das 800 peças separadas por temas o visitante vai interagir com as instalações. “É um mergulho no mundo dos brinquedos aberto a todos. Os adultos têm a lembrança e as crianças a prática”, explica.

Em Cores Vivas
Para comemorar o aniversário de 10 anos do Dragão do Mar, o IACC, através das ações culturais de políticas públicas do Governo do Ceará/SECULT, está realizando uma série de estratégias voltadas para o fortalecimento da sua política cultural. O intuito é ampliar as ações já realizadas e implementar diversas outras atividades nas áreas de atuação, capacitação e formação, geração de conhecimento e informação, difusão e memória, planejamento e gestão cultural. A exposição Brinquedo - A Arte do Movimento compõe esse quadro. Projetos como o enCENAção, que convida grupos de teatro contemporâneo de todo o país; Encontro das Sanfonas, que reúne sanfoneiros de renome e a nova geração de instrumentistas; e exposição Arte Pop na Coleção do IVAM (exposta no Museu de Arte Contemporânea), estão revigorando a força plural e diversa da arte apresentada no Ceará.

Entre os projetos na área de memória a serem desenvolvidos, o Comida Ceará, da Diretoria de Museus do Dragão do Mar, pretende pesquisar, identificar, registar e difundir o acervo de memórias dos sistemas alimentares das oito regiões cearenses – Sertão Central, Inhamuns, Ibiapaba, Baturité, Litoral Leste e Oeste, Cariri e Apodi. Concursos Dragão do Mar, Panorama do Cinema Nacional e ações de comunicação visual também estão previstos.

Serviço: Brinquedo - A Arte do Movimento, abertura dia 12 de outubro às 16 horas, no Memorial da Cultura Cearense . A exposição segue até o dia 1º de março de 2008. O funcionamento é de terça a quinta, das 9h às 19h (acesso até às 18h30) e de sexta a domingo das 14h às 21h (acesso até às 20h30). Ingressos: R$ 2,00 / R$ 1,00. Aos domingos a entrada é franca. Outras informações: 85. 3488-8621.
Contatos para imprensa: Macao Goes estará em Fortaleza dia 08 de outubro, atendendo a imprensa, no Memorial da Cultura Cearense. Email: macaog@terra.com.br


O Dragão do Mar conversou com a pesquisadora Macao Goes. Confira abaixo a entrevista:

Como começou a sua coleção?
A coleção foi iniciada quando eu estava na Faculdade de Artes Plásticas, na Universidade Federal de Santa Maria, RS, como um projeto de conclusão do curso. Minha mãe era paraibana e eu me lembrava de brinquedos artesanais da época que moramos na Paraíba. Numa de minhas visitas a Paraíba fiquei encantada com o grande repertório de brinquedos e as inúmeras bruxas de pano e voltei para o sul já com umas 30 peças como bonecas, bate-bate, mané-gostoso. Então meu pai disse que na cadeia tinha uns homens que faziam brinquedos e logo comprou uns de madeira.

Que tipo de estudos e pesquisas você realizou nessa área?
Morei no México na década de 80, como bolsista, para estudar o brinquedo popular. Fiz uma pesquisa, publicada, no Distrito Federal com artesãos, muitos nordestinos. Coordenei e implantei como consultora da ONG Artesanato Solidário/ ArteSol o projeto de brinquedos populares : boneca Esperança e Carros de Itabaiana, ambos na Paraíba e fui gestora pelo ArteSol em parceria com o Museu do Homem do Nordeste, do projeto Brinquedos do Recife. Organizei e coordenei diversos seminários de brinquedos populares na Paraíba em parceria com o SEBRAE.

Qual a sua formação profissional?
Nasci em Pelotas, RS , mas moro em Brasília há 30 anos e atualmente sou conselheira do Conselho de Cultura do Distrito Federal. Sou licenciada em Artes Plásticas (UFSM – RS), tenho Curso de Especialização e Gestão em Políticas Culturais(UNB/ Brasíla). Como falei na pergunta anterior estudei no México na década de 80, ganhei uma bolsa de estudos na UNAM – Universidade Autônoma do México – para estudo e pesquisa do brinquedo popular. Além disso, recebi o prêmio Rodrigo de Melo Franco /IPHAN em educação patrimonial pela coordenação do projeto Turista Aprendiz, desenvolvido em escolas do Distrito Federal em 1998.

