domingo, 4 de maio de 2014

DESTAQUES

ÚLTIMO DIA DO 4º FORTALEZA RESTAURANT WEEK

Até hoje, 01 de junho, Fortaleza segue na rota de um dos mais importantes eventos gastronômicos do mundo. A quarta edição do Fortaleza Restaurant Week segue impulsionando o setor gastronômico da capital cearense em circuito entre 15 renomados restaurantes locais.
O 4º Fortaleza Restaurant Week aguça a criatividade dos chefs e o paladar do público com deliciosas opções de menus em 15 dos melhores restaurantes da cidade. São cardápios especiais que valorizam o tema “Sabores do Brasil”. Os renomados: L’O Restaurante; Nostradamus; Cemoara; Santa Grelha; Ferreiro Café; New York; Vojnilô Praia; Vojnilô; La Pasta Gialla; Ryori Sushi Lounge; Brasil Tropical; Colher de Pau; Sobreiro; Medit e Mandacaru participam desta edição do Festival. Nos últimos dias do evento, cearenses e turistas podem percorrer os restaurantes experimentando o que este circuito gastronômico tem de melhor em diferentes regiões da cidade. A rica gastronomia nordestina agrada aos mais exigentes paladares em opções de menus diversos (entrada, prato principal e sobremesa) com preço fixo (R$ 37,90 no almoço e R$ 49,90 no jantar). Couvert, bebidas e 10% de serviço não estão inclusos neste valor.
O Projeto, que surgiu em Nova York e chegou a São Paulo em 2007, democratiza o trabalho dos chefs; atrai e fideliza novos clientes; e impulsiona o setor gastronômico da capital cearense por combinar cardápios diferenciados a preços fixos e atrativos.
Além de comer bem, os clientes do 4º Fortaleza Restaurant Week podem contribuir com o trabalho da Fundação Cafu - entidade sem fins lucrativos, que cria oportunidades de desenvolvimento para combater a desigualdade social. Os restaurantes participantes sugerem aos clientes uma contribuição de R$ 1 (ou mais) a cada refeição para a entidade escolhida nesta edição.

SERVIÇO
4ª edição Fortaleza Restaurant Week
                  Semana oficial: 19/05 a 01/06 de 2014
Valor: R$ 37,90 no almoço e R$ 49,90 no jantar









IV Festival de Jericoacoara Cinema Digital premiou cineastas de oito estados

Encerrado no dia 11/5, na paradisíaca praia do oeste cearense, o IV Festival de Jericoacoara Cinema Digital premiou curtas-metragens de cineastas de oito estados brasileiros. Os realizadores cearenses estiveram entre os premiados, com "O porquê das coisas", de Carmem Silvia Ferreira, conquistando os prêmios de melhor documentário e de melhor filme do Ceará, Piauí e Maranhão. E com menção honrosa para o filme "Damas da Liberdade", de Célia Gurgel e Joe Pimentel.
Ao longo de uma semana, moradores e visitantes de Jericoacoara conferiram um amplo painel da história do cinema nacional e da produção audiovisual brasileira contemporânea, com o IV Festival de Jericoacoara - Cinema Digital. Tudo com entrada franca, em exibições que uniram nativos e visitantes, na Sala Multimídia do Polo de Atendimento à Infância e Adolescência. Mesmo local em que, na noite de domingo, 11/5, foram divulgados os filmes vencedores, selecionados pelo júri do festival. Os realizadores, atores e técnicos premiados receberam o Troféu Pedra Furada, concebido pelo renomado artista plástico cearense Zé Tarcísio.
Foram premiadas produções provenientes de oito estados: além do Ceará, obtiveram prêmios filmes de diretores do Distrito Federal, de Minas Gerais, São Paulo, Rio de Janeiro, Espírito Santo, Pernambuco e Paraná.
Os prêmios de melhor ficção e melhor roteiro ficaram com “Meu amigo Nietzsche”, de Fáuston Silva (DF). "O céu do andar de baixo", de Leonardo Cata Preta (MG) foi o melhor curta de animação e também conquistou o prêmio de melhor direção, enquanto "A greve", de Davi Alves da Silva (SP), foi o melhor curta experimental. Já o prêmio do júri popular ficou com "Crisálida",de Tiago Brito e Rafael Saar (RJ), produzido a partir do inusitado encontro entre os músicos Hermeto Pascoal e Tetê Espíndola.
O melhor ator foi Danilo Andrade (pelo filme "Os lados da rua", de Diego Zon, do Espírito Santo) e a melhor atriz, Júlia Biaggioli, do filme "Não deixe Joana só", de Cecília Engels, de São Paulo.
"Um diálogo de ballet", de Felipe Maztzembacher e Márcio Reolon (RS), conquistou os prêmios de melhor edição e de melhor direção de fotografia. O melhor desenho de som foi o de "Villa Barra", de Osman Godoy (PE). A melhor trilha original ficou com "Olhar Contestado", de Fabianne Balvedi (PR), que também conquistou menção honrosa, a partir de sua abordagem documental sobre os conflitos históricos em Santa Catarina e no Paraná. A melhor direção de arte ficou com "Os lados da rua", de Diego Zon (ES).

Curtas e debates

Além da Mostra Competitiva de Curtas-metragens, o festival exibiu em Jericoacoara longas importantes para a história do cinema brasileiro, como "Deus e o Diabo na Terra do Sol", de Glauber Rocha, e "A Noite do Espantalho", de Sérgio Ricardo (presente ao festival), filmes homenageados por completarem, respectivamente, 50 e 40 anos em 2014.
"O festival também promoveu o seminário 'Cinema, Terra e Cordel', cin debates interessantes e com uma participação muito boa, muito atenta, por parte das novas gerações. Tivemos jovens realizadores ouvindo com muito interesse o (cineasta e compositor) Sérgio Ricardo dizer como compôs a trilha sonora de 'Deus e o Diabo na Terra do Sol', como foi sua convivência com Glauber Rocha, que segue despertando a atenção da turma mais nova", aponta Francis Vale, cineasta, produtor cultural e diretor do Festival de Jericoacoara Cinema Digital.
"O (eletricista, produtor e cineasta) Roque Araújo contou várias histórias sobre o trabalho com o Glauber. Vamos ter o debate com ele, Walter Santa Rosa e Afonsinho, sobre a capoeira e o cinema, nesta sexta-feira. Enfim, o festival aconteceu em um clima de congraçamento e de reflexão sobre a história do cinema brasileiro, com o trabalho desses grandes nomes, e o presente do cinema nacional, que é o digital, essa produção independente, principalmente os curtas", complementa Francis.

Rodger Rogério, 70 anos
O festival também prestou homenagem, na sexta-feira, 9/5, ao cantor, compositor e ator Rodger Rogério, pelos 70 anos e por sua vasta obra musical e audiovisual. "Rodger Rogério é um dos artistas mais admirados da sua geração e tem inclusive recebido a atenção de um público novo, bastante jovem, que se encanta com as suas músicas. Ele é um parceiro do Festival de Cinema Digital de Jericoacoara, já compôs a trilha sonora do evento e agora, completando 70 anos, não poderíamos deixar de homenageá-lo", justifica Francis Vale.


IV FESTIVAL DE JERICOACOARA - CINEMA DIGITAL
RESULTADO FINAL - FILMES PREMIADOS

Melhor ficção: “Meu amigo Nietzsche”, de Fáuston Silva (DF).

Melhor documentário: “O porquê das coisas”, de Carmem Silvia Ferreira (CE)

Melhor animação: “O céu do andar de baixo”, de Leonardo Cata Preta (MG)

Melhor curta experimental: "A greve", de Davi Alves da Silva (SP)

Prêmio melhor filme de Ceará, Piauí e Maranhão: “O porquê das coisas”, de Carmem Silvia Ferreira (CE)
Prêmio do júri popular: "Crisálida", de Tiago Brito e Rafael Saar (RJ)

Melhor direção: “O céu do andar de baixo”, de Leonardo Cata Preta (MG)

Melhor ator: Danilo Andrade - Filme "Os lados da rua", de Diego Zon (ES)

Melhor atriz: Júlia Biaggioli - Filme "Não deixe Joana só", de Cecília Engels (SP)

Melhor roteiro: "Meu amigo Nietzsche", de Fáuston Silva (DF)

Melhor desenho de som: "Villa Barra", de Osman Godoy (PE)

Melhor edição: "Um diálogo de ballet", de Felipe Maztzembacher e Márcio Reolon (RS)

Melhor direção de fotografia: "Um diálogo de ballet", de Felipe Maztzembacher e Márcio Reolon (RS)

Melhor trilha original: "Olhar Contestado", de Fabianne Balvedi (PR)

Melhor direção de arte: "Os lados da rua", de Diego Zon (ES)

Menção honrosa: "Damas da Liberdade", de Célia Gurgel e Joe Pimentel (CE), e "Olhar Contestado", de Fabianne Balvedi (PR)












Com clássicos do cinema e novos curtas, Jeri Digital 2014 acontece até domingo

Promovendo intercâmbio entre grandes realizadores do cinema nacional e jovens cineastas brasileiros, o Festival de Jericoacoara - Cinema Digital 2014 tenta manter sua força independente

