A edição de 2024 do levantamento “Finance Benchmarking”, produzido há 15 anos, pela PwC, apurou a realidade de quase 1.000 companhias no mundo. Entre as principais conclusões está a de que, pela primeira vez, a área financeira tem investido mais de 33% do tempo em discussões de negócio. Em 2015, esse índice era de 21%. Ou seja, tem sido gasto menos energia com o operacional, que por sua vez passou a ser cada vez mais realizado por tecnologias, como a inteligência artificial (IA). De modo geral, também se percebe que a transformação financeira está no centro das mudanças comerciais com investimentos que impactam a capacidade da função financeira e criam valor.
Para o sócio da PwC Brasil, Claudio Machado, a realidade constatada pelo estudo encontra eco no universo corporativo brasileiro. Mas, segundo o executivo, ainda que tenha havido um salto de 12 pontos porcentuais em oito anos, a quantidade de tempo dedicada a reflexões do negócio ainda é pequena. Na visão dele, há potencial para ser explorado tanto no Brasil quanto em outros territórios. “No geral, tem sido liberado mais espaço do tempo dos CFOs e times para a parte mais crítica que agrega valor. O insight é pensar que finanças é um parceiro de negócio, que fornece informações de qualidade e vão ajudar na tomada de decisão”, avalia.
Claudio Machado analisa que a automação de processos na área de finanças passou a ser uma realidade constatada inclusive pela edição mais atual do “Finance Benchmarking”. A pesquisa indica que a porcentagem de tempo atribuído a para desempenho manual de tarefas automatizáveis foi reduzida de 41%, em 2014, para 28%, em 2023. Para exemplificar, dos 17 processos financeiros mapeados, relatórios de gestão, faturamento de cliente e contabilidade geral são as três principais atividades com oportunidades mais sujeitas à automação.
O estudo também analisa como as funções financeiras estão potencializando o valor para os acionistas e se adaptando a um ambiente de negócios em rápida mudança. Além disso, destaca desafios críticos enfrentados por executivos de finanças (CFOs), como inflação elevada, taxas de juros mais altas e incertezas geopolíticas e explora de que forma esses líderes mantêm a confiança diante de todos esses desafios, transformando suas funções de meras guardiãs das finanças para motoras do crescimento empresarial com base em programas de transformação financeira.
“Nesse cenário, vemos a evolução da capacidade impulsionada por meio de programas de transformação financeira, desde a adoção de sistemas em nuvem e viabilização da automação, até programas que aproveitam os avanços da IA e outras tecnologias de dados para fornecer eficiência e suporte de decisão em tempo real. Mais uma vez: dessa forma, os líderes financeiros modernos conseguem investir mais tempo e recursos em capacidades que ajudarão a empresa a operar melhor em um ambiente de mudança e incerteza”, pondera Claudio Machado.
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