Todos os brinquedos de sua coleção são artesanais. Por que?
Nas aulas de folclore da faculdade, fui seduzida pelo estudo da arte popular e folclore e fiz diversos cursos de especialização em arte infantil, como na Escolinha de Arte do Brasil. Também por ter brincado muito quando pequena, direcionei meu foco de pesquisa, descoberta, para o universo lúdico. Os grandes museus da Europa tem belas coleções de brinquedos industriais, de grandes fábricas, como o de Sintra, em Portugal ou o de Figueres na Espanha. No México, há muitos pequenos museus onde o brinquedo popular brilha soberano, representando a diversidade cultural e criatividade dos artesãos. Assim, cada vez mais, persisti em realizar meu objeto de desejo que é difundir, mostrar e buscar uma morada para o brinquedo popular, como expressão do patrimônio cultural brasileiro.

Cite alguns brinquedos interessantes de sua coleção.
É difícil escolher um entre mais de mil, pois cada um tem uma história, uma recordação de épocas distintas de minha vida. O mobiliário é muito rico e retrata o design popular, as bonecas encantam, pois uma senta, a outra tem vestido bordado, a outra muitos enfeites... Os carros imitam fielmente os modelos de época e o que dizer das rodas gigantes com sua cor berrante e seu movimento constante? Realmente não tem como achar um só interessante.

A sua coleção foi feita com presentes e doações — além das suas compras ?
O maior número de peças do acervo foi comprado por mim nas casas e oficinas dos artesãos, nas feiras e mercados populares, em eventos festivos de pequenas comunidades e lojas. Alguns brinquedos hoje são bem caros, são feitos por mestres artesãos e tem um valor inestimável. Tem brinquedos no acervo com mais de 30 anos, todos comprados em minhas viagens ou de estudo ou de lazer. Algumas doações aconteceram por parte de amigos e filhos que trazem de suas viagens, não só os brinquedos mas as histórias também.

Os brinquedos são todos brasileiros?
Não, uma pequena parte foi comprada durante minha estada no México, quando estive como bolsista do governo mexicano para estudar o brinquedo popular, com acompanhamento do Dr. Carlos Espejel.

Sua coleção já esteve em algumas exposições, pode citar as principais?
Todas as exposições foram importantes, pois levaram crianças e adultos a sonhar com um universo tão mágico e para os adultos de muitas lembranças. Por duas vezes esteve na Espanha e quase não volta, pelo desejo dos organizadores em adquirir a Coleção.

Os seus brinquedos são feitos de que materiais?
O artesão trabalha com o material que encontra em seu entorno, na sua região. Na coleção tem brinquedos de pano, madeiras diversas, flandre, fibras, barro, sucata, papel, fios.

Você já viu a reação das crianças diante dos brinquedos de sua coleção. Elas ainda são seduzidas por eles mesmo em épocas de grande avanços tecnológicos? Quer dizer, pela sua experiência, você acredita que seus brinquedos são atemporais?
Qualquer brinquedo fascina uma criança, seja ele um catavento de papel ou um jogo eletrônico. Uma diferença que sempre observei é que o brinquedo popular desperta curiosidade por ser simples e você interage com ele, você brinca, desconstrói e inventa. Muitas vezes com um carrinho sofisticado apenas olha ele se movimentar. Acho que na exposição no Dragão do Mar faremos muitos adultos voltarem a infância e muita criança sair com vontade de comprar um brinquedo de feira. Em uma exposição realizada no Banco Central em Brasília, um espaço de valores, tão imponente, muitos executivos olhavam a exposição e diziam: “ eu brincava com um caminhão como este... ou eu tive esta bruxa de pano, minha vó fazia...” Por curiosidade ou para confirmar o que já sabia, perguntei onde eles nasceram, e a maioria era do nordeste, que é o maior celeiro de brinquedos artesanais do país.

Os brinquedos são de todas as épocas, não tem tempo determinado pois a riqueza cultural do artesão, permite o ciclo da criação e recriação do brinquedo, mas o mercado é o regulador também deste fazer artesanal.

Nesses 30 anos de pesquisa e coleção, você teve muito contato com os artesões? Como se deu essa relação? O que você poderia nos dizer sobre eles e sobre a ligação deles com os brinquedos?
Os primeiros contatos aconteceram quando resolvi estudar e pesquisar o brinquedo. É um processo longo de confiança do estudioso com o artesão, é uma conquista, muitas visitas e depois a entrevista, fotos, visitas as oficinas domésticas. Nos projetos como o de Esperança na Paraíba foram quase três anos de contato mensal com a mestra Socorro e depois com os aprendizes do sítio até a formação de uma associação.