- Francis Vale, Leny Rose e Bel Vale - uma família dedicada ao cinema

Exibindo clássicos do cinema nacional e divulgando os trabalhos de novos cineastas brasileiros e seus curtas metragens, a quarta edição do Festival de Jericoacoara - Cinema Digital tenta seguir sua trajetória que, desde a primeira edição, começou com muita dificuldade. Francis Vale, o cineasta, idealizador do Festival Jeri Digital, já havia criado antes o Cine Ceará, e o Curta Canoa, vendeu até um carro para pagar toda a estrutura do Festival e os prêmios que eram concedidos aos jovens realizadores que ganhavam a Mostra Competitiva. "Ficamos com um buraco no ano passado, por causa da mudança de gestão no Banco do Nordeste, que é um dos principais patrocinadores do Festival. E esse ano conseguimos esse novo local com a prefeitura de Jijoca, e com a ajuda da Secult, o patrocínio da Coelce conseguiu assegurar a realização da quarta edição, mas com alguns cortes", explicou Francis. 
Chega a ser uma fábula no melhor estilo "Cinema Paradiso" a luta dele pela realização de um festival de cinema que fuja das influências comerciais e abriguem o cinema brasileiro de qualidade. Sempre ladeado pela esposa Leny Rose, e os filhos, Bel Vale, estudante de cinema, e Gabriel Vale, Francis construiu uma história de belos encontros, intercâmbios, amizades, incentivos ao cinema nordestino e nacional, realizações de festivais e filmes e outras "posições" essenciais para a cultura do Ceará. A família toda envolvida faz do Festival de Jeri uma reunião familiar de boas reflexões e iniciativas para a sétima arte brasileira.
Após começar em lona de circo, e depois a céu aberto (com muitas estrelas), o novo local de exibição de filmes do Festival Jeri Digital 2014 fica na mesma parte mais humilde da vila de Jericoacoara, onde aconteceram as duas edições anteriores, só que no recém inaugurado Pólo de Atendimento a Criança e a Juventude, que fica ao lado do Posto de Saúde. O local, distante das ruas principais de Jeri, famosa por seus hotéis luxuosos, boutiques, bares e restaurantes de bonita "arquitetura natural", atrai muitos moradores da vila de Jijoca, alguns 'nativos' que nunca tiveram contato com a tela grande. A nova sala multimídia, fechada, tem ar condicionado e cadeiras confortáveis, promovendo uma atenção maior na hora da exibição dos filmes.
Depois de desenvolver temas como a questão indígena, atraindo até mesmo a participação da tribo Tremembé, esse ano o Seminário do Festival de Jericoacoara aborda o tema "Cinema, Terra, Cordel", e exibiu na quarta-feira clássicos como "Deus e o Diabo na Terra do Sol", de Glauber Rocha, que está completando 50 anos de lançamento em 2014, e "A Hora do Espantalho", de Sérgio Ricardo (40 anos de lançamento). Sérgio esteve protestando durante o Seminário, na quarta e quinta, contra a "era do lixo cultural que nós vivemos", e Francis ressaltou a influência enorme do cinema americano sobre os filmes brasileiros na atualidade. "Nelson Pereira dos Santos não consegue terminar um filme por falta de patrocínio. E o que estamos vendo de nacional nas telas do cinema? Boas porcarias", afirmou Sérgio.    
Francis também exemplificou para o DIVIRTA-CE as dificuldades em promover o Festival de Jericoacoara. "Por causa da Copa do Mundo, tudo ficou mais caro, hotéis, passagens de avião. Ficou difícil reunir cineastas nacionais e jovens realizadores, mas ainda estamos, firmes e fortes, tentando continuar esse trabalho de incentivo", disse ele, constrangido por ter que tirar o prêmio concedido aos destaques do Festival. Uma novidade desta edição do Festival de Jericoacoara - Cinema Digital é a escolha do melhor filme através de um Júri Popular, com cédulas que são distribuídas no final de cada sessão da Mostra Competitiva.
Outra presença ilustre do Festival é de Roque Araújo, técnico dos filmes de Glauber Rocha, hoje cineasta e professor de cinema na Bahia, que contou no Seminário do Jeri Digital 2014 curiosidades do Cinema Novo e bastidores das filmagens nos anos 60 e 70. 
"A vivência desse festival é uma verdadeira aula de cinema, com esses depoimentos de grandes realizadores do cinema nacional, conhecer o trabalho de outros cineastas e ainda vir a esse paraíso que é Jericoacoara, é um privilégio", afirmou a cineasta paulista Cecília Engels, que exibiu seu filme "Não deixe Joana só" na terça.
A quarta edição do Jeri Digital acontece até domingo, exibindo curtas de diversos gêneros (animação, documentário, ficção). A programação de sexta começa com o debate às 9h, "Capoeira- Dança, filosofia, luta e esporte", com participação do jogador Afonsinho e o mestre de capoeira Walter Santa Rosa, segue às 15h com a Mostra de Cinema Infantil, e continua às 18h com homenagem ao cantor e compositor Rodger Rogério, do Pessoal do Ceará. Às 18h30 começam a ser exibidos diversos curtas da Mostra Competitiva, como a animação de Minas Gerais "Terra, cuide bem dessa bola", o documentário gaúcho "Um diálogo de Ballet" e a ficção "Dia de Jogo", do Rio de Janeiro. 
No domingo será feita a entrega do Troféu Pedra Furada aos ganhadores nas diversas categorias (melhor ator, atriz, diretor, filme), e a exibição do documentário "Ensaio sobre o silêncio", do cineasta carioca Zeca Ferreira. Toda a programação do Festival é gratuita.




TV DIVIRTA-CE no Festival de Jericoacoara

Veja alguns vídeos de Felipe Muniz Palhano e Carlos Puton
















DIVIRTA-CE entrevista Ana Carolina, que fala sobre adoção, violência contra gays e os 15 anos de carreira

Cantora respondeu as perguntas de Felipe Muniz Palhano, e estará em Fortaleza no próximo dia 9 de maio, na casa de shows Musique, para apresentação da turnê “#AC


Ana Carolina está de volta a Fortaleza com #AC, seu novo show, baseado em seu mais recente álbum de inéditas. A concepção do espetáculo é da própria cantora, com direção de Monique Gardenberg, que volta a trabalhar com Ana depois de tê-la dirigido no show “Dois Quartos” e nos DVDs “Estampado” e “9 + 1”. Depois das apresentações em São Paulo e no Rio de Janeiro, a turnê #AC estará nos dias 09 e 10 de maio, em Fortaleza e Juazeiro do Norte, respectivamente. A aprtesentação na capital cearense acontecerá na casa de shows Musique.
“#AC”, o show, conta com inserções de vídeos que tiveram a edição e direção da cantora e filmagens de Monique Gardenberg, especialmente criados para o espetáculo.
Para o tango eletrônico “Mais forte”, por exemplo, Monique trouxe da Argentina uma dupla de renomados dançarinos de tango, Ollantay Rojas e Lisandro Eberle, e uma filmagem da dupla passa nos telões do show. A sonoridade também ganhou nova roupagem, com diversas interferências de beats, samplers, scratchs e vinhetas, além de instrumentos tecnológicos. O set list mistura canções de #AC com versões novas de antigos sucessos de todas as fases dos 15 anos de carreira de Ana. Além disso, o novo show conta com três novidades: “Fire”, de Bruce Springsteen; uma versão bem humorada para “Periguete”, de MC Papo, como mashup com “Você não vale nada”, hit de Calcinha Preta, composto por Dorgival Dantas; e uma nova versão de “Coração Selvagem” de Belchior.

No palco, Ana está acompanhada de uma banda formada por Pedro Baby, na guitarra, Edu Krieger, no baixo, Carlos Trilha, nos teclados, e Leo Reis, na bateria e percussão, além do DJ Mikael Mutti, que já trabalhou com John Legend e Stevie Wonder. “Agora quero comemorar meus 15 anos de carreira ao lado do público. Espero ver todo mundo no show”, afirmopu a cantora em entrevista ao Jornal O Estado. Ela respondeu as perguntas por email enviadas pelo editor adjunto de cultura Felipe Palhano, se esquivou de algumas e abriu a intimidade em outras, falando sobre adoção e violência contra gays.
No setlist do show em Fortaleza estarão grandes sucessos e novidades como “Você Não Sabe”, “Para Rua me Levar”, “Uma Louca Tempestade”, “Combustível”, “Un Sueño Abajo El Agua”, “Dez Minutos”, “Mais Forte”, “Coração Selvagem”, “Problemas”, “Quem de Nós Dois”, ”iPhone”, “Cabide”, “Garganta”, dentre outras músicas.  #AC – O Disco“#AC” é o sexto disco de inéditas da carreira de Ana Carolina e foi o primeiro álbum disponibilizado por um artista nacional através de streaming no iTunes. Nas lojas, “#AC” chegou em junho com doze canções. O trabalho tem parcerias da cantora com nomes como Guinga, (“Leveza de Valsa”, que ganhou um clipe dirigido pela própria artista), Edu Krieger, Chiara Civello, Antonio Villeroy, o italiano Bungaro, Rodrigo Pitta, Moreno Veloso e Carlos Rennó. Produzido por Alê Siqueira e Ana Carolina, “#AC” foi uma incursão da cantora em temas e sonoridade contemporânea – o álbum traz grooves e scratchs comandados pelo badalado DJ Cia, dividindo os créditos com um time de instrumentistas de primeira linha da música nacional. Além disso, traz participações do cantor e compositor Chico Buarque, que está presente na faixa “Resposta da Rita”, de Guinga (em “Leveza de Valsa”) e da italiana Chiara Civello (“Um Sueño Bajo El Agua”).
Confira a entrevista do Blog Divirta-CE com a cantora Ana Carolina.

DIVIRTA-CE - Depois de um bom tempo você retorna ao Ceará para mostrar a turnê de seu último disco “AC” em Fortaleza. Nesta nova turnê você deixa um pouco de lado as baladas românticas e adota um som mais groovy, mais dançante, assim como no novo disco?
ANA CAROLINA - É uma mistura, o show tem as baladas também. Um dos pontos altos é quando canto "Coração Selvagem" do Belchior- o pessoal adora! Também tem "Eu sei que vou te amar", que eu não poderia deixar de fora. Mas é também um show alegre, pra cima e tem um certo quê de celebração dos meus 15 anos de carreira. Diria que o show mais completo e equilibrado nesse sentido. Ele tem agradado aos que gostam de uma "balada" e os que gostam da "balada".

DIVIRTA-CE- Como é sua relação com os fãs cearenses?
ANA CAROLINA- Gosto do humor e do respeito com que eles tratam a música. São festivos no momento de festa e sentimentais nos momentos mais românticos. Sinto muito carinho do público cearense.

