Em 5 de maio é comemorado o Dia Nacional do Uso Racional de Medicamentos. A data visa, principalmente, alertar a população sobre os perigos da automedicação. Segundo o Ministério da Saúde, o uso indiscriminado de medicamentos e a automedicação são os principais responsáveis pelos altos índices de intoxicação por remédios.
Apesar de serem a cura para inúmeras doenças, colaborando com a qualidade e a expectativa de vida da população, se utilizados de forma errônea, podem causar graves riscos à saúde, levando a dependência e até mesmo a morte. “Indiscutivelmente, a intoxicação medicamentosa é questão de saúde pública e está muito associada a superdosagem, seja ela acidental, por desconhecimento ou proposital, no caso dos suicídios”, enfatiza Maurício Filizola, presidente da Rede de Farmácias Santa Branca, diretor da Confederação Nacional do Comércio (CNC) e diretor do Sindicato do Comércio Varejista dos Produtos Farmacêuticos do Estado do Ceará (Sincofarma).
Segundo dados do Conselho Federal de Farmácia, cerca de 77% dos brasileiros fazem uso de medicamentos sem orientação médica. Um levantamento da Anvisa apontou que 18% das mortes por envenenamento no Brasil podem ser atribuídas à automedicação. Além disso, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), hospitais gastam de 15% a 20% de seu orçamento com tratamento para pessoas que fizeram uso de automedicação e tiveram complicações.
Se engana quem acredita que a intoxicação ocorra somente com medicamentos de uso controlado, como os de tarja preta. Pode acontecer também com remédios isentos de prescrição, comprados sem receita médica, como os antitérmicos e analgésicos. Apesar de apresentarem risco mínimo e poucos efeitos colaterais, o paracetamol, em excesso, pode provocar gastroenterite, que é a irritação e inflamação do tubo digestivo, e a hepatotoxicidade, que é uma inflamação no fígado.
Outro medicamento de venda livre que pode acarretar sérios problemas à saúde, se utilizados de forma inadequada, são os descongestionantes nasais. Embora os sintomas mais comuns associados à superdosagem sejam vômito, náusea, cefaleia, irritabilidade, aumento da pressão arterial e sudorese, dependendo da dose, também podem ocasionar dilatação das pupilas, sonolência, hipotermia e até coma.
“O mais indicado é sempre seguir as recomendações de um médico ou farmacêutico, principalmente devido às contraindicações e interações medicamentosas”, conclui Maurício Filizola. “Todo medicamento utilizado de forma imprópria, pode provocar dependência, reações alérgicas e até risco de morte”, complementa.
Em casos de intoxicação medicamentosa, é importante procurar ajuda médica o quanto antes. Os sintomas mais frequentes são sudorese, diarreia, vômito, tontura, palpitação, mudança de comportamento e sedação.
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