A maioria faz brinquedos desde pequeno e começou inventando para brincar, pois não tinha recursos para comprar o brinquedo industrial. No México, em Guanajuato, observei um caso interessante de artesãs que faziam as bonecas de papel machê, onde pintam um nome feminino e que são tão vendidas em várias lojas por todo país. Pois depois da venda das bonecas aos lojistas, muitas delas que tinham filhos passavam em lojas de brinquedos e compravam brinquedos de plásticos de pouca qualidade para dar a seus filhos.

Em Itabaiana, no sítio de Lagoa do Rancho Joeude e João fazem caminhões de madeira que são cópias fiéis dos originais e neste fazer a presença do homem é dominante. Aqui também acontece um fato interessante a mulher de João , quando viu a produção crescente começou ajudar o marido, pintando frases nas lameiras dos caminhões.
As histórias são mitos, o fazer é repassado de pai para filho, de avó que contam histórias e fazem bonecas e enquanto a magia continuar a criança segue brincando em seu processo de apreender o mundo e o artesão vendendo em feiras, mercados, festas populares como oficio e aumento da renda familiar.



59º Salão de ABRIL começa no próximo dia 14 OUTUBRO

A programação de oficinas, mini-cursos e entrevistas do 59º Salão de Abril já está fechada. Para além da exposição no Centro de Referência do Professor e nos terminais de ônibus do Siqueira e do Papicu, o aspecto formativo do Salão inclui outros espaços de fruição da cultura local, como a Vila das Artes, o Sobrado Dr. José Lourenço e o Centro Cultural do Bom Jardim. O 59º Salão de Abril, uma realização da Prefeitura Municipal de Fortaleza, através da Secretaria da Cultura de Fortaleza (Secultfor), acontece entre os dias 14 de outubro e 23 de novembro.

Em destaque na programação a realização, no dia 18 de outubro, da palestra com o professor Paulo Oneto, do Rio de Janeiro, com o tema "Arte: Desejo e Resistência" - uma abordagem do tema do Salão a partir da filosofia estética. O local escolhido para sediar a palestra foi o Sobrado Dr. José Lourenço, um dos mais tradicionais de Fortaleza.

Ainda em outubro, estão marcadas entrevistas com artistas locais e nacionais. Nos encontros, perguntas serão direcionadas às personalidades convidadas, com o objetivo de fomentar na platéia o desejo por intervir no discurso do palestrante. Os entrevistados de outubro são: Paulo Burscky (do Recife), em bate-papo sobre "Vídeo-Arte", no dia 16; Tiago Santana (de Fortaleza), em conversa sobre sua obra fotográfica, no dia 19; e Humberto Cunha (também de Fortaleza), no dia 30, sobre "Direito autoral do artista plástico". Todas as entrevistas acontecerão na Vila das Artes.

A programação conta ainda com dois mini-cursos e duas oficinas, respectivamente: "Produção autoral x produção coletiva na arte contemporânea" e "O ensino da arte contemporânea"; e "Argila" e "Desenho".

A principal inovação do 59º Salão de Abril está em sua simultânea realização no Centro de Referência do Professor e nos terminais de ônibus do Papicu e do Siqueira. A idéia é democratizar e facilitar o acesso da população, principalmente aquela que não percorre o circuito das galerias e museus, à produção artística contemporânea de Fortaleza e do restante do Brasil, instituindo novos espaços para fruição artística inseridos em lugares de intenso fluxo urbano, dentro de um circuito cultural descentralizado.

Entre as obras que poderão ser apreciadas, desenhos, esculturas, gravuras, instalações, fotografias, objetos, pinturas, performances, intervenções urbanas e vídeo-arte. Este ano, o Salão de Abril contou com 461 trabalhos inscritos, dos quais 45 foram selecionados, advindos de diversas regiões do País. Com isso, o evento mantém seu caráter nacional, iniciado na edição passada. Cada artista selecionado será agraciado com prêmio em dinheiro no valor de R$ 1.500 (Hum Mil e Quinhentos Reais).

Mais informações sobre a programação e sobre as inscrições de mini-cursos e oficinas pelo telefone 3246.2708 ou pelo site www.salaodeabril.org. Todas as atividades têm entrada franca.



PROGRAMAÇÃO

Exposições de 14 de outubro a 23 de novembro, no Centro de Referência do Professor e nos terminais de ônibus do Siqueira e do Papicu.