DIVIRTA-CE- Depois de muitos hits, sua voz entrou na abertura de uma novela da Globo, “Em Família”, com a música “Eu sei que vou te amar”. Em entrevista a Ana Maria Braga você disse que se emociona toda a vez que canta essa música. A emoção que você usa seria uma das “chaves” do seu sucesso? Quais outras músicas do seu repertório te emocionam até hoje, quando você canta ao vivo?
ANA CAROLINA- Nossa, acho que tenho uma relação emocional com todas elas, obviamente as que são mais românticas acabam nos tocando de uma forma diferente. "Eu sei que vou te amar" é uma velha companheira. Lembro de tirar ela no violão pela primeira vez quando ainda estava aprendendo a tocar, depois a cantei em bares e hoje ela levou a minha voz para a abertura da novela. Tom e Vinicius são mestres e me tocam profundamente.  A emoção é parte da conexão com o público, quando canto eu olho quem assiste e tento me colocar no lugar deles, é justamente a emoção que nos une em um show.  São tantas emoções, gosto muito quando canto composições de outros como "Força estranha" do Caetano ou "Coração Selvagem" do Belchior: ali misturo a intérprete com a ouvinte, que um dia foi tocada pela canção e ainda se emociona ao cantar para o público.

DIVIRTA-CE - Há alguns meses você foi “atacada” por uma fã que te “agarrou” no palco. Tem medo desses fãs mais “fervorosos”? Qual situação mais inusitada ou curiosa que você já passou em apresentações ao vivo e nunca mais esqueceu?
ANA CAROLINA - Não fui atacada (risos), fomos todos vítimas da tal "emoção" que a música desperta. Às vezes fazemos loucuras por amor mesmo e quando percebemos, já fizemos. Esse foi o caso, a menina subiu para me dar um abraço e sem querer me derrubou. Era "Eu sei que vou te amar". No dia seguinte colocaram barricadas no show, mas eu mesma preferia estar mais perto do público, tocá-los..  Em Salvador, na Concha acústica do Teatro Castro Alves, onde o palco fica no nível do chão, o público na arquibancada era enorme, foi uma loucura, parecia uma tsunami de fãs vindo em minha direção, uma reação em cadeia.  Tivemos que parar o show. Depois eu voltei e pedi para seguirmos numa boa, seguiram e deu tudo certo.

DIVIRTA-CE- Mesmo com sua postura discreta, sem querer “levantar bandeiras”, você nunca deixou de se posicionar em relação a liberdade sexual que todos deveriam ter, e sempre foi admirada e respeitada por isso. Qual a sua opinião em relação aos casos de violência contra homossexuais que acontecem constantemente no Brasil? Você é a favor de um lei que condene pessoas nesses casos de homofobia e preconceito?
ANA CAROLINA - Sou a favor da humanidade parar com o uso da violência contra homossexuais ou qualquer indivíduo, estamos em um mundo em que pais jogam filhos pelas janelas, amigos se esfaqueiam por conta de resultado do futebol. É inadmissível ainda estarmos discutindo o uso de violência gratuita contra seres de bem. Sou a favor da liberdade e o bom uso dela, sou a favor de um mundo livre, sem preconceito, sem julgamentos quanto a opção sexual, religiosa, raça e qualquer coisa que seja motivo de um ser humano atentar contra a vida do outro. Temos que respeitar as diferenças.

DIVIRTA-CE - Em algumas entrevistas você comentou o interesse de ter filhos, e em uma delas disse que era essencial para um filho ter um pai (homem). Continua com a mesma opinião? E no caso de adoção por pais homossexuais, é extremamente necessário para essa criança ter uma mãe? Ainda sonha ter filhos? Pensa em adotar?
ANA CAROLINA - Meu pai faleceu quando eu tinha dois meses de idade, cresci sem um pai e estou aqui para contar: é possível crescer sem a figura materna ou paterna, mas eu digo que uma criança deve ter um lar estruturado e amor, ter pais ou mães dedicados ao seu desenvolvimento.  Tenho uma irmã que tem duas filhas adotivas e vejo que também seja possível formar uma família sem laços genéticos. A maternidade chegará na hora certa, está em meus planos.

DIVIRTA-CE - Além de ser consagrada como cantora, você é prestigiada como compositora pelos maiores artistas da Música Popular Brasileira. O que gosta mais, cantar ou compor? Quais as diferenças e prazeres das duas funções?
ANA CAROLINA - Poderia falar sobre esse assunto por dias, mas gosto das duas coisas e não me furto de cantar canções de artistas que admiro mas, para mim, compor é parte do meu trabalho, da minha forma de expressão e acho muito bom poder cantar o que componho.  Neste último trabalho além de compor e cantar, decidi criar, dirigir e editar os videoclipes de algumas canções e gostei bastante da experiência, pois assim o público além de ouvir uma composição minha, pode ver como a interpreto de maneira visual. Quando estou em meu quarto ou no estúdio com o violão para compor uma canção, a cantora e a compositora são uma coisa só e assim me sinto mais inteira, mais completa. Gosto também de interpretar canções de outros, mas é bom assinar um trabalho e poder cantá-lo.

DIVIRTA-CE-  Em ano de eleições e Copa do Mundo, o que você espera do Brasil em 2014?
ANA CAROLINA - Ordem e progresso.

DIVIRTA-CE- Pretende lançar um novo disco ou DVD este ano?
ANA CAROLINA - Este ano irei viajar com o show #AC, que em algum momento vai ser registrado, mas já tenho ideias para mais dois discos, na hora certa eles aparecerão. Agora quero comemorar meus 15 anos de carreira ao lado do público. Espero ver todo mundo no show.

SERVIÇO
Show Ana Carolina #AC
Dia 9 de maio de 2014, às 22h.
Local: Musique - Av. Washington Soares, 6257
Ingressos: Pista R$42,00, Frontstage R$ 62,00, Camarote R$ 100,00
Vendas: Salão de Beleza Absolut (Rua Nunes Valente, 145) ou Online
Informações: 85 3230-1917
Classificação etária: 18 anos














CINEMA CEARÁ

 

IV Festival de Jericoacoara - Cinema Digital começa nesta segunda-feira

Neste ano o festival prestará homenagens ao cineasta e compositor Sérgio Ricardo e ao ator, cantor e compositor Rodger Rogério, que está comemorando 70 anos


A quarta edição do festival reconhecido no calendário nacional do cinema independente acontecerá de 5 a 11 de maio, reunindo, na paradisíaca praia cearense, grandes nomes e novos realizadores do audiovisual brasileiro. Ao todo, 30 curtas-metragens, de realizadores provenientes de 14 estados, foram selecionados para participar da mostra competitiva. Neste ano o festival prestará homenagem aos 50 anos de "Deus e o Diabo na Terra do Sol", aos 40 anos de "A Noite do Espantalho", ao cineasta e compositor Sérgio Ricardo e ao ator, cantor e compositor Rodger Rogério, que está comemorando 70 anos.
Pela quarta vez, realizadores audiovisuais de diversos estados brasileiros, responsáveis pelo novo cinema nacional, vão se encontrar em uma das praias mais belas de todo o mundo. Quando o mês de maio chegar, com o Brasil em crescente destaque pela proximidade da Copa do Mundo, o Festival de Jericoacoara – Cinema Digital realizará a sua quarta edição. Sempre fiel à proposta original, de oferecer um novo olhar sobre o cinema brasileiro, um panorama da nova produção do audiovisual nacional, democratizada tanto em conteúdo quanto em forma, por meio da tecnologia digital.
"A homenagem a esses filmes é uma forma de chamar atenção para momentos importantes e diferentes, na história do cinema brasileiro. 'Deus e o Diabo' foi lançado pouco antes do golpe militar que tomou o País em 1964 e que iria durar longos 21 anos. Já 'A Noite do Espantalho' saiu durante um dos períodos de maior arbítrio e fortalecimento do regime autoritário, em pleno governo Médici", destaca o cineasta Francis Vale, diretor do Festival de Jericoacoara - Cinema Digital.
"Será uma oportunidade interessante, de exibir esses dois grandes filmes da história do cinema brasileiro, para novos realizadores e para o público em geral, debatendo as semelhanças e também as diferenças entre os filmes e entre o contexto cinematográfico, social e político de cada um deles. Tendo como ligação inclusive o Sérgio Ricardo, que fez a trilha sonora de 'Deus e o Diabo' e fez a direção e a trilha de 'A Noite do Espantalho'", acrescenta Francis Vale.
O festival também prestará homenagem a dois convidados especiais, cuja presença já está confirmada em Jericoacoara: o próprio cineasta e compositor carioca Sérgio Ricardo, nome de destaque nacional tanto no cinema quanto na música, e o ator, cantor, compositor e físico Rodger Rogério, um dos grandes nomes da geração do "Pessoal do Ceará", autor de canções como "Retrato marrom", "Falando da vida" e "Bye-bye baião". Tendo atuado em mais de 30 filmes, Rodger Rogério comemora em 2014 seus 70 anos, com muitas novidades, como a produção de novos shows e de um documentário sobre sua trajetória.
“A ideia é dar prosseguimento ao festival, consolidando cada vez mais sua dimensão nacional, buscando reunir os novos realizadores do cinema brasileiro, que estão em todas as regiões, fazendo seus trabalhos, mesmo enfrentando, muitas vezes, dificuldades para divulgação, repercussão, visibilidade”, afirma Francis Vale.
“Na contramão dessa realidade, o Festival de Jericoacoara – Cinema Digital existe justamente para contribuir para dar mais destaque a novos nomes do cinema brasileiro, provando que passamos de um eixo geográfico de produção para novos e múltiplos polos, espalhados pelo País”, acrescenta o diretor do festival.
Para assegurar, na prática, a democratização da participação no evento, a produção do festival garante as despesas de transporte terrestre entre Fortaleza e Jericoacoara, alimentação e hospedagem, ao longo de todo o período, para um representante de cada um dos filmes selecionados. “Mais do que apenas exibir os filmes, o festival se diferencia por proporcionar que os realizadores e o público possam conviver em Jericoacoara, ao longo de uma semana, debatendo cinema e permanecendo em contato direito com o público e a comunidade”, reforça Francis Vale.
Ao longo do festival, os filmes serão apreciados por um júri composto por cinco pessoas ligadas à área do audiovisual. Receberão o Troféu Pedra Furada as obras escolhidas pelo júri como as melhores em cada categoria: ficção, documentário, animação e experimental. Também receberá o troféu a melhor produção dos estados Ceará, Piauí e Maranhão, em homenagem à chamada “Rota das Emoções”, que se inicia em Jericoacoara-CE, passa pelo Delta do Parnaíba-PI e se estende até os Lençóis Maranhenses.
O festival também destinará troféus aos vencedores dos quesitos melhor filme, direção, roteiro, fotografia, trilha original e direção de arte. Além dos troféus para melhor ator e melhor atriz.


Filmes selecionados
01.     A greve  (11’ )   - David Alves Silva    - Experimental – SP
02.     Meu amigo Nietzsche (15) - Fáuston da Silva – Ficção – DF
03.     Um diálogo de Ballet (7) – Filipe Matzembacher e Márcio Reolon – Doc.- RS
04.     O Rio Mearin Secô (5) – Rwanyto Oscar- Exp -MA
05.     Macacos me mordam (9) -  Sávio Leite e César Maurício – Anim - MG
06.     Damas da Liberdade (15) – Célia Gurgel e Joe Pimentel – Doc. –CE
07.     A arte do retrato – Luis M. Vasconcelos (9) – Elisa Cabral – Doc. (PB)
08.     Mobilizou Geral : A longa década de 80 na foto.(15) – Vera  Jursys – Doc. – SP
09.     A velha gulosa -   Isabela Veiga (12) – Fic – GO
10.     Urânio Picuí (15) – Antonio Carrilho  e Tiago Melo– Doc. –PE
11.     Abraço de Pescador (7) – Kleyton Nunes – Doc. –PE
12.     Gigantes da Alegria (12) – Ricardo  Rodrigues- Doc. – RJ
13.     Terra, cuide dessa bola(11) – Cacinho – Anim. – MG
14.     Sopro das Águas (5) – Laurita Caldas – Exp. – PB
15.     O Voo Nupcial (15) – George Alex Barbosa – Anim – CE
16.     O porquê das coisas (15)-Carmen Sílvia Ferreira – Doc. – CE
17.     Os lados da rua (15) – Diego Zon – Fic – ES
18.     Olhar Contestado (15) – Fabianne Balvedi – Doc.- PR
19.     Não deixe Joana só (15) – Cecília Engels -  Fic. – SP
20.     Crisálida (15)- Thiago Brito e Rafael Saar – Doc. – RJ
21.     O Gigante (10) – Júlio Vanzeler e Luis da Matta – Anim. – SC
22.     Bravo! (3) - Leo Adavlis e Bruno Monteiro – Anim. – CE
23.     Mulheres Pescadoras (10) – Philipe Ribeiro – Doc. – CE
24.     Balada do Guarda  Roupa (6) – Diego Akel – Anim. – CE
25.     O céu no andar de baixo (15)-  Leonardo Cata Preta – Anim. – MG
26.     Dia de Jogo (9) – André Miguel – Fic. - RJ
27.      Villa Barra (10)- Osman Godoy – Fic – PE
28.     Fim da Linha (11) – Charles Northrup – Doc. – AL
29.     Herói iluminado (5) – Telmo Carvalho – Anim – CE
30.     Um homem de coragem (7) – Robson Lopes – Doc. - RJ


50 anos de um clássico do cinema nacional

 

Glauber Rocha e o filme “Deus e o Diabo na Terra do Sol” serão lembrados no Festival de Jericoacoara - Cinema Digital, que começa hoje
 

Há 50 anos, acontecia a pré-estreia do icônico Deus e o Diabo na Terra do Sol, de Glauber Rocha. A obra marcou a entrada de um novo movimento cinematográfico no Brasil, o Cinema Novo, que consistia em uma volta as raízes e a essência, destacando a cultura nacional e regional, e, acima de tudo, não alienado quando a situação socioeconômica do povo. As técnicas também eram bem peculiares, quase minimalistas. Nada de se gastar uma montanha de dinheiro, os orçamentos eram propositalmente restritos. Cinco décadas depois, o filme será exibido no Festival de Jericoacoara- Cinema Digital, que estreia hoje na praia de Jijoca, e se estende com uma programação cinematográfica gratuita durante toda semana.
Deus e o Diabo na Terra do Sol alavancou o País para outro cenário no cinema mundial. A sofrida história do Sertanejo Manoel e sua mulher Rosa foi indicada a Palma de Ouro no Festival de Cinema de Cannes, um dos mais prestigiados do mundo, no mesmo ano.
O filme de Glauber Rocha chegou às telas uma semana após o golpe de 64, e representou o Brasil no Festival de Cannes, na França. A obra, que retrata o cangaço e a vida no sertão nordestino, teve grande impacto sobre o cinema brasileiro, que sofreu com a censura durante a ditadura militar.
Deus e o Diabo na Terra do Sol (1963), é um filme paradigmático, o qual uma crítica social feroz se alia a uma forma de filmar que pretendia cortar radicalmente com o estilo importado dos Estados Unidos. Essa pretensão era compartilhada pelos outros cineastas do Cinema Novo, corrente artística nacional liderada principalmente por Rocha e grandemente influenciada pelo movimento francês Nouvelle Vague e pelo Neorrealismo italiano.
Glauber Rocha foi um cineasta controvertido e incompreendido no seu tempo, além de ter sido patrulhado tanto pela direita como pela esquerda brasileira. Ele tinha uma visão apocalíptica de um mundo em constante decadência e toda a sua obra denotava esse seu temor. Para o poeta Ferreira Gullar, “Glauber se consumiu em seu próprio fogo”.
Confira a programação completa do 4º Festival de Jericoacoara – Cinema Digital:




SERVIÇO
IV Festival de Jericoacoara – Cinema Digital. De 5 a 11 de maio, em Jericoacoara. Toda a programação tem entrada franca. Mais informações: www.jeridigital.com.br.











+ CINEMA


Comédia com Woody Allen incomoda ao tratar de sexo e religião

"Amante a Domicílio" é uma das estreias desta semana nos cinemas

Na trama nunca sabemos se Woody Allen é personagem de John Turturro, o realizador, ou se John Turturro (também ator aqui) é personagem de Woody. Não se trata necessariamente de um problema. A indefinição designa, em princípio, o bom entendimento entre os dois. O certo é que Woody é bem Woody como dono da livraria de livros raros que por força das circunstâncias decide agenciar os serviços sexuais do florista Turturro.
Desde que transita de uma atividade a outra, nenhum tipo de escrúpulo parece abalar o livreiro. Ao contrário: Murray (nome de seu personagem) emprega toda sua lábia para convencer Fioravante, o florista, a se prostituir. O primeiro núcleo feminino da trama é formado por Sharon Stone, a dra. Parker, e Sofia Vergara, sua amiga: a médica, aliás, é quem havia pedido a Murray que encontrasse um homem para um "ménage à trois". Começa assim a carreira de garoto de programa para Fioravante.
As coisas engrossam quando Murray começa a provocar Avigal (Vanessa Paradis), a viúva de um rabino ortodoxo, a ter um encontro com Fioravante. Pelo que o filme dá a entender, Avigal não tinha sido nem tocada diretamente (com as mãos) pelo marido. Sabemos apenas que Fioravante a massageia. É tudo o que acontece entre os dois (além de ele ver os cabelos de Avigal —só os maridos podem vê-los, segundo os costumes ortodoxos).
Turturro sabe que invade terreno de risco, e talvez por isso os desdobramentos da relação sejam tão tímidos —embora essa aproximação, por casta que seja, motive uma assustadora mobilização da colônia judaica do Brooklyn, NY.
Mas essa invasão se dá em mais de um sentido. Pois é aí que Turturro, como autor, encontra o centro do que pretende: colocar-se por um lado contra a repressão sexual e, ao mesmo tempo, contra um tipo de cultura que abriu mão de seus valores e tornou-se meramente erotômana. Turturro parece buscar um meio termo entre "sexo todo o tempo" e "sexo nunca". É verdade que, depois de ameaçar tornar-se francamente iconoclasta, "Amante" recua.
Turturro sabe que seu filme pode sofrer ao mexer com religião, daí "Amante" se travestir de comédia água com açúcar. Por mais suave que busque ser, porém, os temas da repressão e da erotomania continuam lá, incômodos.







CINEMA NACIONAL

Cinebiografia de Getúlio Vargas mostra líder isolado nos seus últimos dias

Tony Ramos que interpreta o presidente do Brasil diz ter se surpreendido com as contradições de Vargas

Em uma reunião ministerial, Getúlio Vargas (1882-1954) está aéreo, angustiado. Seu jeito não lembra o "sorriso do velhinho" cantado em "Retrato do Velho", marchinha da campanha que o reconduziu ao poder em 1950.
A cena inicial de "Getúlio", cinebiografia de João Jardim, dá o tom do presidente vivido por Tony Ramos: cheio de silêncios, acuado entre as paredes do Palácio do Catete."Quis mostrar essa claustrofobia, como o poder pode ser uma prisão e como a única saída, para Vargas, foi o tiro no peito", afirma Jardim. O diretor diz ter levado mais de cinco anos com pesquisas em biografias, jornais da época e depoimentos de pessoas próximas para recontar os últimos 19 dias de Getúlio Vargas, o presidente que se suicidou para "entrar na história". O thriller custou quase R$ 7 milhões.
A trama se passa em agosto de 1954: Vargas está acossado por opositores e por alguns de seus apoiadores após a descoberta de que membros de sua guarda se envolveram num atentado contra Carlos Lacerda (Alexandre Borges), seu maior inimigo político. "É um tema contemporâneo: o quanto o toma lá, dá cá da política já estava presente e o quanto um governante precisa se curvar diante dos interesses dos que o apoiaram", afirma o diretor.
O filme estreou nos cinemas em 1º de maio, data simbólica para o getulismo: era nesse dia que, durante o Estado Novo (1937-1945), o então ditador reunia multidões em estádios para anunciar medidas trabalhistas. Jardim diz ter pensado em Tony Ramos para viver o seu Getúlio assim que o roteiro ficou pronto: "É firme, reservado, mas ao mesmo tempo muito carismático, simpático".
O protagonista afirma: "É o homem que rasgou duas Constituições, mas que, naquele momento, queria vencer suas batalhas de outra maneira. O ato extremo tem a ver com isso." O Getúlio de Tony é um homem mais introspectivo, uma "raposa política que gostava de comentar ao pé do ouvido". "Ele era um homem teatral na hora de ir ao palanque, mas em reuniões tinha um olhar profundo e fixo, e não aquele olhar perdido, que vira para todos os lados."
Drica Moraes vive Alzira (1914-1992), filha confidente e assessora política de Vargas. "Depois que Getúlio perdeu um de seus filhos, a mulher dele se afastou pela depressão e foi a filha quem tomou o lugar da mãe, como se cuidasse do pai", conta a atriz, que tem papel relevante na história.
Alexandre Borges ficou com o personagem de Carlos Lacerda (1914-1977). "As pessoas diziam que eu seria o vilão. Ele carrega esse estigma porque os ataques que fazia a Getúlio eram muito veementes. Mas não é vilão", diz.
Dois herdeiros de Vargas e de Lacerda, Edith Vargas da Costa Gama (neta de Getúlio) e Sebastião Lacerda (filho de Carlos), ambos com 71 anos, concordam em um ponto: o longa retrata bem o clima pesado daqueles dias. "Padecemos naquele período com todas aquelas agressões pessoais. A polarização espirrava até na escola", diz Edith, arquiteta aposentada. "Minha situação era de perplexidade: foram dias extremamente tensos", diz Sebstião Lacerda, que é editor.
Para ele, faltou aprofundar um pouco o personagem de seu pai no filme. "Não chega a vilanizar Lacerda, mas podia explicar melhor para não parecer que ele gratuitamente se tornou inimigo de Getúlio." Edith, que passava fins de semana no Catete, viu o filme em sessão especial. Segundo ela, a obra retrata de forma fiel o isolamento do avô e o laço dele com Alzira. "Mas não faz cabeça. Cada um fará uma leitura de Getúlio conforme suas pré-formulações."