Entrevistas/Palestra

Entrevista: "Vídeo-arte", com Paulo Bruscky (Recife). Local: Vila das Artes

Data: 16 de outubro, às 19h. Local: Vila das Artes

Palestra: "Arte: Desejo e Resistência" (filosofia da estética), com Prof. Paulo Oneto (Rio de Janeiro). Local: Sobrado Dr. José Lourenço

Data: 18 de outubro, às 19h. Local: Sobrado Dr. José Lourenço

Entrevista: "Olhares, a fotografia de Tiago Santana", com o próprio Tiago Santana (Fortaleza). Data: 28 de outubro, às 19h. Local: Vila das Artes

Entrevista: "Direito autoral do artista plástico", com Humberto Cunha (Fortaleza)

Data: 30 de outubro, às 19h. Local: Vila das Artes

Mini-cursos

"O Ensino da arte contemporânea", com Mirca Bonano (RJ)

Data: de 3 a 8 de novembro, das 08h às 12h, e sábado, das 14h às 17h. Local: Vila das Artes


"Produção autoral x produção coletiva na arte contemporânea"

Data: de 20 a 25 de outubro, das 14h às 17h (inclusive no sábado)

Local: Sobrado Dr. José Lourenço



Oficinas

Argila, com Daniel Maillet (SP)

Data: de 10 a 14 de novembro, das 14h às 17h. Local: Centro Cultural do Bom Jardim

Desenho, com Júlio Camarero (Fortaleza)

Data: de 17 a 21 de novembro, das 8h às 12h. Local: Sobrado Dr. José Lourenço.




MAC recebe coleção de Arte Pop do museu espanhol IVAM

O Museu de Arte Contemporânea do Dragão do Mar expõe a coleção de Arte Pop do Instituto Valenciano de Arte Moderna, da Espanha. A mostra abre dia 29 de setembro

A exposição “Arte Pop na Coleção do IVAM” exibe sessenta obras de artistas renomados em todo o mundo. As obras compõem o acervo da coleção de Arte Pop do do Instituto Valenciano de Arte Moderna (IVAM), na Espanha. Com essa mostra, o Centro Dragão do Mar de Arte e Cultura se insere no circuito nacional de grandes mostras, sendo o Ceará ponto de partida, no Brasil, na itinerância de exposições internacionais.

O acervo de arte pop do IVAM é um dos mais importantes da Europa. A coleção reúne um número diverso de aspectos desse gênero artístico, com nomes que muito contribuíram para a arte pop européia. A coleção propõe um olhar ampliado sobre a linguagem e a presença do seu legado na criação contemporânea mais recente. Seu enfoque se centra naqueles artistas que influenciaram o desenvolvimento da criação de vanguarda na Espanha, incluindo a importante contribuição realizada pelos próprios artistas espanhóis a essa tendência.

Estarão expostas obras de Richard Hamilton, Yves Klein, Jasper Johns, Robert Rauschenberg, Gerhard Richter, Jonh Chamberlain, Claes Oldenburg, Sigmar Polke, James Rosenquist, Cindy Sherman, Richard Prince, John Baldessari, Equipo Crônica (acervo de pinturas, serigrafias, colagens, linóleos e esculturas do trio de espanhóis Juan Toledo, Manolo Valdés e Rafael Solbes), Sigmar Polke e Eduardo Arroyo, entre outros . Releituras críticas e bem-humoradas de obras célebres de artistas como o cubista Pablo Picasso e o pop Andy Warhol, agregadas a elementos gráficos contemporâneos - de histórias em quadrinhos a cenas de cinema - poderão ser conferidas na mostra.

Figuras macabras, máscaras e elementos ligados à morte pontuam vários dos quadros, trazendo uma acidez que reforça a crítica. É importante lembrar que a maioria das obras foram produzidas em plena ditadura de Francisco Franco (1892-1975), o que confere à arte pop espanhola características diversas das de sua vertente norte-americana.

A exposição compõe a grade de eventos do projeto Dragão do Mar em Cores Vivas – 10 Anos de Paixão pela Arte e Cultura. O projeto inicia as comemorações do décimo aniversário do Centro Dragão do Mar de Arte e Cultura, a acontecer em 2009, realizando uma série de ações nas áreas da música, teatro, artes plásticas, dança, e ainda ações relacionadas à infraestrutura e à comunicação visual.