FORTALEZA ALTERNATIVA

População vira artista de circo na periferia  

Projeto Ocupa com Circo promove intervenções artísticas e estimula moradores a interagir com técnicas circenses

A beleza da Barra do Ceará é indiscutível. Parece que o sol prefere se pôr pelos lados de lá. Mas existe um reconhecimento dos moradores do bairro para a necessidade de resistência e reexistência dos espaços públicos. E como tomar de volta, ocupar, se sentir pertencente aos locais frequentados no dia a dia, como a Feira das Goiabeiras e Vila do Mar? Pela alegria do circo! Claves, bolinhas, nariz de palhaço, pernas de pau... Para assistir, para interagir, para deixar o sorriso ocupar o espaço.
O projeto Ocupa com Circo, idealizado pelo artista circense Alysson Lemos, foi contemplado pelo 3º Edital Ação Jovem, por meio do Centro Urbano de Cultura, Artes, Esporte e Ciência - Cuca Barra. A proposta é realizar quatro intervenções artísticas em espaços públicos da Barra do Ceará. Artistas convidados vão se apresentar e o “respeitável público” vai poder conhecer equipamentos e técnicas circenses após cada número realizado. Tudo isso sob as bênçãos da incrível luminosidade do famoso pôr do sol da Barra.
São quatro intervenções em locais diferentes e sempre às 17 horas. A estreia aconteceu no dia 25 de abril na Colônia de Pescadores da Barra do Ceará. No dia 3 de maio foi a vez dos frequentadores da Feira das Goiabeiras entrarem no picadeiro. O calçadão da Vila do Mar será o palco do Ocupa com Circo no dia 9 de maio e, como não poderia deixar de ser, o circo chega ao Cuca da Barra no dia 16 de maio.
De acordo com Alysson Lemos a proposta é mesmo incentivar a apropriação da cidade pelos seus moradores e a possibilidade de realizações culturais nos seus espaços de convivência. “A ocupação começa com a discussão e a desconstrução da imagem de criminalidade principalmente dentro das periferias”, aponta. O palhaço malabarista acredita que existem inúmeros profissionais, artistas e outras iniciativas que podem contribuir de modo decisivo para a realização de atividades que ocupem permanentemente os espaços públicos. “Quanto maior for a quantidade de atividades a serem realizadas nos espaços públicos maior será a apropriação e participação da comunidade dentro do seu espaço físico”, explica.
Alysson Lemos Campos, artista de rua desde 2011, trabalha com a proposta de ocupação de espaços públicos e de socialização na cidade de Fortaleza por meio da linguagem circense, atuando como malabarista e palhaço.
SERVIÇO
Ocupa com Circo
9 de maio na Vila do Mar às 5 da tarde
16 de maio no Cuca Barra às 5 da tarde.
Gratuito








TEATRO

 

“Caio e Léo” volta em cartaz nas sextas do Teatro Sesc Emiliano Queiroz

O Outro Grupo de Teatro faz temporada de reestreia de “Caio e Léo”, em Fortaleza, durante o mês de maio. A entrada é gratuita. A trama, que estreou em 2011, e agora volta em cartaz, conta como os dois protagonistas que dão título ao espetáculo se conhecem por acaso em um fim de tarde, num píer à beira do mar aberto, e sobre como os dois acabam se envolvendo. Para um deles, no começo, há entraves que impedem um mergulho mais desimpedido... “Até que o vento muda o rumo dessa história”. Os dois são garotos que têm entre 19 e 20 anos, e isso é uma das poucas coisas que eles têm em comum.
Léo é fotografo, e Caio é consultor de planejamento. Universos diferentes, com características quase opostas, e permeados por detalhes instigantes que são revelados ao longo da peça e que acabam despertando o interesse e o desejo de um pelo outro.
O espetáculo se propõe a ir além do mero romance, tocando em questões mais profundas. Na verdade, a obra lança mão do acontecimento amoroso entre os personagens para falar sobre tempo, afetividade e sexo. Esses aspectos vão se desenhando no palco e tomando contornos fortes, pelo tesão, sarcasmo e até agressividade dessas duas figuras masculinas que, em cena, também se mostram sensíveis.
A peça tem duração de 55 minutos e não é recomendada para menores de 16 anos. No elenco estão Ari Areia e Tavares Neto, interpretando um texto de Rafael Martins, sob direção de Yuri Yamamoto. O trabalho contou com a supervisão do ator e encenador Gilberto Gawronski (RJ).
O Outro Grupo de Teatro surgiu no primeiro semestre de 2011, em Fortaleza, iniciando sua trajetória com montagens de esquetes. ‘Elucubrações’, ‘Dois Mil e Desencontros’ e ‘Comer, Querer, Ver’ foram os primeiros trabalhos. O grupo segue em cartaz com a peça “Caio e Léo” durante as sextas-feiras de maio, até o dia 23, no Teatro SESC Emiliano Queiroz (Centro), às 20h, com ingressos no valor de R$ 6 (inteira). 









SHOWS

Violinista alemã Friederike Heumann faz apresentação nesta terça em Fortaleza 

A Caixa Cultural Fortaleza apresenta nesta terça-feira o show da violinista alemã Friederike Heumann, que sobe ao palco com sua lira viola, um instrumento de raras apresentações no Brasil. Friederike já tocou junto com alguns dos principais grupos de música antiga no mundo e traz a Fortaleza um repertório que inclui obras de William Corkine, o principal compositor do instrumento, além de peças anônimas no The Manchester Gamba Book, um manuscrito do século XVII.
Instrumento de arco, da mesma família da viola da gamba, a lira viola é considerada ancestral do violoncelo. Apesar de não ser tão conhecida no Brasil, nos séculos XVI e XVII ela foi muito popular na Inglaterra. A apresentação em Fortaleza dará a oportunidade ao público de ter contato com o som tão peculiar deste instrumento. “Trata-se de um programa ao qual pouca gente tem acesso, isto porque são poucos os músicos que se dedicam a lira viola”, destaca Alvaro Collaço, produtor e curador da série Solo Música, que traz um artista diferente na primeira terça-feira do mês para se apresentar na Caixa Cultural Fortaleza.
Friederike Heumman: A instrumentista alemã é professora no Conservatório de Música de Würzbur, na Alemanha. Estudou viola da gamba com Jordi Savall e com Paolo Pandolfo na Schola Cantorum Basiliensis. Posteriormente, recebeu bolsa da Cité Internationale des Arts, de Paris, onde viveu por vários anos. Apresentou-se com o Hesperion XXI e Le Concert des Nations (Jordi Savall), Concerto Vocale (René Jacobs), Le Concert d "Astrée (Emmanuelle Haïm), Les Arts Florissants (William Christie) e Ensemble Café Zimmermann, entre outros.
Ela possui várias gravações em CDs vencedoras de prêmios, como, Diapason d'Or, Choc du Monde de la musique, 10 de Répertorie, Classica, 5 Étoiles de Goldberg, 4 clés de Télérama. Em janeiro de 2012, ela lançou seu novo solo de gravação Il vero Orfeo - Sonatas para viola da gamba por e inspirado por Arcangelo Corelli.

SERVIÇO
“Solo Música – Friederike Heumann”
Local: CAIXA Cultural Fortaleza
Endereço: Av. Pessoa Anta, 287, Praia de Iracema
Data: 6 de maio de 2014
Horário: 20 horas
Valor do ingresso: R$ 10,00 (inteira) e R$ 5,00 (meia)
Vendas no dia do espetáculo
Classificação indicativa: Livre
Acesso para pessoas com deficiência e assentos especiais
Informações: (85) 3453-2770







TV POR ASSINATURA

Jack Bauer ressurge para a nova temporada de '24 Horas'

"É mesmo a última temporada de '24 Horas'?", a reportagem pergunta ao ator inglês Kiefer Sutherland. "Sim, acho que sim", responde, na lata. Jack Bauer e o relógio frenético que marca sua luta contra o tempo para salvar o mundo estão de volta, após quatro anos de interrupção. A mudança maior? A nova fase tem 12 e não 24 episódios. O agente federal desaparecido desde o último capítulo da oitava temporada, em 2010, surge agora em Londres para salvar de um atentado o presidente dos EUA, em sua visita ao premiê britânico. "Bauer ressurge do esconderijo porque descobre essa ameaça, ligada a fatos do Oriente Médio e a uma terrorista cujo marido foi assassinado. É uma retaliação ao governo americano que está no poder. Se é que isso faz sentido", diz Sutherland, 47, admitindo a fantasia do roteiro.
O terrorismo não terá vínculo religioso, diz o intérprete do controverso herói de TV. Controverso porque, em nome da proteção ao seu país, ele tortura testemunhas, mata sem dó e delata amigos. Seus métodos já foram criticados por entidades de direitos humanos e membros das Forças Armadas americanas. "É um personagem que está fazendo o que acredita ser certo e, às vezes, não é", justifica Sutherland.
A partir desta terça no Brasil, Jack Bauer tentará convencer o público de que valeu a pena a retomada e, provavelmente, a despedida, de uma das mais aclamadas séries de TV da década passada. "24 Horas" foi vista por 15 milhões nos EUA. Agora, o comercial de 30 segundos no episódio de estreia é vendido a US$ 500 mil pela Fox.
Com os novos 12 capítulos, a soma vai para 204. "Produzimos quase cem filmes de duas horas", diz Sutherland. A série recebeu 73 indicações ao Emmy e foi eleita em 2006 na categoria dramática. Somou 12 indicações ao Globo de Ouro e o levou em 2004, na mesma categoria. Sutherland abocanhou os dois prêmios, como melhor ator.
Apesar de querer salvar o presidente, Bauer é procurado por autoridades dos EUA. Uma sala com 20 computadores reproduz o "bunker" da CIA em Londres e um escritório luxuoso foi feito para "receber" o presidente dos EUA. A CIA é chefiada por um novo personagem, Steve Navarro, vivido por Benjamin Bratt. Na sua equipe, estreia também a bela australiana Yvonne Strahovski como a agente Kate Morgan.
Fox e roteiristas tentam reembalar a velha série da era Bush. Além de novos personagens, outros voltam, como a filha de James Heller, Audrey, ex caso de Bauer. Na última cena de 2010, ficara um mistério no ar quando a agente e confidente de Bauer, Chloe O'Brian (Mary Lynn Rajskub), mandou desligar o satélite que monitorava os passos dele. Agora, esse mistério será revelado.
Resta saber se Chloe ajudará o velho amigo. "Acho que Bauer poderá confiar nela", diz a atriz, insinuando a chance de Chloe morrer: "É a natureza do '24 Horas', todos podem morrer ou sumir". Até então, cada temporada baseou-se em seguir Bauer por 24 horas distribuídas em capítulos de uma hora: a ação era contada em tempo real, o público seguia um relógio na tela. O método narrativo, um dos segredos do sucesso da série, é mantido, mas com 12 episódios de uma hora. Partes do dia serão suprimidas.
No mais, é arriscado fugir do conceito da série, marcada por explosões, ação e suspense. "Para o fã, a única coisa que muda é ser em Londres, não há diferença no resto", diz o ator William Devane, que volta na pele do presidente, depois de ter feito o secretário de Defesa na quarta temporada. Presidente democrata ou republicano? "Independente", responde ele, chupando um pirulito.

BARES, BARRACAS DE PRAIA, CAFÉS, CLUBES, SORVETES....

BASTIDORES

BELEZA

CENA GLS

CIÊNCIA - COMPORTAMENTO - ESOTERISMO

CINEMA

Comédia com Woody Allen incomoda ao tratar de sexo e religião

"Amante a Domicílio" é uma das estreias desta semana nos cinemas

Na trama nunca sabemos se Woody Allen é personagem de John Turturro, o realizador, ou se John Turturro (também ator aqui) é personagem de Woody. Não se trata necessariamente de um problema. A indefinição designa, em princípio, o bom entendimento entre os dois. O certo é que Woody é bem Woody como dono da livraria de livros raros que por força das circunstâncias decide agenciar os serviços sexuais do florista Turturro.

Desde que transita de uma atividade a outra, nenhum tipo de escrúpulo parece abalar o livreiro. Ao contrário: Murray (nome de seu personagem) emprega toda sua lábia para convencer Fioravante, o florista, a se prostituir. O primeiro núcleo feminino da trama é formado por Sharon Stone, a dra. Parker, e Sofia Vergara, sua amiga: a médica, aliás, é quem havia pedido a Murray que encontrasse um homem para um "ménage à trois". Começa assim a carreira de garoto de programa para Fioravante.

As coisas engrossam quando Murray começa a provocar Avigal (Vanessa Paradis), a viúva de um rabino ortodoxo, a ter um encontro com Fioravante. Pelo que o filme dá a entender, Avigal não tinha sido nem tocada diretamente (com as mãos) pelo marido. Sabemos apenas que Fioravante a massageia. É tudo o que acontece entre os dois (além de ele ver os cabelos de Avigal —só os maridos podem vê-los, segundo os costumes ortodoxos).

Turturro sabe que invade terreno de risco, e talvez por isso os desdobramentos da relação sejam tão tímidos —embora essa aproximação, por casta que seja, motive uma assustadora mobilização da colônia judaica do Brooklyn, NY.

Mas essa invasão se dá em mais de um sentido. Pois é aí que Turturro, como autor, encontra o centro do que pretende: colocar-se por um lado contra a repressão sexual e, ao mesmo tempo, contra um tipo de cultura que abriu mão de seus valores e tornou-se meramente erotômana. Turturro parece buscar um meio termo entre "sexo todo o tempo" e "sexo nunca". É verdade que, depois de ameaçar tornar-se francamente iconoclasta, "Amante" recua.

Turturro sabe que seu filme pode sofrer ao mexer com religião, daí "Amante" se travestir de comédia água com açúcar. Por mais suave que busque ser, porém, os temas da repressão e da erotomania continuam lá, incômodos.

CINEMA CEARÁ

50 anos de um clássico do cinema nacional

 

Glauber Rocha e o filme “Deus e o Diabo na Terra do Sol” serão lembrados no Festival de Jericoacoara - Cinema Digital, que apresenta filmes, debates e oficinas até domingo
 

Há 50 anos, acontecia a pré-estreia do icônico Deus e o Diabo na Terra do Sol, de Glauber Rocha. A obra marcou a entrada de um novo movimento cinematográfico no Brasil, o Cinema Novo, que consistia em uma volta as raízes e a essência, destacando a cultura nacional e regional, e, acima de tudo, não alienado quando a situação socioeconômica do povo. As técnicas também eram bem peculiares, quase minimalistas. Nada de se gastar uma montanha de dinheiro, os orçamentos eram propositalmente restritos. Cinco décadas depois, o filme será exibido no Festival de Jericoacoara- Cinema Digital, que estreia hoje na praia de Jijoca, e se estende com uma programação cinematográfica gratuita durante toda semana.
Deus e o Diabo na Terra do Sol alavancou o País para outro cenário no cinema mundial. A sofrida história do Sertanejo Manoel e sua mulher Rosa foi indicada a Palma de Ouro no Festival de Cinema de Cannes, um dos mais prestigiados do mundo, no mesmo ano.
O filme de Glauber Rocha chegou às telas uma semana após o golpe de 64, e representou o Brasil no Festival de Cannes, na França. A obra, que retrata o cangaço e a vida no sertão nordestino, teve grande impacto sobre o cinema brasileiro, que sofreu com a censura durante a ditadura militar.
Deus e o Diabo na Terra do Sol (1963), é um filme paradigmático, o qual uma crítica social feroz se alia a uma forma de filmar que pretendia cortar radicalmente com o estilo importado dos Estados Unidos. Essa pretensão era compartilhada pelos outros cineastas do Cinema Novo, corrente artística nacional liderada principalmente por Rocha e grandemente influenciada pelo movimento francês Nouvelle Vague e pelo Neorrealismo italiano.
Glauber Rocha foi um cineasta controvertido e incompreendido no seu tempo, além de ter sido patrulhado tanto pela direita como pela esquerda brasileira. Ele tinha uma visão apocalíptica de um mundo em constante decadência e toda a sua obra denotava esse seu temor. Para o poeta Ferreira Gullar, “Glauber se consumiu em seu próprio fogo”.
Confira a programação completa do 4º Festival de Jericoacoara – Cinema Digital:






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IV Festival de Jericoacoara - Cinema Digital começa nesta segunda-feira

Neste ano o festival prestará homenagens ao cineasta e compositor Sérgio Ricardo e ao ator, cantor e compositor Rodger Rogério, que está comemorando 70 anos