Instituto Valenciano de Arte Moderna

O IVAM é um museu consagrado às artes modernas, sendo o edifício um tributo em si. O museu alberga o Centro Júlio González, aberto em 1989, e a Sala da Muralha, aberta em 1991. Tem várias exposições fixas de grande qualidade, além de mostras temporárias; é um dos melhores museus de arte moderna de Espanha.

Serviço: Arte Pop na Coleção do IVAM, de 29 de setembro a 16 de outubro, às 18h30, no Museu de Arte Contemporânea do Dragão do Mar. Visitas de terça a quinta, das 9h às 19h (acesso até 18h30). De sexta a domingo, das 14h às 21h (acesso até 20h30). Entrada franca. Outras informações: 85. 3488.8600




A artista húngara, Zsuzsa Dárdai expõe no MAC

“Vida na não-vida - paradoxos na relação entre artes e ciências naturais”


O projeto Sala Experimental, do Museu de Arte Contemporânea, no Dragão do Mar, mostra o avanço tecnológico desses tempos e um estudo da relação entre arte e natureza, por meio da arte de Zsuzsa Dárdai. A mostra “Vida na não-vida - paradoxos na relação entre artes e ciências naturais”, fica em cartaz no MAC, de 21 de setembro a 26 de outubro

Há aproximadamente oito anos Zsuzsa Dárdai estuda a sincronia entre imagens naturais e artificiais (sinais e fenômenos visuais), projetando a admiração abstrata da criação através das mídias eletrônicas. Tudo começou quando se deparou com cristais de dendrito - espécie de fóssil vegetal que cresce da mesma maneira que as plantas. Ali nasceu o interesse pelos mistérios da natureza e a vontade de relacioná-los com o universo artístico.

“Onde está a fronteira entre as formas vivas e as formas não-vivas da realidade natural?” Movida por esse e outros questionamentos a artista se empenha em pesquisas e constrói a sua arte em uma ponte que liga os encantos da natureza às possibilidades da criação. Assim, a observação e o estudo são sucedidos pela fotografia e pela manipulação digital - numa relação respeitosa entre artista e objeto observado. “Durante a manipulação digital das formas desses pedaços de pedra, tive bastante cuidado para não prejudicar, com minha atividade artística, a criativa e genial originalidade dos mesmos”, explica Dárdai.
A inspiração das obras surge das mais inusitadas manifestações da natureza. A vida curta que resta às cigarras após sua metamorfose ou as formas peculiares ( parecidas com árvores e outras plantas) que surgem nas rochas devido a solidificação de óxidos de ferro ou manganês. A exposição reúne 24 fotografias manipuladas, todas enviadas por e-mail (sem perda de qualidade técnica, estética ou conceitual).

Serviço: Vida na não-vida - paradoxos na relação entre artes e ciências naturais, abertura dia 21 de setembro às 17 horas, no MAC. A exposição segue até o dia 26 de outubro. O funcionamento é de terça a quinta, das 9h às 19h (acesso até às 18h30) e de sexta a domingo das 14h às 21h (acesso até às 20h30). A entrada é gratuita. Outras informações: 85. 3488-8624.




Novas exposições no Centro Cultural BNB

O Centro Cultural Banco do Nordeste-Fortaleza (rua Floriano Peixoto, 941 – Centro – fone: (85) 3464.3108) abre nesta terça, às 19 horas, duas exposições de artes visuais: a coletiva “3 + 2”, reunindo os paulistas Antônio Ewbank, Chico Togni e Yuk Hori, o carioca radicado em São Paulo, Marcelo Berg, e o cearense Nivardo Victoriano; e a individual “As Meninas”, com a artista paraibana Margarete Aurélio, e curadoria de Dyógenes Chaves. Gratuitas ao público, as duas exposições ficam em cartaz até 16 de outubro deste ano.

Na dinâmica do processo criativo da exposição “3 + 2”, o objeto cotidiano perde sua utilidade para assumir outras funções. Os trabalhos que compõem esta mostra explicitam essa relação em duas frentes.

No primeiro conjunto de trabalhos, Antônio Ewbank, Chico Togni e Marcelo Berg subvertem as funções de cada objeto, cerceando qualquer possibilidade de uso normal, gerando um uso absurdo, ou não-uso, em caixas para transporte de animais claramente inúteis, a subversão de aparatos urbanos, ou um espaço arquitetônico minimamente delimitado.

Já Nivardo Victoriano e Yuk Hori expandem o tempo do uso comum para uma percepção também deslocada do cotidiano, com um par de sapatos perdendo sua função e gerando apreensão do texto no espaço ou um eclipse do Sol espantosamente longo.