A quarta edição do festival reconhecido no calendário nacional do cinema independente acontecerá de 5 a 11 de maio, reunindo, na paradisíaca praia cearense, grandes nomes e novos realizadores do audiovisual brasileiro. Ao todo, 30 curtas-metragens, de realizadores provenientes de 14 estados, foram selecionados para participar da mostra competitiva. Neste ano o festival prestará homenagem aos 50 anos de "Deus e o Diabo na Terra do Sol", aos 40 anos de "A Noite do Espantalho", ao cineasta e compositor Sérgio Ricardo e ao ator, cantor e compositor Rodger Rogério, que está comemorando 70 anos.
Pela quarta vez, realizadores audiovisuais de diversos estados brasileiros, responsáveis pelo novo cinema nacional, vão se encontrar em uma das praias mais belas de todo o mundo. Quando o mês de maio chegar, com o Brasil em crescente destaque pela proximidade da Copa do Mundo, o Festival de Jericoacoara – Cinema Digital realizará a sua quarta edição. Sempre fiel à proposta original, de oferecer um novo olhar sobre o cinema brasileiro, um panorama da nova produção do audiovisual nacional, democratizada tanto em conteúdo quanto em forma, por meio da tecnologia digital.
"A homenagem a esses filmes é uma forma de chamar atenção para momentos importantes e diferentes, na história do cinema brasileiro. 'Deus e o Diabo' foi lançado pouco antes do golpe militar que tomou o País em 1964 e que iria durar longos 21 anos. Já 'A Noite do Espantalho' saiu durante um dos períodos de maior arbítrio e fortalecimento do regime autoritário, em pleno governo Médici", destaca o cineasta Francis Vale, diretor do Festival de Jericoacoara - Cinema Digital.
"Será uma oportunidade interessante, de exibir esses dois grandes filmes da história do cinema brasileiro, para novos realizadores e para o público em geral, debatendo as semelhanças e também as diferenças entre os filmes e entre o contexto cinematográfico, social e político de cada um deles. Tendo como ligação inclusive o Sérgio Ricardo, que fez a trilha sonora de 'Deus e o Diabo' e fez a direção e a trilha de 'A Noite do Espantalho'", acrescenta Francis Vale.
O festival também prestará homenagem a dois convidados especiais, cuja presença já está confirmada em Jericoacoara: o próprio cineasta e compositor carioca Sérgio Ricardo, nome de destaque nacional tanto no cinema quanto na música, e o ator, cantor, compositor e físico Rodger Rogério, um dos grandes nomes da geração do "Pessoal do Ceará", autor de canções como "Retrato marrom", "Falando da vida" e "Bye-bye baião". Tendo atuado em mais de 30 filmes, Rodger Rogério comemora em 2014 seus 70 anos, com muitas novidades, como a produção de novos shows e de um documentário sobre sua trajetória.
“A ideia é dar prosseguimento ao festival, consolidando cada vez mais sua dimensão nacional, buscando reunir os novos realizadores do cinema brasileiro, que estão em todas as regiões, fazendo seus trabalhos, mesmo enfrentando, muitas vezes, dificuldades para divulgação, repercussão, visibilidade”, afirma Francis Vale.
“Na contramão dessa realidade, o Festival de Jericoacoara – Cinema Digital existe justamente para contribuir para dar mais destaque a novos nomes do cinema brasileiro, provando que passamos de um eixo geográfico de produção para novos e múltiplos polos, espalhados pelo País”, acrescenta o diretor do festival.
Para assegurar, na prática, a democratização da participação no evento, a produção do festival garante as despesas de transporte terrestre entre Fortaleza e Jericoacoara, alimentação e hospedagem, ao longo de todo o período, para um representante de cada um dos filmes selecionados. “Mais do que apenas exibir os filmes, o festival se diferencia por proporcionar que os realizadores e o público possam conviver em Jericoacoara, ao longo de uma semana, debatendo cinema e permanecendo em contato direito com o público e a comunidade”, reforça Francis Vale.
Ao longo do festival, os filmes serão apreciados por um júri composto por cinco pessoas ligadas à área do audiovisual. Receberão o Troféu Pedra Furada as obras escolhidas pelo júri como as melhores em cada categoria: ficção, documentário, animação e experimental. Também receberá o troféu a melhor produção dos estados Ceará, Piauí e Maranhão, em homenagem à chamada “Rota das Emoções”, que se inicia em Jericoacoara-CE, passa pelo Delta do Parnaíba-PI e se estende até os Lençóis Maranhenses.
O festival também destinará troféus aos vencedores dos quesitos melhor filme, direção, roteiro, fotografia, trilha original e direção de arte. Além dos troféus para melhor ator e melhor atriz.


Filmes selecionados
01.     A greve  (11’ )   - David Alves Silva    - Experimental – SP
02.     Meu amigo Nietzsche (15) - Fáuston da Silva – Ficção – DF
03.     Um diálogo de Ballet (7) – Filipe Matzembacher e Márcio Reolon – Doc.- RS
04.     O Rio Mearin Secô (5) – Rwanyto Oscar- Exp -MA
05.     Macacos me mordam (9) -  Sávio Leite e César Maurício – Anim - MG
06.     Damas da Liberdade (15) – Célia Gurgel e Joe Pimentel – Doc. –CE
07.     A arte do retrato – Luis M. Vasconcelos (9) – Elisa Cabral – Doc. (PB)
08.     Mobilizou Geral : A longa década de 80 na foto.(15) – Vera  Jursys – Doc. – SP
09.     A velha gulosa -   Isabela Veiga (12) – Fic – GO
10.     Urânio Picuí (15) – Antonio Carrilho  e Tiago Melo– Doc. –PE
11.     Abraço de Pescador (7) – Kleyton Nunes – Doc. –PE
12.     Gigantes da Alegria (12) – Ricardo  Rodrigues- Doc. – RJ
13.     Terra, cuide dessa bola(11) – Cacinho – Anim. – MG
14.     Sopro das Águas (5) – Laurita Caldas – Exp. – PB
15.     O Voo Nupcial (15) – George Alex Barbosa – Anim – CE
16.     O porquê das coisas (15)-Carmen Sílvia Ferreira – Doc. – CE
17.     Os lados da rua (15) – Diego Zon – Fic – ES
18.     Olhar Contestado (15) – Fabianne Balvedi – Doc.- PR
19.     Não deixe Joana só (15) – Cecília Engels -  Fic. – SP
20.     Crisálida (15)- Thiago Brito e Rafael Saar – Doc. – RJ
21.     O Gigante (10) – Júlio Vanzeler e Luis da Matta – Anim. – SC
22.     Bravo! (3) - Leo Adavlis e Bruno Monteiro – Anim. – CE
23.     Mulheres Pescadoras (10) – Philipe Ribeiro – Doc. – CE
24.     Balada do Guarda  Roupa (6) – Diego Akel – Anim. – CE
25.     O céu no andar de baixo (15)-  Leonardo Cata Preta – Anim. – MG
26.     Dia de Jogo (9) – André Miguel – Fic. - RJ
27.      Villa Barra (10)- Osman Godoy – Fic – PE
28.     Fim da Linha (11) – Charles Northrup – Doc. – AL
29.     Herói iluminado (5) – Telmo Carvalho – Anim – CE
30.     Um homem de coragem (7) – Robson Lopes – Doc. - RJ


SERVIÇO
IV Festival de Jericoacoara – Cinema Digital. De 5 a 11 de maio, em Jericoacoara. Toda a programação tem entrada franca. Mais informações: www.jeridigital.com.br.

CINEMA DE ARTE

CINEMA NACIONAL

Cinebiografia de Getúlio Vargas mostra líder isolado nos seus últimos dias

Tony Ramos que interpreta o presidente do Brasil diz ter se surpreendido com as contradições de Vargas

Em uma reunião ministerial, Getúlio Vargas (1882-1954) está aéreo, angustiado. Seu jeito não lembra o "sorriso do velhinho" cantado em "Retrato do Velho", marchinha da campanha que o reconduziu ao poder em 1950.

A cena inicial de "Getúlio", cinebiografia de João Jardim, dá o tom do presidente vivido por Tony Ramos: cheio de silêncios, acuado entre as paredes do Palácio do Catete."Quis mostrar essa claustrofobia, como o poder pode ser uma prisão e como a única saída, para Vargas, foi o tiro no peito", afirma Jardim. O diretor diz ter levado mais de cinco anos com pesquisas em biografias, jornais da época e depoimentos de pessoas próximas para recontar os últimos 19 dias de Getúlio Vargas, o presidente que se suicidou para "entrar na história". O thriller custou quase R$ 7 milhões.

A trama se passa em agosto de 1954: Vargas está acossado por opositores e por alguns de seus apoiadores após a descoberta de que membros de sua guarda se envolveram num atentado contra Carlos Lacerda (Alexandre Borges), seu maior inimigo político. "É um tema contemporâneo: o quanto o toma lá, dá cá da política já estava presente e o quanto um governante precisa se curvar diante dos interesses dos que o apoiaram", afirma o diretor.

O filme estreou nos cinemas ontem, 1º de maio, data simbólica para o getulismo: era nesse dia que, durante o Estado Novo (1937-1945), o então ditador reunia multidões em estádios para anunciar medidas trabalhistas. Jardim diz ter pensado em Tony Ramos para viver o seu Getúlio assim que o roteiro ficou pronto: "É firme, reservado, mas ao mesmo tempo muito carismático, simpático".

O protagonista afirma: "É o homem que rasgou duas Constituições, mas que, naquele momento, queria vencer suas batalhas de outra maneira. O ato extremo tem a ver com isso." O Getúlio de Tony é um homem mais introspectivo, uma "raposa política que gostava de comentar ao pé do ouvido". "Ele era um homem teatral na hora de ir ao palanque, mas em reuniões tinha um olhar profundo e fixo, e não aquele olhar perdido, que vira para todos os lados."

Drica Moraes vive Alzira (1914-1992), filha confidente e assessora política de Vargas. "Depois que Getúlio perdeu um de seus filhos, a mulher dele se afastou pela depressão e foi a filha quem tomou o lugar da mãe, como se cuidasse do pai", conta a atriz, que tem papel relevante na história.

Alexandre Borges ficou com o personagem de Carlos Lacerda (1914-1977). "As pessoas diziam que eu seria o vilão. Ele carrega esse estigma porque os ataques que fazia a Getúlio eram muito veementes. Mas não é vilão", diz.

Dois herdeiros de Vargas e de Lacerda, Edith Vargas da Costa Gama (neta de Getúlio) e Sebastião Lacerda (filho de Carlos), ambos com 71 anos, concordam em um ponto: o longa retrata bem o clima pesado daqueles dias. "Padecemos naquele período com todas aquelas agressões pessoais. A polarização espirrava até na escola", diz Edith, arquiteta aposentada. "Minha situação era de perplexidade: foram dias extremamente tensos", diz Sebstião Lacerda, que é editor.

Para ele, faltou aprofundar um pouco o personagem de seu pai no filme. "Não chega a vilanizar Lacerda, mas podia explicar melhor para não parecer que ele gratuitamente se tornou inimigo de Getúlio." Edith, que passava fins de semana no Catete, viu o filme em sessão especial. Segundo ela, a obra retrata de forma fiel o isolamento do avô e o laço dele com Alzira. "Mas não faz cabeça. Cada um fará uma leitura de Getúlio conforme suas pré-formulações."

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Ana Carolina, que fala sobre adoção, violência contra gays e os 15 anos de carreira

Cantora respondeu as perguntas do DIVIRTA-CE, e estará em Fortaleza no próximo dia 9 de maio, na casa de shows Musique, para apresentação da turnê “#AC

Ana Carolina está de volta a Fortaleza com #AC, seu novo show, baseado em seu mais recente álbum de inéditas. A concepção do espetáculo é da própria cantora, com direção de Monique Gardenberg, que volta a trabalhar com Ana depois de tê-la dirigido no show “Dois Quartos” e nos DVDs “Estampado” e “9 + 1”. Depois das apresentações em São Paulo e no Rio de Janeiro, a turnê #AC estará nos dias 09 e 10 de maio, em Fortaleza e Juazeiro do Norte, respectivamente. A aprtesentação na capital cearense acontecerá na casa de shows Musique.
“#AC”, o show, conta com inserções de vídeos que tiveram a edição e direção da cantora e filmagens de Monique Gardenberg, especialmente criados para o espetáculo. Para o tango eletrônico “Mais forte”, por exemplo, Monique trouxe da Argentina uma dupla de renomados dançarinos de tango, Ollantay Rojas e Lisandro Eberle, e uma filmagem da dupla passa nos telões do show. A sonoridade também ganhou nova roupagem, com diversas interferências de beats, samplers, scratchs e vinhetas, além de instrumentos tecnológicos. O set list mistura canções de #AC com versões novas de antigos sucessos de todas as fases dos 15 anos de carreira de Ana. Além disso, o novo show conta com três novidades: “Fire”, de Bruce Springsteen; uma versão bem humorada para “Periguete”, de MC Papo, como mashup com “Você não vale nada”, hit de Calcinha Preta, composto por Dorgival Dantas; e uma nova versão de “Coração Selvagem” de Belchior.
No palco, Ana está acompanhada de uma banda formada por Pedro Baby, na guitarra, Edu Krieger, no baixo, Carlos Trilha, nos teclados, e Leo Reis, na bateria e percussão, além do DJ Mikael Mutti, que já trabalhou com John Legend e Stevie Wonder. “Agora quero comemorar meus 15 anos de carreira ao lado do público. Espero ver todo mundo no show”, afirmopu a cantora em entrevista ao Jornal O Estado. Ela respondeu as perguntas por email enviadas pelo editor adjunto de cultura Felipe Palhano, se esquivou de algumas e abriu a intimidade em outras, falando sobre adoção e violência contra gays.
No setlist do show em Fortaleza estarão grandes sucessos e novidades como “Você Não Sabe”, “Para Rua me Levar”, “Uma Louca Tempestade”, “Combustível”, “Un Sueño Abajo El Agua”, “Dez Minutos”, “Mais Forte”, “Coração Selvagem”, “Problemas”, “Quem de Nós Dois”, ”iPhone”, “Cabide”, “Garganta”, dentre outras músicas.  #AC – O Disco“#AC” é o sexto disco de inéditas da carreira de Ana Carolina e foi o primeiro álbum disponibilizado por um artista nacional através de streaming no iTunes. Nas lojas, “#AC” chegou em junho com doze canções. O trabalho tem parcerias da cantora com nomes como Guinga, (“Leveza de Valsa”, que ganhou um clipe dirigido pela própria artista), Edu Krieger, Chiara Civello, Antonio Villeroy, o italiano Bungaro, Rodrigo Pitta, Moreno Veloso e Carlos Rennó. Produzido por Alê Siqueira e Ana Carolina, “#AC” foi uma incursão da cantora em temas e sonoridade contemporânea – o álbum traz grooves e scratchs comandados pelo badalado DJ Cia, dividindo os créditos com um time de instrumentistas de primeira linha da música nacional. Além disso, traz participações do cantor e compositor Chico Buarque, que está presente na faixa “Resposta da Rita”, de Guinga (em “Leveza de Valsa”) e da italiana Chiara Civello (“Um Sueño Bajo El Agua”).

Confira a entrevista do Blog Divirta-CE com a cantora Ana Carolina.

DIVIRTA-CE - Depois de um bom tempo você retorna ao Ceará para mostrar a turnê de seu último disco “AC” em Fortaleza. Nesta nova turnê você deixa um pouco de lado as baladas românticas e adota um som mais groovy, mais dançante, assim como no novo disco?
ANA CAROLINA - É uma mistura, o show tem as baladas também. Um dos pontos altos é quando canto "Coração Selvagem" do Belchior- o pessoal adora! Também tem "Eu sei que vou te amar", que eu não poderia deixar de fora. Mas é também um show alegre, pra cima e tem um certo quê de celebração dos meus 15 anos de carreira. Diria que o show mais completo e equilibrado nesse sentido. Ele tem agradado aos que gostam de uma "balada" e os que gostam da "balada".

DIVIRTA-CE- Como é sua relação com os fãs cearenses?
ANA CAROLINA- Gosto do humor e do respeito com que eles tratam a música. São festivos no momento de festa e sentimentais nos momentos mais românticos. Sinto muito carinho do público cearense.

DIVIRTA-CE- Depois de muitos hits, sua voz entrou na abertura de uma novela da Globo, “Em Família”, com a música “Eu sei que vou te amar”. Em entrevista a Ana Maria Braga você disse que se emociona toda a vez que canta essa música. A emoção que você usa seria uma das “chaves” do seu sucesso? Quais outras músicas do seu repertório te emocionam até hoje, quando você canta ao vivo?
ANA CAROLINA- Nossa, acho que tenho uma relação emocional com todas elas, obviamente as que são mais românticas acabam nos tocando de uma forma diferente. "Eu sei que vou te amar" é uma velha companheira. Lembro de tirar ela no violão pela primeira vez quando ainda estava aprendendo a tocar, depois a cantei em bares e hoje ela levou a minha voz para a abertura da novela. Tom e Vinicius são mestres e me tocam profundamente.  A emoção é parte da conexão com o público, quando canto eu olho quem assiste e tento me colocar no lugar deles, é justamente a emoção que nos une em um show.  São tantas emoções, gosto muito quando canto composições de outros como "Força estranha" do Caetano ou "Coração Selvagem" do Belchior: ali misturo a intérprete com a ouvinte, que um dia foi tocada pela canção e ainda se emociona ao cantar para o público.

DIVIRTA-CE - Há alguns meses você foi “atacada” por uma fã que te “agarrou” no palco. Tem medo desses fãs mais “fervorosos”? Qual situação mais inusitada ou curiosa que você já passou em apresentações ao vivo e nunca mais esqueceu?
ANA CAROLINA - Não fui atacada (risos), fomos todos vítimas da tal "emoção" que a música desperta. Às vezes fazemos loucuras por amor mesmo e quando percebemos, já fizemos. Esse foi o caso, a menina subiu para me dar um abraço e sem querer me derrubou. Era "Eu sei que vou te amar". No dia seguinte colocaram barricadas no show, mas eu mesma preferia estar mais perto do público, tocá-los..  Em Salvador, na Concha acústica do Teatro Castro Alves, onde o palco fica no nível do chão, o público na arquibancada era enorme, foi uma loucura, parecia uma tsunami de fãs vindo em minha direção, uma reação em cadeia.  Tivemos que parar o show. Depois eu voltei e pedi para seguirmos numa boa, seguiram e deu tudo certo.

DIVIRTA-CE- Mesmo com sua postura discreta, sem querer “levantar bandeiras”, você nunca deixou de se posicionar em relação a liberdade sexual que todos deveriam ter, e sempre foi admirada e respeitada por isso. Qual a sua opinião em relação aos casos de violência contra homossexuais que acontecem constantemente no Brasil? Você é a favor de um lei que condene pessoas nesses casos de homofobia e preconceito?
ANA CAROLINA - Sou a favor da humanidade parar com o uso da violência contra homossexuais ou qualquer indivíduo, estamos em um mundo em que pais jogam filhos pelas janelas, amigos se esfaqueiam por conta de resultado do futebol. É inadmissível ainda estarmos discutindo o uso de violência gratuita contra seres de bem. Sou a favor da liberdade e o bom uso dela, sou a favor de um mundo livre, sem preconceito, sem julgamentos quanto a opção sexual, religiosa, raça e qualquer coisa que seja motivo de um ser humano atentar contra a vida do outro. Temos que respeitar as diferenças.

DIVIRTA-CE - Em algumas entrevistas você comentou o interesse de ter filhos, e em uma delas disse que era essencial para um filho ter um pai (homem). Continua com a mesma opinião? E no caso de adoção por pais homossexuais, é extremamente necessário para essa criança ter uma mãe? Ainda sonha ter filhos? Pensa em adotar?
ANA CAROLINA - Meu pai faleceu quando eu tinha dois meses de idade, cresci sem um pai e estou aqui para contar: é possível crescer sem a figura materna ou paterna, mas eu digo que uma criança deve ter um lar estruturado e amor, ter pais ou mães dedicados ao seu desenvolvimento.  Tenho uma irmã que tem duas filhas adotivas e vejo que também seja possível formar uma família sem laços genéticos. A maternidade chegará na hora certa, está em meus planos.

DIVIRTA-CE - Além de ser consagrada como cantora, você é prestigiada como compositora pelos maiores artistas da Música Popular Brasileira. O que gosta mais, cantar ou compor? Quais as diferenças e prazeres das duas funções?
ANA CAROLINA - Poderia falar sobre esse assunto por dias, mas gosto das duas coisas e não me furto de cantar canções de artistas que admiro mas, para mim, compor é parte do meu trabalho, da minha forma de expressão e acho muito bom poder cantar o que componho.  Neste último trabalho além de compor e cantar, decidi criar, dirigir e editar os videoclipes de algumas canções e gostei bastante da experiência, pois assim o público além de ouvir uma composição minha, pode ver como a interpreto de maneira visual. Quando estou em meu quarto ou no estúdio com o violão para compor uma canção, a cantora e a compositora são uma coisa só e assim me sinto mais inteira, mais completa. Gosto também de interpretar canções de outros, mas é bom assinar um trabalho e poder cantá-lo.

DIVIRTA-CE-  Em ano de eleições e Copa do Mundo, o que você espera do Brasil em 2014?
ANA CAROLINA - Ordem e progresso.

DIVIRTA-CE- Pretende lançar um novo disco ou DVD este ano?
ANA CAROLINA - Este ano irei viajar com o show #AC, que em algum momento vai ser registrado, mas já tenho ideias para mais dois discos, na hora certa eles aparecerão. Agora quero comemorar meus 15 anos de carreira ao lado do público. Espero ver todo mundo no show.

SERVIÇO
Show Ana Carolina #AC
Dia 9 de maio de 2014, às 22h.
Local: Musique - Av. Washington Soares, 6257
Ingressos: Pista R$42,00, Frontstage R$ 62,00, Camarote R$ 100,00
Vendas: Salão de Beleza Absolut (Rua Nunes Valente, 145) ou Online
Informações: 85 3230-1917
Classificação etária: 18 anos