Crianças é o tema predileto da artista paraibana Margarete Aurélio, que mostra na exposição “As Meninas” um conjunto de desenhos realizados a partir de suas visitas ao Sítio Tungão, nos arredores do município de Monteiro, no Cariri Paraibano. Ela não imaginava que as intermitentes viagens lhe criassem certa afeição pelas pessoas do lugar (em especial, as crianças). Nessa mostra individual, a desenhista procura revelar a pessoa humana por meio de seus gestos e olhares.



Dragão do Mar antecipa os 80 anos de Sérvulo Esmeraldo


Uma exposição abrangente da obra do artista cearense Sérvulo Esmeraldo (Crato, 1929), ocupará o centro cultural, de 30 de setembro a 16 de novembro. Algumas das obras foram construídas especialmente para a mostra

Sérvulo Esmeraldo comemora aniversário em fevereiro do ano que vem. São 80 anos bem pintados, já que o artista começou ainda criança copiando figuras das revistas Manchete e O Cruzeiro. Rechearam a sua infância desenhos, pinturas, bonecos de argila e até pequenas invenções, parte das brincadeiras do menino esperto do Crato. Um indício do que estava por vir. As criações infantis experimentadas no interior, o contato com as xilogravuras em Fortaleza, a arquitetura em São Paulo, uma exposição individual no Museu de Arte Moderna (MAM - SP), já em 1957, a bolsa de estudo em Paris e uma arte conhecida internacionalmente. Como ápice dessa trajetória podemos citar a repercussão - de deixar boquiaberta a crítica mundial - dos "Excitables", quadros movidos a eletricidade estática. Esses, apesar de muito falados e admirados, nunca foram exibidos no Ceará. Eis a chance.

Com curadoria de Dodora Guimarães, companheira e pesquisadora da obra do artista há 28 anos, a exposição Sérvulo Esmeraldo por Mota Machado reúne trabalhos bidimensionais e tridimensionais em diferentes técnicas e materiais, esculturas, gravuras e relevos recentes. São mais de 100 obras - incluindo algumas inéditas - daquele que está no seleto grupo de artistas brasileiros de maior projeção internacional. Entre as obras construídas especialmente para a exposição, destaque para “Pirâmides”, uma escultura de 6m de altura, composta por três elementos e que estará em plena Praça Verde pronta para a ocupação. Afinal, trata-se de uma escultura feita para ser habitada, segundo palavras da própria curadora. Por toda a exposição confirmam presença o rigor geométrico-construtivo e o minimalismo, ambos pontos fortes do reconhecimento merecido do artista.

Sérvulo Esmeraldo passeia com elegância pela gravura, escultura, pela arte cinética e, graças a ele, a cidade de Fortaleza respira privilegiada: são 40 obras públicas com a assinatura do artista espalhadas pela cidade. Entre elas, destacam-se o “Monumento ao Esgotamento Sanitário” (1977) e o “Monumento ao Jangadeiro” (1992). Em 80 anos de vida, um valioso caminho artístico. E parte dele, trabalhos dos últimos 40 anos, estará aberto ao público no CDMAC.

As obras estarão expostas no Memorial da Cultura Cearense, Museu de Arte Contemporânea, Praça Verde e hall da Livro Técnico.

Serviço: Sérvulo Esmeraldo por Mota Machado, abertura dia 30 de setembro, às 19 horas. A exposição segue até o dia 16 de novembro. No Memorial da Cultura Cearense o funcionamento é de terça a quinta, das 9h às 19h (acesso até às 18h30) e de sexta a domingo das 14h às 21h (acesso até às 20h30). Ingressos: R$ 2,00 / R$ 1,00. Aos domingos a entrada é franca. Outras informações: 85. 3488-8621. No Museu de Arte Contemporânea a entrada é gratuita e o funcionamento segue o mesmo horário do Memorial.



Exposição Casa Cor no Iguatemi


A Casa Cor Ceará apresenta uma retrospectiva dos seus 10 anos no Ceará em forma de mostra, na Praça do Telão, no shopping Iguatemi. A exposição ocorre a partir de hoje (2), às 20h, e segue até o dia 16 de outubro. Na ocasião, podem ser conferidas fotografias e vídeos com depoimentos, fazendo um resgate das edições anteriores da Casa Cor Ceará.

Serviços:
Abertura da Exposição 10 anos da Casa Cor Ceará
Data: 2 de outubro
Local: Praça do Telão (em frente a Centauro), shopping Iguatemi
Horário: 20h

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